2017-08-21 14:16:00

Moisés Malumbu - Promover o ensino da História da África


Mbanza Kongo e Cais do Valongo. Duas realidades diferentes, um denominador comum: a escravatura. Ambas foram declaradas em Julho passado, pela UNESCO, Património Mundial da Humanidade: Cais do Valongo por constituir a memória histórica do desembarque, no Rio de Janeiro, de africanos escravizados. E Mbanza Kongo, por ser a capital do amplo Reino do Congo, um dos maiores Estados constituídos da África Austral entre os séculos XIV e XIX.  Reino onde os portugueses chegaram no século XV e com eles o cristianismo. 

Os Reis do Congo que eram monoteístas e tinham um Estado bem organizado e desenvolvido, viram nessa chegada uma oportunidade de contacto com um outro povo para o progresso de ambos. Intuíram que através do cristianismo podiam também desenvolver-se espiritualmente e até se fizeram baptizar. E de facto, inicialmente, foi assim, alguns cidadãos de Mbanza Kongo foram a Portugal para se formarem em diversos ramos e voltaram. 

Mas, os portugueses, por má intenção ou algum equívoco, deram-se à escravatura.  Os Reis do Congo reagem. O conflito será intenso. 

Com a vantagem das armas de fogo, os portugueses persistem na empresa e tornam-se nos pioneiros do Tráfico Transatlântico de africanos escravizados para o chamado “novo mundo”. Isto virá a dar origem aos afrodescendentes que ainda hoje vivem os estigmas da escravatura a que os seus ascendentes foram submetidos. 

Por esta razão, a ONU declarou uma Década (2015-2024) para ajudar a eliminar esses estigmas. O tema da Década é “Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento.” 

Como pode então um país como Angola, sede do Reino do Congo (Mbanza Kongo) e donde partiram milhares e milhares de pessoas o "novo mundo", deve aproveitar esta "Década Internacional" para pôr em evidência todas essas vicissitudes? 

Para o Doutor Moisés Malumbu, sociólogo, angolano, jornalista da Rádio Vaticano, tudo passa pela valorização do ensino da História da África, ensino que é hoje muito negligênciado em toda a África. Só assim se poderá evitar os erros do passado e levar a África para um são desenvolvimento. 

Oiça tudo na rubrica "Decada dos Afrodescendentes" clicando em baixo: 

(DA) 

 








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