2017-03-21 11:20:00

Egipto. Amnesty: “O Governo deve fazer mais para proteger os cristãos”


"Tememos o efeito de imitação que poderiam provocar os actos de violência contra os cristãos coptas no norte do Sinai. No início de março eram já mais de 200 as famílias cristãs obrigadas a abandonar al-Arish, capital do Governatorato do Norte do Sinai. Dentro da comunidade copta existe o terror e a sensação de não serem suficientemente defendidos.

Esta fuga de centenas de pessoas para alojamentos improvisados põe o problema de encontrar uma acomodação duradoura e adequada para as famílias forçadas a evacuar com a violência". Riccardo Noury, porta-voz da Amnesty International na Itália, ressalta a gravidade da situação humanitária dos cristãos coptas na Península do Sinai, perseguidos faz já muito tempo por grupos islâmicos.

"A comunidade copta saudou favoravelmente o golpe militar de julho de 2013, que levou à queda do ex-presidente Mohamed Morsi, do partido da Irmandade Muçulmana, e pagou esta escolha de campo", disse Noury. "Depois de algumas semanas começaram, na verdade, represálias de matriz islâmica contra igrejas, casas particulares, empresas, propriedades  pessoais, saqueadas e incendiadas, mas também ataques a pessoas, feridas e às vezes mortas. Um uso da violência que nunca parou, sobretudo no Norte do Sinai, que é uma verdadeira terra de ninguém. O auge foi no fim de fevereiro com sete assassinatos em poucas semanas e a evacuação de dezenas de pessoas.

"O Governo é chamado agora a garantir um alojamento adequado para famílias evacuadas e fazer investigações destes assassinatos. Aquele território deveria ser controlado, porque corre o risco de novas infiltrações por parte de bandos armados e terroristas. Mas, no longo prazo, o executivo egípcio, deveria, sobretudo, garantir uma protecção eficaz aos cristãos no País", afirma o porta-voz da Amnesty International Itália. "Nestes últimos anos temos constatado, de facto, que os acordos de mediação celebrados pelo Governo sobre o território para proteger os coptas, muitas vezes se  resolvem com a expulsão destes últimos, tornando-se assim uma submissão ao mais forte”. (BS)








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