2017-05-12 17:48:00

Papa: caminhar em direcção às periferias do conhecimento


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã de hoje, sexta-feira, dia 12 de Maio de 2017,  às 10,30 horas de Roma, em audiência na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes do encontro promovido pela Specola Vaticana.

Os temas sobre os quais discutiram nestes dias em Castelgandolfo, observou o Papa no seu breve discurso, são de particular interesse para a Igreja, pois que dizem respeito à questões que interpelam em profundidade a nossa consciência: a saber, a questão da origem do universo e da sua evolução, a estrutura profunda do espaço e do tempo etc.

É claro, acrescentou Francisco, que estes temas têm uma particular relevância para a ciência, a filosofia, a teologia e também para a vida espiritual. Esses temas representam a arena na qual estas diversas disciplinas se encontraram e muitas vezes divergiram ou se combateram mutuamente.

“Mons. George Lemaître, na sua dúplice veste de sacerdote católico e de cosmólogo, numa incessante tensão criativa entre ciência e fé, defendeu sempre de maneira lúcida, a nítida distinção metodológica que existe entre os campos da ciência e da teologia, vistos como âmbitos de competência diversas, que todavia si uniram de forma harmoniosa na vida. Esta distinção, já presente em S. Tomás de Aquinas, impede de produzir curto-circuitos que são nocivos seja para ciência seja para a fé”.

Ora, nesta imensidade “espaço-temporal”, nós os seres humanos, observou ainda o Santo Padre, podemos provar um sentido de maravilha e experimentar a nossa pequenez, enquanto emerge, ao mesmo tempo, no nosso ânimo, a pergunta do salmista: “Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles” (Sal 8, 5).

Albert Einstein amava afirmar, recordou o Papa, quanto segue: “se poderia bem dizer que o eterno mistério do mundo, é a sua comprensibilidade”. De facto, a existência e a inteligibilidade do universo, recordou Francisco, não são fruto do caos ou do acaso, mas da Sapiência divina, presente “como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra” (Pr 8,22).

“Alegro-me  e aprecio vivamente o vosso trabalho e encorajo-vos a perseverar na busca da verdade. Não se deve nunca ter medo da verdade, nem colocar-se  em posições de fechamento, mas aceitar a novidade das descobertas científicas em atitude de total humildade. Caminhando em direcção às periferias do conhecimento humano, se pode realmente fazer uma experiência autêntica do Senhor, que é capaz de preencher o vazio do nosso coração”.    








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