2016-11-21 08:18:00

Semana do Papa Especial Misericórdia


Nesta “Semana do Papa Especial Misericórdia” recordamos o essencial da audiência geral do Papa Francisco, a última neste Jubileu da Misericórdia. Destaque ainda para o Consistório para criação de novos cardeais e a Missa na Solenidade de Cristo Rei no encerramento do Ano Santo da Misericórdia.

Suportar com paciência as fraquezas do próximo

Quarta-feira, 16 de novembro: na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa propôs uma catequese dedicada à obra de misericórdia espiritual que nos ensina a suportar com paciência as fraquezas do próximo.

“Somos todos muito bons a identificar a presença de alguém que nos pode importunar” – declarou o Papa dizendo que essas pessoas podem ser colegas de trabalho ou até parentes, e sublinhou o facto de que não examinamos com igual facilidade a nossa consciência, perguntando-nos se também nós não seremos inoportunos para os outros.

Trata-se do exame de consciência que o Santo Padre salientou e perguntou dizendo: “Mas nós fazemos um exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?”

Efetivamente, Deus ensina-nos a ser pacientes e misericordiosos – recordou o Papa – como Ele mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava durante o Êxodo, ou como Jesus que, aos Apóstolos tentados pelo poder e pela inveja, procurava, com muita paciência, fazer-lhes ver aquilo que era o essencial na sua missão.

Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia: ensinar os ignorantes e corrigir os que erram – disse Francisco. Num mundo marcado pela superficialidade, pela busca de satisfações imediatas e efémeras, é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar – observou Francisco.

Contudo, isso é também um apelo à humildade, para que não caiamos no erro de apontar o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no nosso – disse o Papa no final da sua catequese.

Nas saudações em língua portuguesa o Papa dirigiu-se aos pereginos brasileiros do Rio de Janeiro, Votuporanga e Patos de Minas e disse-lhes que “nesta última semana do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Jesus chama-nos a levar a alegria e a consolação do Evangelho a todos os homens, como suas autênticas testemunhas misericordiosas!”

Consistório com um novo cardeal de língua portuguesa

O Papa Francisco presidiu neste sábado dia 19 de novembro na Basílica de S. Pedro ao terceiro Consistório do seu pontificado. Desta vez para a criação de 17 cardeais, dos quais 13 eleitores, renovando, assim, o Colégio Cardinalício.

O Santo Padre na sua homilia denunciou o “vírus da polarização” que existe na Igreja e também na sociedade e pediu aos cardeais para rejeitarem ver um inimigo em quem é diferente.

Os 13 novos cardeais eleitores são provenientes de 11 países, expressando a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus.

Destaque para o mais jovem cardeal da Igreja, D. Dieudonné Nzapalainga, de 49 anos, Arcebispo de Bangui na República Centro-Africana. Entre os novos purpurados foi criado mais um de língua portuguesa que é o Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, D. Sérgio da Rocha que falou à Rádio Vaticano:

“Uma alegria imensa poder receber esta graça, com o sentimento também de gratidão diante desse gesto tão bonito do Papa Francisco, um gesto de bondade, confiança, mas também um gesto de amor pela Igreja no Brasil. Ao mesmo tempo, com a responsabilidade, porque o Papa está confiando um serviço esperando certamente que eu, o episcopado brasileiro, a Igreja no Brasil ofereça a sua contribuição para a Igreja presente aqui em Roma e no mundo inteiro. O momento ali da celebração do Consistório é muito significativo, a proximidade com o Santo Padre, a comunhão com ele, mas também a oração, a presença de tanta gente que aqui veio. Nós não organizamos caravanas a partir de Brasília, preferimos evitar mas as pessoas se organizaram. Há muitos brasileiros, em Roma, na Europa que estiveram aqui e eu senti o Brasil muito perto da gente”.

Cristo, porta da misericórdia

Domingo 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei do Universo: último domingo do ano litúrgico e encerramento do Jubileu da Misericórdia. Francisco, na conclusão do Ano Santo, antes da celebração eucarística, procedeu ao rito de encerramento da Porta Santa da Basílica de S. Pedro.

Na homilia da Missa, o Santo Padre disse que este Ano da Misericórdia convidou-nos a “descobrir o centro, a regressar ao essencial”. Um tempo de misericórdia que nos chama “a olhar o verdadeiro rosto do nosso Rei, aquele que resplandece na Páscoa, e a redescobrir o rosto jovem e belo da Igreja”. Um rosto da Igreja que brilha quando é “acolhedor, livre, fiel, pobre nos meios e rico no amor” – observou.

O Papa afirmou ainda que somos todos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade aos outros, pois muito embora se tenha fechado a Porta Santa, “continuará sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo”.

Francisco convidou os fiéis a pedirem “o dom” da “memória aberta e viva”:

“Peçamos a graça de não fechar nunca as portas da reconciliação e do perdão, mas saber ir além do mal e das divergências, abrindo todas as vias possíveis de esperança” – disse o Santo Padre.

E terminamos, assim, esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia na última semana do Ano Santo da Misericórdia. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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