2017-10-02 10:00:00

Plano de reconstrução para os cristãos no Iraque


Plano Marshall para o Iraque é a definição mais simples e concreta de um grande projeto da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que visa reconstruir cidades e infraestruturas na Planície de Nínive que foram destruídas pelo autoproclamado Estado Islâmico em 2014. As comunidades cristãs que ali se encontram tiveram que fugir e poderão agora regressar às suas casas.

Este plano de reconstrução foi apresentado na semana passada em Roma na Universidade Lateranense durante uma Conferência Internacional subordinada ao tema “Iraque, regresso às raízes” organizada pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

A destruição deixada pelo Isis – autoproclamado Estado Islâmico –  dá agora lugar à esperança de tantos cristãos num plano que prevê, por exemplo, a reconstrução de 13 mil casas que foram destruídas. Um esforço financeiro de cerca de 250 milhões de dólares do qual ainda só parte foi recolhido pela AIS sob a forma de donativos de instituições privadas.

O projeto pretende fazer regressar mais de 14 mil famílias, sendo que 3200 já regressaram num total de 1244 casas reconstruídas. Em declarações à Rádio Vaticano, o secretário-geral da AIS, Phillip Ozores, pede um maior envolvimento da comunidade internacional:

 “A agenda é, por um lado, a de continuar a encontrar um apoio concreto, em forma de dinheiro, para a reconstrução da Planície. O projeto está completo; então todos os recursos que chegam são utilizados de maneira muito eficaz: imediatamente, como disse o Dr. Stephen Rashce; os recursos que chegam são imediatamente transformados em casas. E as pessoas podem regressar de Irbil, onde se encontram ainda refugiadas. Este é o primeiro ponto, muito concreto. Mas o outro ponto é aquele que estamos a fazer hoje por ocasião desta conferência e diz respeito a falar e ao dirigir-se concretamente à comunidade internacional. Estamos a falar com alguns governos de forma muito concreta, para lhes dizer que o nosso esforço pode dar frutos, mas não para além de um certo ponto, porque a nossa é uma pequena organização. Temos, portanto, necessidade de ajuda da comunidade internacional – de ajudas – tanto a financeira como aquela que serve para criar estabilidade política na região. Deveria estar claro que a comunidade internacional e os Estados irão colaborar com as autoridades locais somente se a segurança for garantida para as minorias que vivem na Planície de Nínive”.

Estabilidade e segurança são os pressupostos necessários para a reconstrução – quem o afirma é o Patriarca Caldeu de Bagdad, Louis Raphael Sako que à Rádio Vaticano pediu uma intervenção mais profunda, também ao nível da educação para a paz:

“Sem a reconciliação, o que quer dizer reconstruir as casas? Depois poderiam ser novamente destruídas. A coisa mais importante é a cultura, a mentalidade: esta gente deve sair desta cultura de violência. Sempre guerra, sempre violência, sempre vingança: é preciso educar as pessoas a viverem juntas, com a paz, com o respeito, com a colaboração e a boa compreensão”.

Nesta conferência em Roma esteve também presente o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano Pietro Parolin que sublinhou que “o projeto visa restituir aos cristãos aquele ambiente de normalidade de vida necessário para superar o medo e o desespero e para poder olhar com esperança o futuro”.

(RS)








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