2016-09-19 17:26:00

Semana do Papa de 12 a 18 de setembro


Destaque especial nesta “Semana do Papa” para a audiência geral de Francisco na Praça de S. Pedro na quarta-feira dia 14 onde afirmou que Jesus estava com os pobres, não era um príncipe. No Angelus deste domingo dia 18 o Papa declarou que a corrupção vicia, gera pobreza, exploração e sofrimento.

Trabalhar pela cultura do encontro

Terça-feira, dia 13 de setembro: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou na sua homilia que devemos trabalhar para construir uma verdadeira cultura do encontro, que vença a cultura da indiferença.

Francisco falou do encontro de Deus com o seu povo, e advertiu para os maus hábitos que, na família, nos afastam da escuta do outro. A Palavra de Deus – disse o Santo Padre – faz-nos hoje refletir sobre um encontro. Com frequência as pessoas “cruzam-se, mas não se encontram”. Cada um “pensa em si mesmo; olha, mas não vê; ouve, mas não escuta”:

“À mesa, em família, quantas vezes come-se, vê-se a TV e escrevem-se mensagens no telemóvel. Todos são indiferentes a este encontro. Até no fulcro da sociedade, que é a família, não existe encontro. Que isto nos ajude a trabalhar por esta cultura do encontro, tão simplesmente como o fez Jesus. Não olhar apenas, mas ver; não ouvir apenas, mas escutar; não só cruzar com os outros, mas parar. Não dizer apenas ‘que pena, pobres pessoas’, mas deixar-se levar pela compaixão. E depois, aproximar-se, tocar e dizer do modo mais espontâneo no momento, na linguagem do coração: ‘Não chore! E dar pelo menos uma gota de vida”. 

Jesus estava com os pobres, não era um príncipe

Quarta-feira, 14 de setembro, a catequese do Papa na audiência geral na Praça de S. Pedro partiu desta leitura do Evangelho de S. Mateus capítulo 11, versículos 28 a 30:

«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve

Três imperativos fazem-nos refletir nesta leitura – disse Francisco: vinde a mim; tomai o meu jugo; aprendei de mim.

Ao dizer “vinde a mim” o Senhor convida-nos a não ter medo de O seguir, Jesus não nos deixará sozinhos e somos chamados a segui-Lo e a aprender d’Ele o que significa viver de misericórdia para sermos instrumentos de misericórdia.

O imperativo “tomai o meu jugo”, por sua vez – assinalou o Papa – demonstra-nos que recebendo o «jugo» de Jesus, entramos em comunhão com Ele e tornamo-nos participantes do mistério da sua cruz e do seu destino de salvação.

“Aprendei de mim” significa que “para os seus discípulos Jesus prospeta um caminho de conhecimento e de imitação” – disse o Papa – Jesus “dirige-se aos humildes e aos pequenos porque ele próprio se fez pequeno e humilde”. Como se lê na Carta aos Filipenses Jesus «Humilhou-Se a Si próprio, fazendo-Se obediente até à morte e morte de cruz». O jugo que carregam os pobres e os oprimidos é o mesmo que carregou Cristo antes deles; por isso, é um jugo leve. Sobre os ombros d’Ele, recai o peso dos sofrimentos e pecados da humanidade inteira.

A este propósito, Francisco perguntou-se: “Por que é que Jesus é capaz de dizer estas coisas? Porque Ele era um Pastor que estava no meio das pessoas, dos pobres. Trabalhava todos os dias junto deles. Ele não era um ‘príncipe’. É feio para a Igreja quando os pastores estão distantes dos pobres e se tornam ‘príncipes’. Estes pastores eram repreendidos por Jesus; este não é o espírito de Jesus. Ele dizia sobre eles: “Façam o que eles dizem, mas não o que eles fazem!”.

Matar em nome de Deus é satânico

Na manhã de quarta-feira dia 14 de setembro, antes da audiência geral, o Papa Francisco celebrou missa na Capela da Casa Santa Marta, com uma especial intenção pelo padre Jacques Hamel que foi barbaramente assassinado no passado dia 26 de julho na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray em Roeun na França.

Nesta eucaristia o Santo Padre teve também nas suas intenções os familiares do idoso sacerdote e toda a comunidade de Rouen. Por essa razão esteve em Santa Marta um grupo de 80 peregrinos da Diocese de Rouen, juntamente com o seu bispo, D. Dominique Lebrun.

Na sua homilia o Papa Francisco afirmou que “matar em nome de Deus, é satânico”.

Papa visitou hospitais em mais uma sexta-feira da misericórdia

Na sexta-feira dia 16 de setembro o Papa visitou de surpresa duas unidades hospitalares romanas no âmbito das ‘sextas-feiras da misericórdia’: o Hospital San Giovanni e o Policlínico Gemelli.

Com mais essa obra simbólica no Ano da Misericórdia, o Papa Francisco quis dar um sinal significativo sobre a importância da vida desde o seu primeiro instante até ao seu fim natural. Acolher a vida e garantir a sua dignidade em cada momento do seu desenvolvimento é um ensinamento sempre muito enfatizado pelo Santo Padre.

A corrupção vicia, gera pobreza, exploração e sofrimento

Domingo, 18 de setembro, Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. O Santo Padre na sua mensagem refletiu sobre dois estilos de vida contrastantes: aquele mundano e aquele do Evangelho. E fê-lo através da parábola do administrador infiel e corrupto, que é louvado por Jesus apesar da sua desonestidade.

É preciso esclarecer imediatamente que este administrador não é apresentado como um modelo a ser seguido, mas como exemplo de dissimulação – disse o Papa. Este homem é acusado de má administração dos negócios do seu patrão e, antes de ser afastado, procura com astúcia conquistar a confiança dos devedores, tomando parte dos débitos para assegurar o seu futuro. Comentando este comportamento, Jesus observa: “Os filhos deste mundo, de facto, para com os seus semelhantes são mais astutos que os filhos da luz.”

A esta astúcia mundana somos chamados a responder com a astúcia cristã, que é o dom do Espírito Santo – observou Francisco – trata-se de se afastar do espírito e dos valores do mundo, que são tão apreciados pelo demónio, para viver de acordo com o Evangelho. A mundanidade manifesta-se com comportamentos de corrupção, de engano, de opressão.

O espírito do Evangelho, ao contrário, requer um estilo de vida sério e comprometido, marcado pela honestidade, no respeito pelos outros e pela sua dignidade, com sentido de dever. Esta é a astúcia cristã!” – afirmou o Papa.

Este passo do Evangelho – concretizou o Santo Padre – requer uma escolha: “Nenhum servo pode servir a dois patrões, porque ou odiará um e amará o outro, ou mesmo se afeiçoará a um e desprezará o outro”. E o Papa recordou o caso da corrupção:

Alguns comportam-se com a corrupção como com as drogas: pensa que pode usá-la e parar quando quiser. Porém, a corrupção vicia e gera pobreza, exploração e sofrimento. Quando, pelo contrário, procuramos seguir a lógica evangélica da integridade, da pureza nas intenções e nos comportamentos, da fraternidade, transformamo-nos em artesãos de justiça e abrimos horizontes de esperança para a humanidade. Na gratuidade e na doação de nós mesmos aos irmãos, servimos ao patrão justo: Deus.”

E com o Angelus deste domingo concluímos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 12 a 18 de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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