2016-06-26 14:30:00

Guiné-Bissau: doadores congelam ajuda económica prometida


O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira o novo governo da Guiné-Bissau de que os principais parceiros financeiros do país vão congelar as ajudas prometidas para 2016.

«Os parceiros que antigamente davam apoio orçamental comunicaram-nos que não vão dar apoios este ano, o que complica a situação fiscal do governo», afirmou Félix Fisher, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau e citado pelo Portal África 21.

Questionado sobre as razões do recuo, aquele responsável disse desconhecê-las, remetendo a pergunta para os parceiros internacionais.

A informação foi revelada nesta quinta-feira à imprensa, no mesmo dia em que a equipa de Fisher iniciou uma visita de sete dias a Bissau para um primeiro contacto com o novo governo bissauguineense, com o objetivo de estabelecer uma agenda de trabalhos e acompanhar e analisar as medidas propostas pelo ministério da Economia e das Finanças para fazer face às dificuldades orçamentais.

«O importante agora é fechar o buraco orçamental através de cortes nas despesas e captação de mais receitas», sugeriu o responsável do FMI, que, no entanto, prevê «uma situação fiscal complicada» para o novo governo bissauguineense de Baciro Dja.

Félix Fisher não quis comentar se existe uma «má gestão» nas finanças públicas do país, mas alertou para a necessidade de haver avanços ao nível do comité de tesouraria, o que, disse, implicará «um monitoramento mais apertado» por parte do FMI àquele departamento.

Entre outros assuntos, a missão do FMI irá abordar com o novo governo bissauguineense o contrato de resgate aos bancos comerciais do país, celebrado pelo Executivo demitido e posteriormente anulado. O FMI quer saber quais as medidas que o novo governo pretende tomar para minimizar os custos da rescisão do contrato com os bancos comerciais.

Os representantes das principais organizações internacionais na Guiné-Bissau, incluindo Nações Unidas, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP, têm alertado para o facto de o desembolso dos fundos anunciados na mesa de doadores de 2015 – cerca de 1,2 milhões de dólares – depender da criação de condições de estabilidade no país.

A falta de entendimento político fez com que nos últimos 11 meses o país já tenha tido quatro governos.








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