O Papa Francisco recebeu, nesta terça-feira (26/09), na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, Presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscovo.
Este encontro entre Francisco e Hilarion segue outros momentos de proximidade pessoal
e outras ocasiões de diálogo e confronto entre a Igreja Católica e o Patriarcado de
Moscovo sobre o testemunho comum de Cristo a ser oferecido ao mundo.
“Importante na relação entre as duas Igrejas a transferência a Moscovo, nos últimos
meses, de uma relíquia de São Nicolau de Bari, venerado pelas duas Igrejas, cuja exposição
em Moscovo e depois em São Petersburgo atraiu milhões de fiéis. Nestes anos do pontificado
do Papa Francisco não faltaram encontros entre Hilarion e o Santo Padre, sempre ligados
a uma circunstância, a um momento”, sublinhou o professor Riccardo Burigana docente
de história do ecumenismo e director do Centro Italiano de Estudo para o Ecumenismo
São Bernardino de Veneza.
“O encontro de hoje tem uma relevância particular à luz da relações que se criaram após a visita do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, à Rússia. Depois, a relação entre ortodoxia e Igreja Católica que do ponto de vista teológico prossegue com esforço, mas com grande atenção. Houve momentos de confronto sobre como viver juntos o anúncio de Cristo e testemunhá-lo, visto que existem situações de sofrimento. Pensemos na Síria e no Médio Oriente são passos juntos de importância extraordinária.”
O Metropolita Hilarion está aqui também como acto de agradecimento pelas relíquias de São Nicolau que foram levadas à Rússia...
“Sim. As relíquias de São Nicolau renovaram uma tradição forte na Igreja ortodoxa russa. Como não pensar aos milhões de fiéis que no século XIX, quando era possível, e depois quando o comunismo imperava na Rússia, foram a Bari para venerar as relíquias. Um gesto muito apreciado, pois renovou uma tradição e recordou que ortodoxos e católicos têm em comum este forte senso de veneração de um passado para pedir uma ajuda para o presente. Não é algo de mágico, como alguém escreveu com ironia ao ver milhares de fiéis de todas as idades que visitaram, veneraram e rezaram diante das relíquias de São Nicolau.” (BS/MJ/AP)
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