2016-05-23 12:27:00

"Não perdoar é carregar uma mochila cheia de pedras" - Bárbara Hofmann


Falar Com Bárbara Hofmann é sentir o espírito que anima o Ano Jubilar da Misericórdia: perdão, altruísmo, fraternidade. Fundadora da ASEM, ela está há quase trinta anos ao serviço de crianças moçambicanas desfavorecidas. 

Fundadora da Associação sem fins lucrativos para a assistência à infância em Moçambique – ASEM – Bárbara, natural da Suíça, está há quase 30 anos naquilo que chama “a melhor universidade do mundo”: a vida com as crianças, das quais se aprende muito, basta querer escutá-las - diz.

Pela ASEM já passaram desde 1990 até hoje umas 50 mil crianças, recebendo apoio material, psicológico, cultural, primeiro em internatos e agora inseridas nas própria comunidades. 

O objectivo da Bárbara é levar as pessoas a ser autónomas. O caminho a percorrer é longo, mas ela tem o dom do optimismo  e mesmo nesta fase difícil que Moçambique está a atravessar ela continua a ir para a frente com esperança. 

A sua aventura com as crianças moçambicanas começou em 1989. Moçambique estava mergulhado na guerra civil com o seu cortejo de males. Ela tinha apenas 27 anos e trabalha no mundo dos bancos e empresas internacionais na Suíça. A um dado momento decide deixar tudo e ir para o primeiro país que responder ao seu pedido de mudança.

O Brasil é o primeiro a responder, mas por um erro no endereço, a carta só iria chegar um ano depois. O destino leva-a, então, para Moçambique, onde fica muito sensibilizada pela situação das crianças afectadas pela guerra. Apresenta um projecto ao governo, mas como só conta com a sua boa-vontade, a resposta é negativa.

Ela volta então à Suíça, vende tudo o que possuía e regressa para ajudar a infância moçambicana a ter um futuro melhor. Começa pela Cidade da Beira, com um programa de sopas para 300 crianças de rua. A partir daí vai criando centros, escolas em diversas localidades do centro do país para ajudar tanto no plano material como psicológico as crianças desfavorecidas.

Cria em Moçambique e noutras partes do mundo (Suíça, Portugal, Itália, Canadá…) a ASEM, associação sem fins lucrativos para a apoiar nesse obra meritória. E graças a isso, de 1990 a hoje ela e os seus colaboradores já ajudaram milhares de crianças. O Presidente da ASEM/Moçambique é hoje um jovem formado crescido no regaço da Associação.

Bárbara encontra-se estes dias em Roma e em conversa com Dulce Araújo, na rubrica “África. Vozes Femininas” pôs em realce o espírito que a anima neste trabalho e os desafios que está agora a procurar enfrentar no imediato: furar poços para fazer à seca que afecta muita gente e criar micro-actividades que devagar devagar levem às pessoas à autonomia.

Oiça aqui as suas palavras: 

(DA)








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