O Brasil, segundo país do mundo por número de afrodescendentes (53% da população) tem uma desigualdade estruturante que afecta ainda muito a vida dos descendentes de pessoas levadas da África para lá em forma de escravos.
As consequências disso vivem-se ainda no país, onde 70% dos pobres são negros, dois em cada três assassinatos são de negros; as diferenças salariais são enormes entre brancos e negros; as quotas fixadas nos anos recentes para o acesso dos negros às universidades não estão ainda a ter efeito no trabalho, e assim por diante.
Por isso, o Brasil abraçou em cheio a “Década Internacional das Pessoas de Ascendência Africana” lançada pela ONU em 2015 e já tem um Plano de acção em andamento. O Plano está articulado em diversos eixos, como nos explicou a Drª Ana Carolina Querino. Ela faz parte da ONU/Mulher, organismo que coordena as acções da Década no Brasil.
Mas essa desigualdade social que afecta os afrodescendentes no Brasil é também culpa dos próprio negros, ou não? A telenovela “Terra Nostra” sobre a emigração dos italianos para o Brasil em finais do século XIX devido à pobreza em Itália, leva um bocado a pensar que os italianos chegaram e passaram à frente, em termos de integração e desenvolvimento, aos negros que lá estavam havia séculos…É mesmo assim?
A Drª Ana Carolina Querino esclarece-nos sobre isto e sobre as acções do Movimento Negro no país.
Oiça tudo aqui no número da nossa rubrica sobre a Década dos Afrodescentes.
(DA)
(Foto - ONU Mulheres/Bruno Spada)
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