2017-11-01 09:42:00

Reforma: católicos e luteranos, superados preconceitos graças ao ecumenismo


O caminho ecuménico trilhado juntos nos últimos cinquenta anos – apoiado pela oração comum, pelo culto divino e pelo diálogo ecuménico – levou “à superação de preconceitos, à intensificação da compreensão recíproca” e à assinatura “de acordos teológicos decisivos”.

É o que diz o comunicado conjunto da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização divulgado este 31 de outubro, data que conclui o ano de celebrações ecuménicas dos 500 anos da Reforma Protestante.

De facto, os eventos tiveram início em 31 de outubro de 2016 com a oração luterano-católica na Catedral de Lund, na Suécia, ocasião em que o Papa Francisco e o então Presidente da FLM Bispo Munib A. Younan, assinaram uma Declaração Conjunta onde se comprometiam a prosseguir juntos o caminho ecuménico rumo à unidade pela qual Cristo rezou (João 17,21).

No texto, é reconhecida a “comum responsabilidade pastoral de responder à sede e à fome espiritual do nosso povo de sermos “um” em Cristo. Desejamos ardentemente que esta ferida no corpo de Cristo seja curada. Este é o objectivo dos nossos esforços ecuménicos, que queremos fazer progredir, também renovando o nosso compromisso pelo diálogo teológico”.

A declaração também ressalta que “pela primeira vez, luteranos e católicos viram a Reforma de uma perspectiva ecuménica”, “o que tornou possível uma nova compreensão daqueles eventos do século XVI que levaram à nossa separação”.

“Se é verdade que o passado não pode ser mudado, é também verdade que o seu impacto actual sobre nós pode ser transformado em modo que se torne um impulso para o crescimento da comunhão e um sinal de esperança para o mundo: a esperança de superar divisões e fragmentações”.

O que emergiu mais uma vez com clareza, é “que aquilo que nos une é bem superior ao que nos divide”.

Um passo decisivo no caminho rumo à unidade, foi a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em 1999, gesto repetido pelo Conselho Metodista Mundial em 2006 e pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas durante este ano das celebrações dos 500 anos da Reforma.

E neste 31 de outubro de 2017, a mesma Declaração será acolhida pela Comunhão Anglicana no decorrer de uma Solene cerimónia na Abadia de Westminster.

“Sobre esta base, as nossas comunidades cristãs podem construir sempre mais estreita ligação de consenso espiritual e de testemunho comum ao serviço do Evangelho”.

Além disso, são também destacadas no documento as inúmeras iniciativas de oração comum e de culto divino entre luteranos e católicos e demais parceiros ecuménicos em várias partes do mundo, assim como os encontros teológicos e as importantes publicações que ofereceram subsídios para este ano de celebrações.

A Declaração conclui reafirmando o compromisso de avançar neste “caminho comum, guiados pelo Espírito Santo, rumo a uma crescente unidade”, buscando discernir a “interpretação de Igreja, Eucaristia e Ministério, esforçando-nos para chegar a um consenso substancial com o objectivo de superar as diferenças que são até hoje fonte de divisão entre nós”. (BS/JE)








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