As sequelas do regime opressivo colonial português fazem-se sentir, ainda hoje, nas ex-colónias portuguesas, através da grande quantidade de adultos analfabetos, enquanto muitos dos que se foram formando, a seguir à independência, não tiveram possibilidade de equilibrar os conhecimentos dos elementos culturais positivos das culturas africanas de modo a integra-los com os elementos positivos da língua e cultura portuguesas.
Em concreto, no período colonial, o sistema de educação dependia da homologação, quer dizer, os africanos não podiam, sem mais nem menos, ser considerados cidadãos na própria terra. A conquista desse direito tinha de passar pela aquisição do título de assimilado, isto é daquele africano que demonstrasse ter perdido elementos culturais africanas, incluindo a própria língua materna africana.
Na entrevista à Rádio Vaticano, o Padre Daniel Kilamba Malamba, angolano, fala das consequências negativas dessa situação por ele abordada na sua tese de doutoramento em ciências de educação, tese que o mesmo acaba de defender e de publicar sob o título: “Educação na convivência democrática nas escolas do ciclo da instrução secundária do Uige. Daniel Malamba afirma também, que na situação actual sente-se a necessidade da mudança do sistema de ensino que metodologicamente em alguns aspectos não se afasta muito do sistema colonial.
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