2017-08-25 16:06:00

Orissa recorda as vítimas do violento ataque a cristãos em 2008


“A minha oração é que o Khandamal Day seja recordado como um movimento de povos e que a luta, o sofrimento da nossa gente,  seja para todos prova de fé” – Este o desejo que o arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, John Barwa, exprimiu ontem, véspera do dia de memória do massacre contra cristãos em Orissa, na India.

A Igreja na India recorda neste dia 25 de agosto a feroz violência desencadeada pelos grupos nacionalistas indus contra cristãos. O distrito de Khandamal foi o mais atingido. E é precisamente ali que neste dia 25 se reunirão mais de dez mil pessoas de várias religiões para exprimir a sua solidariedade e amor às vítimas.

Mas o que se passou exactamente? A 23 de agosto de 2008 um grupo maoista assassinou Laxamananda (líder do grupo nacionalista indu Vhishna Kindu Parishad) no seu “ashram”, no distrito de Kandhamal. Embora os guerrilheiros tivessem admitido imediatamente a sua responsabilidade, os radicais indus deram a culpa aos cristãos, já havia tempo criticados pelo Laxamananda devido ao seu empenho social em relação aos últimos, entre os quais os dalit e, por isso, acusados juntamente com os bispos, sacerdotes e religiosas de fazer proselitismo.

Em Kandhamal os extremistas indus desencadearam, portanto, a perseguição mais violenta jamais vista na India contra a minoria cristã. Isto obrigou mais de 56 mil fiéis a fugir, 5600 casas foram assaltadas e queimadas em 415 aldeias. Segundo os dados do Governo, as vítimas mortais foram 38. Duas mulheres foram violadas e  numerosas pessoas ficaram com mutilações permanentes. De sublinhar ainda que 300 igrejas foram destruídas sem falar em conventos, escolas e institutos de assistência. E para além das 38 pessoas mortas imediatamente, outra 41 faleceram depois devido aos ferimentos provocados pela violência.

O arcebispo não participa no encontro de hoje, mas diz que acompanhará com a oração e apoia o pedido das vítimas e dos sobreviventes que lutam pela justiça. Queremos também – disse o arcebispo à agencia Asia News  - que seja actuada a sentença pronunciada pelo Tribunal Supremo  a 2 agosto de 2016. O Tribunal ordenou a imediata reabertura dos casos cuja absolvição não são justificadas  pelos factos, definiu como insignificante as indemnizações concedidas e estabeleceu compensações para as casas destruídas e as famílias afectadas pelo luto. Os juízes ordenaram também  maiores pagamentos pelos prejuízos e pelos feridos por causa das violências.

(DA com TC)








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