2017-01-14 09:46:00

China manifesta vontade de maior aproximação ao Vaticano


Neste princípio do ano a China manifestou boa vontade numa aproximação ao Vaticano para encontrar  solução comum à situação dos católicos separados na China entre Igreja clandestina e Igreja oficial. Mas a Associação oficial católica também disse que o melhor era uma Igreja nacional e independente de Roma.

São sinais contraditórios do interior do poder chinês sobre a relação entre a China e o Vaticano. No fim do ano, Yu Zhengsheng, um dos membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, disse que os católicos na China devem ser "independentes" de forças exteriores e promover o patriotismo através da religião.

Yu Zhengsheng afirmou que patriotismo e socialismo devem estar incorporados na religião.

Yu, citado pela imprensa estatal, disse ainda que os católicos chineses devem seguir a “direcção correcta de desenvolvimento" e aderir ao "socialismo com características chinesas".

Yu falava no final da nona conferência dos católicos da China, que reuniu em Pequim, durante três dias, o clero da Associação Patriótica Chinesa – a Igreja católica aprovada pelo Estado e independente da Santa Sé.

Ao mesmo tempo, no China Daily, o jornal oficioso chinês, a manchete do passado dia 28 de Dezembro era religiosa. “China espera melhorar as relações com o Vaticano”. Assim, em sinal de proclamação, o jornal citava declarações de Wang Zuoan, director da Administração Estatal para os Assuntos Religiosos, que afirmou que Pequim espera que o Vaticano adopte uma postura "flexível" e "pragmática", e medidas concretas que favoreçam a melhoria das relações.

Citado pela agência oficial Xinhua, aquele responsável adiantava ainda que a China estava disposta a manter conversações com o Vaticano,  baseadas em princípios relevantes capazes de estreitar as diferenças e sedimentar um caminho comum”. 

Uma das condições foi clarificada pelo Ministério dos Estrangeiros, em Pequim - o Vaticano deve cortar relações com a Formosa e reconhecer o princípio de uma só China.

 A questão da nomeação dos bispos é um dos problemas maiores entre as duas partes mas, recentemente, a imprensa internacional referiu-se a sucessivos encontros entre representantes de Roma e de Pequim  e da existência de um esboço de entendimento acerca de um método de nomeação episcopal.

Numa das conferências de imprensa diárias do MNE chinês, a porta-voz disse que a China sempre demonstrou boa fé na promoção de entendimentos bilaterais e que está disponível para continuar esses contactos.

 O China Daily recorda que em Novembro e Outubro passados, num sinal de boa fé, a China ordenou quatro bispos, todos com aprovação da Santa Sé.

 No fim do ano, a Associação Católica Patriótica Chinesa esteve reunida para eleger uma nova liderança.  Ma Yulin, presidente da conferência episcopal chinesa da Associação Católica oficial disse, na altura, que os princípios da independência, autonomia, e auto gestão servem melhor o interesse nacional chinês.

A Associação Católica Patriótica chinesa reconhece que, actualmente, existem 65 bispos, 3100 sacerdotes e 5800 religiosas num país que, oficialmente, conta com seis milhões de crentes católicos. Contas não oficiais mostram 12 milhões de católicos. A maioria faz parte de comunidades religiosas clandestinas.

Em Macau, Carlos Picassinos








All the contents on this site are copyrighted ©.