2016-07-26 16:40:00

Reeducar o coração para a fraternidade e a boa convivência - B. Gonçalves


Bernardino Fernandes Gonçalves, ou Dino como é tratado pelos amigos, participou na JMJ do ano 2000 em Roma. Era o Ano Jubilar. Mais uma vez a JMJ que neste dia 26 de Julho inicia em Cracóvia, coincide com o Ano Jubilar: o da Misericórdia. Uma coincidência que aliciava ulteriormente o Dino a ir à cidade polaca. Mas infelizmente não foi possível, pelo menos não directamente. É que está nos Estados Unidos a participar no YALI, “Young African Leader Iniciative”, uma iniciativa do Governo dos Estados Unidos que envolve centenas de jovens africanos. 

Em conversa com a Rádio Vaticano, há poucos dias, a partir do Arizona, Dino afirmou que, com o coração, vai estar juntamente com os cerca de 60 jovens de Cabo Verde que para lá estão (alguns não conseguiram obter o visto, infelizmente!), para além de procurar acompanhar os principais eventos através dos meios de comunicação. Ele considera que o tema da Misericórdia foi uma grande intuição do Papa Francisco e está confiante de que os jovens caboverdianos voltarão fortalecidos, pois ninguém  sai da JMJ indiferente. 

Interrogado sobre as afinidades entre a JMJ e a experiencia que está a viver no YALI, Dino responde que no YALI, mais do que no coração, é nas mentes que se põe a tónica. Para além de escolas e importantes ferramentas que tem a oportunidade de apreciar, é também uma bela ocasião para conhecer melhor o continente africano através dos outros jovens que ali estão e ver como melhor a vida em África, em Cabo Verde e poder, quiçá,  contribuir depois para ajudar a enfrentar a situação que vivem muitos jovens na cidade da Praia, onde há hoje muita criminalidade em que os jovens são protagonistas. Sonha mesmo poder fazer uma campanha sobre essas problemáticas. 

Quanto às causas da violência que envolve jovens na capital cabo-verdiana, Dino tenta esboçar uma resposta indicando uma série de factores: antes de mais, o fosso entre as expectativas que se criaram nos jovens e as possibilidades reais do país de as satisfazer. Depois o acesso fácil à droga e ao álcool. Além disso, devido a situações económicas difíceis, os pais estão, por vezes, ausentes por muito tempo, ficando os filhos sem o devido acompanhamento. Indica ainda a indiferença geral em relação à situação, havendo a tendência a culpabilizar os jovens em vez de se interrogar profundamente sobre as causas do fenómeno da criminalidade. Mais ainda: já não há praticamente grupos de referencia para jovens, como acontecia uma vez e que educavam à  convivência e à solidariedade. Enfim, remata o Dino, é preciso reeducar para fraternidade e a boa convivência. 

(DA) 

 

 

 








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