2017-01-28 15:30:00

D. Mateus F.Tomás: inculturação e evangelização dos Mucubais


A inculturação é o processo através do qual as culturas recebem e aceitam o Evangelho, enquanto o Evangelho as penetra, diz D. Mateus Feliciano Tomás. Trata-se de um processo simbiótico que espiritualmente se sintetiza nas palavras latinas  “a graça não ignora a natureza” e nisso também não ignora a natureza do evangelizado, é como a água que uma vez versada num vaso toma a forma daquele vaso, mas não  deixa, por isso, de ser água. Nisso, dizia  S. Paulo no capitulo 9 da 1ª  carta aos Coríntios: “sendo livre, me fiz servo de todos para ganhar a todos. Com efeito, e no que sabemos da sua historia S. Paulo também se fez Judeu com os Judeus; Gregos com os gregos e romano com os romanos, mas no fim de tudo é Jesus Cristo que ao encarnar tornou-se na expressão máxima da inculturação, pois,  sendo Deus e segunda pessoa da Santíssima Trindade com o Pai e o Espirito Santo - fez-se em tudo igual aos homens excepto  no pecado, diz o capítulo 4° da carta aos Hebreus.  A esse propósito D. Mateus Feliciano Tomás, primeiro Bispo do Namibe falecido a 10 de Outubro de 2010  falava da inculturação como necessidade de que se deu particularmente conta enquanto primeiro Biso do Namibe onde os Mucubais e outras minorias étnicas locais foram por longo tempo acusadas de serem de difícil penetração pelo Evangelho, quando no fim de contas eles eram tão  acolhedores do Evangelho como os restantes povos bantu.  O que era necessário, segundo D. Mateus era mudar o método da evangelização,  método que em parte deveria passar pelo conhecimento e a utilização da língua dos mucubais e ter em consideração o facto de que como outros bantu também eles já adoravam um único Deus, isto é, eram monoteístas e já tinham no vocabulário da sua língua a palavra Huku, para dizer “Deus único, criador do Céu e da terra”. Esse é - naturalmente, o ponto a partir do qual os Mucubais demonstraram que não só aceitavam a existência de Deus único, mas também que estavam dispostos a acolher a mensagem com que jesus Cristo veio revelar-lhes com maior clareza esse Deus e os pressupostos para ir de modo mais adequado ao encontro desse único Deus, do qual já tinham um nome na própria língua, como precisamente acontece com outros povos bantu, que graças ao monoteísmo que professavam antes da chegada dos missionários não tiveram problemas em aceitar o Evangelho de Cristo. 








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