2017-10-17 11:36:00

Dom Bertin: em Mogadíscio o ataque mais grave da Somália


Actualiza-se continuamente o balanço das vítimas do ataque do sábado passado em Mogadíscio, onde um caminhão armadilhado explodiu num bairro central, em frente do hotel Safari e do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O caminhão que explodiu era seguido pelas forças da ordem por ser considerado "suspeito". Um segundo caminhão explodiu poucos minutos depois numa outra estrada causando várias vítimas.

Os mortos confirmados seriam mais de 300 e igual número de feridos, alguns dos quais em gravíssimas condições. Entre as vítimas, segundo informam os serviços de saúde locais, também 15 crianças que estavam num autocarro escolar, que ficou atingido pelas explosões.

Embora ainda não tenha sido reivindicado, o ataque é atribuído ao grupo terrorista al-Shabaab, que controla algumas áreas no centro e sul do País.

Segundo Dom Giorgio Bertin, bispo de Djibouti e administrador apostólico de Mogadíscio, que vive e conhece a difícil situação da Somália há 26 anos, aquilo que aconteceu está numa certa continuidade de ataques particularmente ferozes destes últimos anos, mas o ataque de sábado é o mais grave que tenha sido feito no País.

"Quando se vai para lá" – diz Dom Bertin a propósito do clima de segurança na Somália - parece que a situação é normal; eu pude passar cinco dias em Baidoa, dois dias em Mogadíscio. Naturalmente, era acompanhado por uma escolta armada, mas os somalis viajam normalmente. Parece a vida normal. Alguém poderia ter a impressão de que eles estão um pouco habituados a ver, a sofrer estes ataques momentâneos, mas que parecem nunca mudar a vida. Eu diria que, mesmo que aquilo que aconteceu é uma catástrofe, não devemos desesperar. Seria um duplo ataque se nos resignássemos. Na minha opinião, devemos continuar a buscar uma maior unidade dentro da Somália e da comunidade internacional para enfrentar este problema”.

O ataque de sábado em Mogadíscio fere ulteriormente um País já atingido por uma difícil situação humanitária. Andrea Martinotti, chefe da missão Intersos na Somália, recorda que são 3,1 milhões de pessoas na Somália que vivem em estado de emergência e 975 mil os deslocados - a maior parte dos quais causados pela seca. Além disso, há uma necessidade contínua de apoio, sobretudo nas zonas rurais, algumas das quais muito difíceis de alcançar porque estão sob o controle do al- Shabaab. (BS)








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