2016-08-08 09:36:00

Semana do Papa de 1 a 7 de agosto


Nesta semana o Papa comentou na audiência geral a Viagem Apostólica à Polónia. Damos especial destaque à visita do Santo Padre à Porciúncula em Assis, nos 800 anos do “Perdão de Assis”.

Fraternidade, sinal da JMJ

Quarta-feira, 3 de agosto, audiência geral com o Papa na Sala Paulo VI. Neste reinício das audiências com o Santo Padre, após a pausa do mês de julho, Francisco falou sobre a sua Viagem Apostólica à Polónia que decorreu de 27 a 31 de julho.

Segundo o Papa o motivo principal da sua recente Viagem Apostólica foi a celebração da Jornada Mundial da Juventude, que ofereceu um sinal de fraternidade e de paz à Polónia, à Europa e ao mundo.

Francisco referiu que em Cracóvia os jovens deram resposta aos desafios de hoje, mandando um sinal de esperança; “e este sinal chama-se fraternidade”.

Uma imagem emblemática da JMJ – disse o Papa – foi a vastidão multicolor de bandeiras esvoaçando ao vento pelas mãos dos jovens, vendo lado a lado estandartes até de povos em conflito: na JMJ, as bandeiras das nações tornam-se mais belas; de certo modo «purificam-se» - afirmou.

Com os jovens, deixamo-nos conquistar, envolver e habitar pela misericórdia de Deus, comprometendo-nos a fazê-la frutificar em obras espirituais e corporais a favor de nossos irmãos e irmãs carentes e atribulados. “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” – declarou o Santo Padre.

Francisco recordou também a sua visita ao Santuário de Częstochowa tendo afirmado que “a Polónia recorda a toda a Europa que não pode haver futuro para o continente sem os seus valores fundantes, os quais por sua vez têm no centro a visão cristã do homem. Entre estes valores está a misericórdia da qual foram especiais apóstolos dois grandes filhos da terra polaca: santa Faustina Kowalska e S. João Paulo II”.

Na visita ao campo de extermínio de Auschwitz–Birkenau, o Santo Padre afirmou ter sentido a misericórdia de Deus que algumas pessoas santas souberam levar mesmo àquele abismo. “Naquele grande silêncio, rezei por todas as vítimas da violência e da guerra e compreendi melhor o valor da memória, não só como recordação do passado, mas também e sobretudo com advertência para o presente e o futuro a fim de que a semente do ódio e da violência não germine e lance raízes nos sulcos da história. Mas germine a misericórdia no coração da humanidade inteira” – disse o Papa.

O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, em particular os fiéis do Rio de Janeiro e as Irmãs de Santa Marcelina, desejando-vos o dom daquele olhar de Nossa Senhora que tive pousado sobre mim em Częstochowa: Ela conforta todos aqueles que estão na provação e mantém aberto o horizonte da esperança. Enquanto vos entrego, a vós e às vossas famílias à sua proteção, invoco sobre todos a Bênção de Deus.”

Pregar a misericórdia a toda a gente

Na manhã de quinta-feira dia 4 de agosto o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala Clementina no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral dos Frades da Ordem dos Pregadores, mais conhecidos por Dominicanos, que teve lugar em Bolonha, Itália, por ocasião dos 800 anos da confirmação da Ordem pelo Papa Honório III.

No seu discurso o Papa manifestou comunhão com a família dominicana por esta ocasião e agradeceu a Ordem pela significativa contribuição para a Igreja e a colaboração que tem mantido com a Sé Apostólica das origens aos nossos dias.

O oitavo centenário – sublinhou Francisco – é ocasião para fazermos memória dos homens e mulheres de fé e letras, contemplativos e missionários, mártires e apóstolos da caridade, que levaram nos séculos a carícia e a ternura de Deus em todos os lugares, através dos três pilares da Ordem que mantêm sempre fresco o carisma original: a pregação, o testemunho e a caridade.

Perdoar porque nós fomos perdoados

Na tarde de quinta-feira, dia 4 de agosto, o Papa Francisco fez uma breve visita à Porciúncula, em Assis, por ocasião dos 800 anos do “Perdão de Assis”. Na sua catequese aos presentes, centrada no texto de S. Mateus, capítulo 18, versículos 21 a 35, o Papa começou por recordar as palavras de São Francisco “quero mandar-vos a todos para o paraíso”, palavras com as quais pedia o dom da salvação e da vida eterna para todos.

O paraíso – disse Francisco – é este mistério de amor que nos liga para sempre a Deus numa contemplação sem fim, uma fé que a Igreja professa desde sempre quando afirma que acredita na comunhão dos santos:

“Na vivência da fé, nunca estamos sozinhos; fazem-nos companhia os Santos, os Beatos e também os nossos queridos que viveram com simplicidade e alegria a fé e a testemunharam na sua vida. Há um vínculo invisível – mas não por isso menos real – que, em virtude do único Baptismo recebido, faz de nós «um só corpo» animados por «um só Espírito»”

E São Francisco quando pediu ao Papa Honório III o dom da indulgência para os que viessem à Porciúncula, tinha em mente as palavras de Jesus aos discípulos: «Na casa de meu Pai há muitas moradas …», esclareceu o Papa, sublinhando que a via mestra para alcançar a tal morada no paraíso é o perdão. E porque deveremos perdoar a uma pessoa que nos fez mal? Porque antes fomos perdoados nós mesmos… e infinitamente mais. É isto mesmo que nos diz a parábola: tal como Deus nos perdoa a nós, assim também devemos perdoar a quem nos faz mal – disse Francisco.

E Francisco prosseguiu ressaltando que, como o senhor da parábola, Deus também se compadece, isto é, experimenta um sentimento de piedade combinada com ternura, uma expressão para indicar a sua misericórdia para connosco. O problema surge, porém, quando nos encontramos com um irmão que nos fez um pequeno agravo, e reagimos como o devedor da parábola: «Paga o que me deves!», observou Francisco:

“Neste gesto temos todo o drama das nossas relações humanas: quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida connosco, invocamos justiça. Esta não é a reação do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cristãos. Jesus ensina-nos a perdoar, e a fazê-lo sem limites: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete».

E o Papa concluiu a sua catequese dizendo que o perdão de que São Francisco se fez «canal» na Porciúncula, continua hoje a «gerar paraíso» e neste Ano Santo da Misericórdia se torna ainda mais evidente que a estrada do perdão pode renovar a Igreja e o mundo.

“Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo actual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se. O mundo tem necessidade de perdão; demasiadas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque incapazes de perdão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a alegria da serenidade e da paz”, concluiu o Papa exortando a todos a pedir a intercessão de São Francisco para sejamos sempre sinais humildes de perdão e instrumentos de misericórdia.

As vítimas inocentes da guerra na Síria

Neste domingo dia 7 de agosto especial referência do Papa Francisco na oração do Angelus para as vítimas inocentes da guerra na Síria:

“Caros irmãos e irmãs, infelizmente, da Síria continuam a chegar notícias de vítimas civis da guerra, de modo particular em Aleppo. É inaceitável que tantas pessoas inermes – mesmo tantas crianças – tenham de pagar o preço do conflito, o preço do fechamento de corações e da falta de vontade de paz dos potentes. Estamos próximos com a oração e a solidariedade aos irmãos e às irmãs sírios, e os confiamos à materna proteção da Virgem Maria. Rezemos todos um pouco em silêncio e depois a Ave Maria…”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 1 a 7 de agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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