O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, disse semana finda, em Genebra, Suíça, que Moçambique "mostra sinais de regresso à violência".
"Moçambique, que tem sido considerado uma história de sucesso africano nos últimos anos, mostra sinais de retorno à violência, disse o diplomata da ONU.
Al Hussein disse que o ressurgimento de um conflito armado entre o braço armados da Renamo (o maior partido da oposição no país) e forças governamentais forçou o deslocamento de milhares de pessoas nas áreas afectadas.
O Alto-Comissão da ONU para os Direitos Humanos, disse ainda que "raptos, execuções sumárias, maus-tratos e ameaças a defensores dos direitos humanos e jornalistas foram denunciados" e pediu que fossem apuradas responsabilidades.
"Encorajo o Governo de Moçambique a fazer o máximo que pode para penalizar os responsáveis e para enfrentar a corrupção que impede tantos moçambicanos de acederem aos seus direitos económicos e sociais, concluiu o responsável.
Entretanto, o chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, indicaram em junho findo terem chegado, por telefone, a consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações para o fim das hostilidades militares no país. Apesar de as duas partes terem reatado as negociações, o centro do país continua a ser cenário de relatos de confrontações armadas entre guerrilheiros da Renamo e forças governamentais.
De salientar que o principal partido da oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Hermínio José, Maputo.
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