Tecnologia: oração do Papa na Web Summit de Lisboa

‘Click to Pray’, é “a plataforma virtual de oração do Papa Francisco” e vai estar presente na Web Summit, conferência de tecnologia que se realiza em Lisboa de 6 a 9 de novembro – é o que publica a Agência Ecclesia que adianta ainda que esta “iniciativa foi selecionada para estar entre as 200 startups que concorrem ao Pitch, uma apresentação em poucos minutos sobre o desenvolvimento do projeto e os desafios que enfrenta”.

A Agência Ecclesia publica declarações do diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, o padre jesuíta Frédéric Fornos que afirma ser a presença da plataforma ‘Click to Pray’ na Web Summit um “sinal” de que a “Igreja Católica entende a linguagem dos tempos atuais e é capaz de utilizar a tecnologia para trabalhar pelos seus desafios e levar a cada canto do mundo as intenções do Papa pelos desafios da humanidade” – sublinha o padre Fornos.

Recorde-se que a plataforma ‘Click to Pray’ foi adotada como a aplicação oficial da Rede Mundial de Oração do Papa, que é agora a nova designação do Apostolado de Oração – assinala a notícia da Agência Ecclesia.

Criada em Portugal no ano 2014 a Rede Mundial de Oração do Papa conta atualmente com cerca de “620 mil utilizadores”, e uma média de “6 milhões de utilizações por semana”. Está disponível em cinco línguas: português, espanhol, inglês, francês e alemão e propõe três momentos de oração diária. É possível aceder através de aplicações para iphone e android, no YouTube e ainda em redes sociais como o Facebook e o Twitter.

A Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa, é a rádio parceira da Web Summit Lisboa 2017 e entrevistou Paddy Cosgrave um dos fundadores deste evento de tecnologia. Publicamos aqui no som da Rádio Renascença alguns excertos dessa entrevista na qual Cosgrave revela que a Web Summit está a tornar-se num evento cada vez mais político, um momento para colocar os líderes mundiais a discutir sobre como a tecnologia está a mudar a forma como vivemos.

“A forma como organizamos as cidades, a legislação sobre os transportes, habitação, educação e também os sistemas fiscais e tributários estão a ser postos em causa pelas novas empresas de tecnologia. Isto significa que os políticos e os pensadores precisam de unir esforços. Historicamente, a Web Summit tem sido o palco das empresas de tecnologia.”

“A grande mudança deste ano é a presença de políticos. E também temos os líderes dos 20 “think tanks” [grupos de reflexão] mais influentes do mundo, académicos, vencedores dos prémios Nobel, que vêm para debater e discutir abertamente a forma como vamos gerir as nossas sociedades no futuro – vai ser diferente do que fazemos hoje.”

“O impacto social da tecnologia é enorme e muito profundo. A tecnologia costumava ser uma caixa cinzenta e muito feia, que estava pousada a um canto de uma secretária, durante os anos 80 e 90.”

“A internet praticamente não existia, não era algo que moldasse as nossas vidas. Agora, as nossas crianças vão a pé para a escola sem olhar para o caminho, só olham para os telefones. Estamos também a ver cada vez mais sinais de adição às redes sociais com consequências muito negativas, especialmente para as gerações mais novas.”

“Os jovens nunca se sentiram tão sós e isolados, apesar de nunca terem estado tão ligados como hoje em dia. O problema é que estão ligados na internet e não no mundo real. Enquanto sociedade global, em que tipos de políticas é que deveríamos estar a pensar para proteger as nossas crianças, na era de todas estas novas tecnologias? Nunca pensamos nisso antes, mas agora precisamos de pensar nisso.”

Era Paddy Cosgrave um dos fundadores da Web Summit em entrevista à Rádio Renascença. A emissora católica portuguesa é a rádio parceira deste mega conferência global que é um dos maiores eventos de tecnologia do mundo e vai juntar na capital portuguesa dezenas de milhares de participantes.

A Web Summit 2017 conta pela primeira vez com um espaço dedicado às alterações climáticas, numa edição com um importante enfoque político com a presença de personalidades como António Guterres, secretário-geral da ONU, François Hollande, ex-presidente da República Francesa, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA e ainda Carlos Moedas, o Comissário Europeu para a Inovação e Investigação.

(RS/Agência Ecclesia/RR)