2017-06-12 09:22:00

“O Islão está em perigo”: o comentário do Prof. Paolo Branca


Os ataques terroristas que ocorreram nas últimas semanas na Inglaterra e no Irão têm a marca do Isis, o auto proclamado Estado Islâmico, que continua a espalhar o seu fundamentalismo no mundo. A desestabilização no Médio Oriente e no Norte de África são campo largo para a radicalização daqueles que se juntam ao Isis.

Sobre esta situação de insegurança, que marca cada vez mais a vida de todos nós, a Rádio Vaticano pediu um comentário ao Prof. Paolo Branca, docente da Universidade Católica de Milão e especialista em islamismo. A reportagem é do jornalista italiano Fabio Colagrande:

“Seguramente países como a Grã-Bretanha, particularmente expostos de um ponto de vista das crises internacionais, são os objetivos privilegiados destes ataques. Mas, há algo mais. Há uma espécie de guerra identitária, conduzida por pessoas desequilibradas, não especialmente crentes ou praticantes, que encontram nestes atos extremos um modo para dar um sentido à sua vida.”

“O Islão não é um perigo mas está em perigo. É uma grande tradição religiosa, com a sua espiritualidade e a sua ética, que está, no entanto, a cair numa espiral de violências internas. Não esqueçamos que a maioria das vítimas deste fundamentalismo cego são os próprios muçulmanos na Síria, no Iraque ou na Líbia. É uma crise de época para o Islão que deveria, talvez, fazer-nos estar mais ativos no apoio à parte sã desta tradição religiosa…”

“Este radicalismo, este tradicionalismo extremo, foi muito patrocinado pelas monarquias do petróleo do Golfo e é neste sentido, verdadeiramente escandaloso que o presidente americano tenha ido vender 110 mil milhões de dólares de armas à Arábia Saudita, dias depois de o Grã Muftì daquele país ter excomungado o Egito por ter acolhido o Papa Francisco, considerado por ele o ‘chefe dos infiéis’. Uma notícia que praticamente ninguém recordou mas que diz bem de quais sejam hoje os interesses naquela área.”

Nesta entrevista à Rádio Vaticano o Prof. Paolo Branca referiu que para combater o terrorismo na Europa é preciso colaborar com as comunidades muçulmanas e levá-las a expelir o radicalismo do interior das suas comunidades. O Prof. Branca fez um alerta dizendo que a colaboração com as comunidades muçulmanas não deve ser apenas securitária, mas deve encontrar a parte boa destas comunidades e valorizá-la, tendo referido uma boa oportunidade para esse trabalho de valorização cultural: a Expo do Dubai que terá lugar no ano 2020.

(RS)








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