2017-02-07 10:02:00

Bispos da CERNA: Apoios para migrantes e diálogo inter-religioso


As migrações para a Europa, o diálogo entre cristãos e muçulmanos, as dificuldades no Norte de África: estes alguns dos temas debatidos pelos Bispos da Conferência Episcopal da Região Norte da África (CERNA), que esteve reunida em assembleia de 2 a 5 de fevereiro no mosteiro de Keur Moussa, diocese de Thiès, no Senegal. O encontro, presidido por Dom Paul Desfarges - Bispo de Constantina e Hipona, nomeado no passado 24 de dezembro arcebispo de Argel, onde tomará posse nesta sexta-feira (10/02) - foi precedido por um retiro espiritual, durante o qual o Cardeal Theodore Adrien Sarr, arcebispo emérito de Dakar, ofereceu meditações apreciadas pelos participantes. Os bispos da CERNA tiveram vários encontros em algumas dioceses do País e foram recebidos pelo presidente Macky Sall.

Os migrantes no Norte de África

Sobre a questão dos migrantes, os bispos salientaram o acolhimento oferecido pelas comunidades cristãs, considerado uma prioridade em nome do Evangelho, juntamente com os que contribuem  acompanhando e apoiando prioritariamente os doentes, mulheres sozinhas ou com crianças, menores não acompanhados e prisioneiros. "Ressaltamos a imensa necessidade dos migrantes serem ouvidos – lê-se no comunicado final da Assembleia -. Somos particularmente interpelados pela solidão, os sofrimentos interiores que muitos deles vivem. Agradecemos as nossas Caritas, organizações diocesanas, as nossas paróquias e comunidades e todas as pessoas, independentemente da nacionalidades e confissão religiosa, que se empenham perante aquilo que constitui uma das maiores tragédias do nosso século".  A esperança é que "a consciência dos povos e em primeiro lugar das comunidades eclesiais" apoiem os líderes "na busca de vias mais dignas e justas”.

As Igrejas do Magrebe precisam de voluntários, sacerdotes e religiosos

Para as necessidades do Magrebe os Bispos pedem ajuda de voluntários, sacerdotes Fidei Donum, religiosos e religiosas, para estudantes e migrantes subsaarianos e para  partilhar com as comunidades cristãs o que se está a viver com os povos muçulmanos do Magrebe. "O encontro com os muçulmanos é um ganho para toda a África, e não só – acrescentam os Bispos – Fomos testemunhas, aqui no Senegal, de uma convivência entre cristãos e muçulmanos, mesmo no seio das famílias”.

O empenho das comunidades eclesiais perante as dificuldades sociais

A propósito da realidade social dos Países africanos ainda se registam violências, perspectivas políticas e económicas incertas, bloqueios e restrições que podem enfraquecer  indivíduos e comunidades. " Tentamos olhar para estas dificuldades com lucidez e enfrentá-las com coragem – prossegue o documento  - A influência do Evangelho não se mede com o peso numérico, mas segundo a qualidade do empenho na sociedade. Acreditamos que esta é uma graça que nos é dada para sermos Igrejas modestas. O serviço, particularmente aos mais fracos – concluem os Bispos do Norte de África - contribua para a marcha dos povos rumo a uma maior justiça e paz”. (BS)








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