2017-02-27 12:53:00

Semana do Papa de 20 a 26 de fevereiro


Nesta “Semana do Papa” destaque para as palavras de Francisco a propósito do acolhimento dos migrantes e refugiados. Atenção ainda para a Audiência Geral e o Angelus deste VIII Domingo do Tempo Comum.

Acolher, proteger, promover e integrar

Na terça-feira dia 21 de fevereiro o Papa recebeu em audiência os participantes do VI Fórum Internacional sobre Migrações e Paz. Esta iniciativa foi promovida pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, pela Rede Internacional de Migrações dos padres Scalabrinianos e pela Fundação Konrad Adenauer.

Francisco elencou as principais razões que criam condições para as migrações forçadas: conflitos, desastres naturais, perseguições, mudanças climáticas, violências, pobreza extrema e condições de vida indignas.

O Santo Padre assinalou que perante este complexo cenário a comunidade política, a sociedade civil e a Igreja devem dar uma resposta urgente e em “modo coordenado e eficaz”. Francisco apontou quatro verbos para articular uma resposta comum ao drama das migrações: “acolher, proteger, promover e integrar”.

Quanto ao verbo acolher o Santo Padre disse ser necessária uma mudança de atitude para superar a indiferença desenvolvendo um acolhimento digno e responsável abrindo canais humanitários para quem foge da guerra.

Para Francisco proteger é um verbo que se deve conjugar como um verdadeiro “imperativo moral” para defender os migrantes da violência, dos abusos e da exploração.

Entretanto, para o Papa não basta acolher e proteger os migrantes e refugiados, pois é preciso “promover o desenvolvimento humano integral” sendo necessária “uma ação coordenada e previdente” tendo afirmado que “promoção humana dos migrantes e das suas famílias” deve começar nas “comunidades de origem” onde devem ser promovidas condições para não terem que “emigrar”.

Francisco propôs ainda o verbo integrar para ser conjugado através de “programas específicos que favoreçam o encontro” cultural entre os migrantes e as comunidades que os acolhem.

O Papa recordou a “centralidade da pessoa humana” propondo que seja recuperado o “valor da fraternidade” através de uma “mudança de atitude” que permita promover a “cultura do encontro” para com os migrantes e refugiados, especialmente, as crianças e os adolescentes que são “forçados a viver longe da sua terra de origem e separados dos afetos familiares” – disse Francisco que, recorde-se, dedicou aos mais jovens a sua recente Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

Romper com a natureza é romper com Deus

Na quarta-feira dia 22 fevereiro a audiência geral voltou a ser na Praça de S Pedro onde estiveram cerca de 10 mil fiéis. O Papa propôs uma catequese sobre a esperança cristã e a criação e afirmou que romper a comunhão com a natureza é romper com Deus.

Destaque especial para as palavras de Francisco sobre a situação no Sudão do Sul onde mais de 100 mil pessoas sofrem de fome e cerca de 1 milhão estão em risco tal como já denunciou a ONU. Foram estas as palavras do Papa:

“Suscitam particular preocupação as dolorosas notícias que chegam do martirizado Sudão do Sul, onde ao conflito fratricida se junta agora uma grave crise alimentar que atinge a região do Corno de África e que condena à morte por fome milhões de pessoas, entre elas muitas crianças.“

“Neste momento, é mais do que nunca necessário o empenho de todos a não limitar-se apenas a declarações, mas a tornar concretas as ajudas alimentares e a permitir que elas possam chegar às populações que sofrem. Que o Senhor ampare estes nossos irmãos e os que trabalham para ajudá-los.”

Confiança em Deus, Pai fiel, amigo e aliado

No Angelus de dia 26 de fevereiro, VIII Domingo do Tempo Comum, estiveram cerca de 30 mil fiéis na Praça de S. Pedro. Na sua mensagem Francisco exortou os cristãos a colocarem a sua confiança em Deus “Pai fiel, amigo fiel, aliado fiel”:

“Deus não é um ser distante e anónimo: é o nosso refúgio, a fonte da nossa serenidade e da nossa paz. É a rocha da nossa salvação, a quem nos podemos agarrar na certeza de não cair; quem se agarra a Deus não cai, quem se agarra a Deus, não cai nunca! É a nossa defesa do mal, sempre à espreita. Deus é para nós o grande amigo, o aliado, o pai, mas nem sempre nos damos conta disso”.

Rezar juntos o Evangelho da caridade

Na tarde deste domingo Francisco visitou a Paróquia anglicana de “Todos os Santos” em Roma no ano em que esta comunidade completa 200 anos. Foi uma etapa importante do diálogo ecuménico entre católicos e anglicanos, um momento para rezarem juntos o Evangelho da caridade. A este propósito o Santo Padre informou que está a estudar a possibilidade de uma viagem ao Sudão do Sul,país que está a viver uma grave crise de violência e fome, como o Papa já tinha sublinhado na audiência geral da passada quarta-feira. Esta viagem ao Sudão do Sul poderá vir a ser realizada juntamente com Justin Welby, o arcebispo de Cantuária a pedido das igrejas locais.

E com a visita do Papa a uma paróquia anglicana em Roma neste domingo, terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 20 a 26 de fevereiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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