Os bispos da República Democrática do Congo estão preocupados com a falta de libertação dos presos políticos na sequência do entendimento de São Silvestre, o acordo de 31 de dezembro último, que pôs fim à crise que se criou com a questão da renovação do mandato do Presidente Joseph Kabila e que expirou em 20 de dezembro. "Estamos surpreendidos com o atraso ... há prisioneiros que haviam sido anunciados como libertados e até agora ainda não tivemos nenhuma prova de que eles foram efectivamente realmente libertados - disse Dom Fridolin Ambongo, vice-presidente da Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco) - estas libertações deveriam ter efeito imediato”.
Acordo de São Silvestre (31 de dezembro)
Depois da assinatura do acordo alcançado graças à mediação da Conferência Episcopal
(Cenco) e que prevê a extensão do mandato de Kabila por um ano, a nomeação de um primeiro-ministro
indicado pela oposição e a criação de um Conselho Nacional de supervisão do acordo
e do processo eleitoral, os delegados da oposição haviam apresentado sete casos emblemáticos
de prisioneiros políticos e de opinião que deveriam ser libertados como gesto de distensão,
informa a agência AFP. Para quatro casos tinha havido também o consentimento de todas
as partes.
Dom Djomo Lola: precisamos de uma classe política que tenha a peito o interesse
comum
Numa entrevista com o L'Osservatore Romano, Dom Nicolas Djomo Lola, bispo de Tshumbe
e um dos autores do acordo, disse que a situação no país ainda é muito frágil e que,
a pedido das forças políticas, a Conferência Episcopal acompanhará o processo político
até às eleições. "É preciso fazer emergir uma classe política que tenha a peito o
interesse comum - acrescentou o prelado - e isto é possível através da educação. Temos
de poder contar com homens políticos honestos, que trabalhem para o seu País e não
para si próprios”.
(BS)
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