2016-05-03 11:57:00

Semana do Papa de 25 de Abril a 1 de Maio


Nesta “Semana do Papa” na audiência geral Francisco afirmou que ignorar o sofrimento significa ignorar Deus. Na audiência jubilar de abril o Santo Padre exortou os cristãos a reconciliarem-se com Deus

Nesta “Semana do Papa” na audiência geral de quarta-feira Francisco afirmou que ignorar o sofrimento significa ignorar Deus. No sábado na audiência jubilar de abril o Santo Padre exortou os cristãos a reconciliarem-se com Deus.

Ignorar o sofrimento é ignorar Deus

Quarta-feira, 27 de abril – na audiência geral o Papa Francisco falou sobre a parábola do Bom Samaritano afirmando que este é uma figura do próprio Jesus que se faz próximo de quem precisa, ensinando que o amor significa querer cuidar do outro.

Segundo o capítulo 10 do Evangelho de S. Lucas, um doutor da Lei, querendo pôr à prova Jesus, pergunta qual é o caminho para a vida eterna e o que é amar a Deus e ao próximo – recordou o Papa.

O doutor da lei quer uma regra sobre quem é o próximo, mas Jesus responde-lhe com uma parábola, pois não nos podemos limitar a uma teoria abstrata – esclareceu o Santo Padre.

A parábola fala de um sacerdote e de um levita, duas figuras ligadas ao culto a Deus, que ignoram um homem moribundo, ferido por assaltantes. Com isto, Jesus mostra que conhecer a misericórdia de Deus e louvá-lo no templo não significa automaticamente saber amar o próximo:

“Tu podes conhecer toda a Bíblia, tu podes conhecer todas as rubricas litúrgicas, tu podes conhecer toda a teologia, mas do conhecer não é automático amar; amar tem outro caminho; com inteligência mas com mais qualquer coisa…” – afirmou Francisco.

Será um samaritano, considerado impuro e pagão, aquele que sente compaixão por aquele homem ferido – assinalou o Papa – e de facto, a compaixão é uma característica essencial da misericórdia de Deus.

Deus não nos ignora, conhece as nossas tribulações e sabe quando temos necessidade de ajuda e consolação. Não podemos ignorar o sofrimento humano – disse o Santo Padre – pois isso significa ignorar Deus:

“O que significa ignorar o sofrimento do homem? Signica ignorar Deus… Se eu não me aproximo daquele homem, daquela mulher, daquela criança ou idoso, não me aproximo de Deus…” – disse o Papa.

Cristãos caminhem na luz e não na vida dupla

Sexta-feira, 29 de abril – na Missa em Santa Marta o Papa exortou os cristãos a serem pessoas de luz e recusarem a vida dupla. O Santo Padre afirmou que a vida dos cristãos é ser límpidos como Deus.

Na sua homilia, Francisco comentou a passagem da Carta de S. João, incluída na liturgia do dia, na qual o Apóstolo coloca os fiéis diante da responsabilidade de não ter uma vida dupla: luz de fachada e trevas no coração.

A vida do cristão é ser límpidos como Deus, porque não há erro reconhecido que não atraía a ternura e o perdão do Pai – afirmou o Papa que ressaltou que “se dizemos que não temos pecado fazemos de Deus um mentiroso”. Caminhar na luz e recusar a vida dupla:

“Se tu dizes que estás em comunhão com o Senhor, então caminha na luz. Mas vida dupla, não!” – afirmou o Santo Padre.

E a vida dupla é caminhar com um pé na Luz e outro na Trevas, é ser mentiroso – declarou Francisco: “Não caminhar com um pé na luz e outro nas trevas. Não ser mentirosos”.

O Papa recordou ainda a tentação dos cristãos de se considerarem justos:

“... ninguém pode dizer: “Este é um pecador, esta é uma pecadora. Eu, graças a Deus, sou justo”. Não, somente um é o Justo, aquele que pagou por nós.”

“E se alguém peca, Ele espera, perdoa-nos, porque é misericordioso e sabe que somos plasmados, recorda que nós somos pó.”

Deixai-vos reconciliar com Deus

Sábado, 30 de abril – mais uma audiência jubilar com o Papa Francisco neste Ano Santo da Misericórdia. Na sua catequese o Santo Padre falou sobre misericórdia e reconciliação.

Grande entusiasmo numa Praça de S. Pedro repleta de dezenas de milhares de fiéis que ouviram o Papa dizer que a reconciliação é um aspeto importante da misericórdia de Deus, que não quer ninguém distante do seu amor.

De facto, quando pecamos, pensamos que Deus se afasta de nós, mas, na verdade, somos nós que Lhe “viramos as costas”, pois rejeitamos o seu amor, ficamos fechados em nós mesmos, iludidos por uma falsa promessa de mais liberdade e autonomia – afirmou o Papa.

Porém, Jesus, o Bom Pastor, não se cansa de ir atrás da ovelha perdida, oferecendo-nos a reconciliação com Deus: ao dar-nos a sua vida, Ele nos reconciliou com o Pai – declarou Francisco que exortou os cristãos a deixarem-se reconciliar com Deus:

“«Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5,20): é o grito que o Apóstolo Paulo dirige aos primeiros cristãos de Corinto, hoje com a mesma força e convicção vale para todos nós.”

“Este Jubileu da Misericórdia é um tempo de reconciliação para todos” – afirmou o Santo Padre que recordou o papel do confessor na celebração do sacramento da reconciliação, observando que este deve ser um pai ao acolher as pessoas que o procuram, não transformando esse momento numa tortura ou num interrogatório, mas num caminho de reconciliação.

“Fazer experiência da reconciliação com Deus permite descobrir a necessidade de outras formas de reconcliiação: nas famílias, nas relações interpessoais, nas comunidades eclesiais, como também nas relações sociais e internacionais” – afirmou o Papa no final da sua catequese.

Nesta audiência jubilar o Papa Francisco pronunciou uma mensagem especial para os largos milhares de militares e polícias de todo o mundo, presentes no Vaticano com as suas famílias, para momentos a eles dedicados neste Jubileu da Misericórdia:

“Com alegria dou as boas-vindas aos representantes das forças armadas e das polícias, provenientes de tantas partes do mundo, vindos  em peregrinação a Roma por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. As forças da ordem – militares e polícia – têm por missão garantir um ambiente seguro, por forma a que cada cidadão possa viver em paz e serenidade. Nas vossas famílias, nos vários âmbitos em que operais, sede instrumentos de reconciliação, construtores de pontes e semeadores de paz.”

“Sede, com efeito, chamados não só a prevenir, gerir, ou pôr fim aos conflitos, mas também a contribuir para a construção de uma ordem fundada na verdade, na justiça, no amor e na liberdade, segundo a definição de paz de S. João XXIII na Encíclica Pacem in Terris.”

“A afirmação da paz não é empresa fácil, sobretudo por causa da guerra, que torna áridos os corações e junta violência e ódio. Exorto-vos a não desencorajar-vos. Prossigam o vosso caminho de fé e abri os vossos corações a Deus Pai misericordioso que não se cansa nunca de perdoar-nos. Perante os desafios de cada dia, fazei resplandecer a esperança cristã, que é certeza da vitória do amor sobre o ódio e da paz sobre a guerra.”

Não é possível tolerar abusos a menores

No Regina Coeli deste VI Domingo da Páscoa o Papa Francisco afirmou que deve ser reforçado o diálogo pela paz perante a “desesperada situação humanitária” na Síria. O Santo Padre afirmou também que os menores devem ser defendidos e declarou não ser possível tolerar “os abusos” a menores.

E com o Regina Coeli deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 25 de abril a 1 de maio. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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