2016-07-07 09:37:00

As audiências jubilares de Francisco


O Papa quis marcar este Ano Santo da Misericórdia com uma iniciativa de proximidade com os fiéis: são as audiências jubilares na Praça de S. Pedro. Neste “Sal da Terra, Luz do Mundo” recordamos o essencial das mensagens de Francisco nas audiências jubilares que tiveram lugar de janeiro a junho neste ano de 2016.

Misericórdia e missão

Foi no sábado, dia 30 de janeiro que decorreu a primeira audiência jubilar neste Ano da Misericórdia. Na sua catequese o Santo Padre falou sobre misericórdia e missão e afirmou que todo o cristão deve ser um Cristóforo, ou seja, “um portador de Cristo” e, ao mesmo tempo, um “missionário da misericórdia de Deus”.

No mês de fevereiro o Santo Padre celebrou a audiência jubilar no dia 20 e acentuou na sua catequese que o Jubileu da Misericórdia deve exprimir o “carinho de Deus” por toda a humanidade.

“Jesus é a expressão viva da misericórdia do Pai, mesmo junto dos pecadores que segundo a nossa visão humana seriam inimigos de Cristo. Todos nós temos pecados diante de Deus, e Ele enviou-nos o seu filho para se aproximar de nós e nos abrir a porta do seu amor, do seu coração, da sua misericórdia. E isto é muito belo” – salientou o Papa.

Amar é serviço concreto, humilde e em silêncio

A 12 de março nova audiência jubilar: Francisco falou sobre o lava-pés e afirmou que Jesus ao lavar os pés aos seus discípulos revelou o modo como Deus age connosco e, ao mesmo tempo, dá-nos o exemplo do seu “novo mandamento”, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou – afirmou o Papa.

Jesus indicava assim que o caminho para viver a nossa fé e dar testemunho do seu amor é o serviço. De facto, amar significa oferecer aos irmãos um serviço concreto, humilde, feito no silêncio – declarou o Santo Padre.

Não só dar esmola mas encontrar o necessitado

A 9 de abril o Papa Francisco falou sobre misericórdia e esmola. O Santo Padre começou por recordar que esmola deriva do termo grego que significa, precisamente, misericórdia. E, como a misericórdia chega até nós por “mil estradas, também de inúmeros modos a nossa esmola pode beneficiar o necessitado” – afirmou.

Nesta categoria de necessitado, a Bíblia inclui os indigentes, os forasteiros, os órfãos e as viúvas. A esmola é um gesto de sincera solicitude por quem se aproxima de nós e nos pede ajuda – observou o Santo Padre – esta ajuda não deve ser prestada para sermos louvados pelos outros, mas no segredo onde só Deus vê e compreende o valor do ato realizado.

Na verdade – continuou o Papa – “não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar e fixar, olhos nos olhos, a pessoa que pede ajuda”.

Misericórdia com atitudes de piedade

No sábado, dia 14 de maio, o Papa Francisco na audiência jubilar exortou os cristãos a cultivarem atitudes de piedade rejeitando a indiferença pelos outros.

Segundo o Santo Padre, para Jesus sentir piedade equivale a compartilhar a situação triste da pessoa que encontra e, ao mesmo tempo, empenhar-Se pessoalmente para transformar a tristeza da pessoa em alegria. Somos todos chamados a cultivar atitudes de piedade – afirmou Francisco:

“Também nós somos chamados a cultivar em nós atitudes de piedade diante de tantas situações da vida, repelindo de nós a indiferença que impede de reconhecer as exigências dos irmãos que nos circundam e livrando-nos da escravidão do bem-estar material.”

Abrir à misericórdia para mudar de vida

Em junho o Papa concedeu duas audiências jubilares: a primeira foi no sábado, dia 18 de junho e Francisco exortou os cristãos a abrirem-se à misericórdia para mudar de vida numa catequese sobre misericórdia e conversão:

Conversão e perdão dos pecados são dois aspetos qualificativos da misericórdia de Deus e “hoje tomamos em consideração a conversão” – disse o Papa.

Segundo Francisco, conversão significa «voltar para o Senhor», pedindo-Lhe perdão e mudando estilo de vida. Jesus fez precisamente desta conversão o primeiro apelo da sua pregação: «O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e acreditai no Evangelho».

No entanto – observou o Santo Padre – “quando Jesus chama à conversão, não o faz do alto como se fosse juiz das pessoas, mas torna-Se solidário e próximo delas; compartilhava a condição humana, fazendo-Se companheiro de estrada, entrando nas casas, sentando-Se à mesa”.

Com este seu comportamento, o Senhor tocava profundamente o coração das pessoas e estas sentiam-se atraídas pelo amor de Deus e impelidas a mudar de vida – sublinhou o Papa.

Quando acolhemos o dom da graça, acontece a verdadeira conversão, e um sinal claro da sua autenticidade é dar-se conta das necessidades dos irmãos e procurar remediá-las – disse o Papa que no final da sua catequese fez um apelo de mudança de vida a todos os que o ouviam:

“Quantas vezes sentimos a exigência de uma mudança que envolva toda a nossa pessoa! Sigamos este convite do Senhor e não façamos resistência, porque somente se nos abrirmos à sua misericórdia é que encontraremos a verdadeira vida e a verdadeira alegria”.

A misericórdia sem obras está morta em si mesma

A última audiência jubilar antes da pausa de verão teve lugar no dia 30 de Junho. Na sua catequese Francisco falou sobre as obras de misericórdia. Partindo do capítulo 25 do Evangelho de S. Mateus, Francisco disse que neste Ano Santo da Misericórdia devemos perguntar se para nós misericórdia é uma palavra abstrata ou um estilo de vida.

Segundo o Santo Padre as obras de misericórdia são acima de tudo o testemunho concreto de quem se sabe objeto do amor misericordioso de Deus. E Francisco foi claro e parafraseou o apóstolo S. Tiago: “a misericórdia sem obras está morta em si mesma”.

Desta forma – continuou o Papa – é preciso estar atento para não cair na indiferença, pois a verdadeira misericórdia tem olhos para ver, ouvidos para escutar e mãos para ajudar aqueles que precisam, sobretudo os mais pequeninos com quem Jesus se quis identificar.

Hoje, com o multiplicar-se de novas formas de pobreza material e espiritual, é preciso dar espaço à criatividade da caridade para ir ao encontro daquele que precisa – observou o Santo Padre que voltou a repetir uma sua forte expressão: “Quem não vive para servir, não serve para viver.”

As audiências jubilares continuarão neste Ano Santo a ser um momento privilegiado de encontro do Papa Francisco com os peregrinos no Jubileu da Misericórdia.

“Sal da Terra, Luz do Mundo” é aqui na Rádio Vaticano em língua portuguesa.

(RS)








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