2017-12-16 16:10:00

Evitar cair nos pecados da comunicação - Papa à USPI e FISC


O Papa Francisco teve neste sábado, 16 de Dezembro de 2017, uma manhã intensa, com diversas audiências. Iniciou às 9 horas recebendo o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação da Congregação para os Bispos; seguido às 10 horas do Presidente da Republica do Equador, Lenin Moreno Garcés, com o séquito. O encontro durou 45 minutos, após os quais foi a vez de D. Hector Miguel Cabrejos Vidarte, arcebispo de Trujillo, no Peru, país que o Papa vai visitar em Janeiro; às 11.15 recebeu na Sala do Consistório uma Delegação da Acção Católica Meninos (ACR), formada de 80 pessoas. Por último, ao meio dia, Francisco recebeu na Sala Clementina, uns 350 membros da União da Imprensa Periódica Católica (USPI) e da Federação Italiana dos Semanários Católicos (FISC). 

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Aos 350 membros da Imprensa periódica e Semanários Católicos italianos, em representação de cerca de 3 mil órgãos jornalísticos, o Papa disse-lhes que têm uma das mais importantes missões do mundo: “a de informar correctamente, de dar a todos uma versão dos factos o mais aderente possível à realidade. Sois chamados a tornar acessível a um vasto publico problemáticas complexas, de modo a fazer uma mediação entre o conhecimento à disposição dos especialistas e a possibilidade concreta de uma sua ampla divulgação. A vossa voz livre e responsável é fundamental para o crescimento de qualquer sociedade que se considere democrática, a fim de que seja contínua a troca de ideias e um profícuo debate baseado em dados reais e correctamente reproduzidos”.

O Papa fez notar ainda que no nosso tempo dominado pela ânsia da velocidade, pelo sensacionalismo, em detrimento da precisão e da completude, da emotividade, em vez da reflexão ponderada, sente-se a premente necessidade de uma informação de confiança, com dados e notícias verificáveis, e que faça crescer no leitor o sentido crítico e não faça dele uma presa fácil para manipulações.

Uma exigência à qual – afirmou Francisco – a média e pequena editoria pode responder facilmente, pois que possui no seu índole vínculos saudáveis que a ajudam a gerar uma informação menos sujeita à pressão das modas. Com efeito, é geneticamente mais ligada à sua base territorial, mais próxima da vida quotidiana das comunidades e aos factos na sua essencialidade e realidade, realidade que não encontra espaço facilmente nos outros canais de  comunicação.

Quanto aos semanários diocesanos, membros da Federação Italiana Semanários Católicos (FISC) que está a comemorar 50 anos de vida, o Papa disse que podem ser “úteis instrumentos de evangelização”, de dialogo e comunicação entre as várias componentes eclesiais. Trabalhar nestes meios significa sentir a proximidade das pessoas, ler os acontecimentos à luz do Evangelho e do magistério da Igreja. Estes elementos são no dizer do Papa, a “bússola” do modo peculiar de fazer jornalismo, de dar notícias, de expor opiniões.

Os semanários diocesanos, integrados com as novas formas digitais de comunicação, são importantes e “necessitam de um renovado empenho da parte dos Pastores e de toda a comunidade cristã”  - frisou o Papa, recomendando uma linguagem pacata, palavras ponderadas e claras, que afastam a inflação do discurso alusivo, gritado e ambíguo.

É importante – continuou – dar à opinião pública instrumentos para poder compreender e discernir sobre a informação que recebe e não fique atordoada, desorientada. O direito à informação correcta, assim como a dignidade das pessoas foram igualmente sublinhados pelo Papa que disse:

Não se deve cair nos “pecados da comunicação”: a desinformação, isto é, dizer só uma parte, a calúnia, que é sensacionalista, ou a difamação, procurando coisas ultrapassadas, velhas, e trazendo-as hoje à luz: são pecados gravíssimos, que prejudicam o coração do jornalista e prejudicam as pessoas.”

Francisco concluiu o seu discurso, encorajando a existência e a vitalidade destes meios de comunicação católicos, voz da riqueza das diversas comunidades locais e dos seus territórios. 

(DA)








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