2016-04-30 13:52:00

Macau - Governo quer apostar no turismo religioso


 Atrair fiéis católicos de toda a Ásia e criar pacotes turísticos para quem queira visitar igrejas e monumentos e ainda assistir ás festividades religiosas do território. Uma das ideias é considerar património cultural um dos rituais mais significativos do calendário religioso da cidade, conforme conta Carlos Picassinos

Candidatar a Procissão dos Passos a património intangivel de Macau.  É uma proposta do governo e do secretário dos Assuntos Sociais e da Cultura do governo de Macau. A intenção foi revelada durante uma recente visita de uma extensa delegação - 70 pessoas - à Coreia do sul , um país predominametemente budista mas com quase 30 por cento de cristãos.

Alexis Tam liderou esta delegação dos serviços de Turismo que se desdobrou em contactos em Seúl, a capital, e depois Busan, no sul do país na tentativa de atraír a Macau mais turistas da Coreia do Sul, um dos mercados emergentes na Ásia. Diversificar os produtos turísticos, disse o secretário e, nesse sentido, também apostar no turismo religioso.

Aos jornalistas que acompanharam esta comitiva, o governante lembrou que a marca, a característica da identidade de Macau é, justamente, a convivência e a mistura de culturas e também de religiões. O secretário recordou depois o processo de classificação de Macau à Unesco e a importância da profusão de monumentos e igrejas católicas para esse reconhecimento das Nações Unidas da relevância cultural de Macau.

Nesta comitiva viajou, também, a directora do Turismo que insistiu na tecla do turismo religioso. Helena Senna Fernandes entende que essa aposta pode ser uma porta de entrada na Coreia do Sul e admite vir a criar um pacote turístico para os fiéis católicos da Coreia do Sul. Invocou, por isso, as ligações entre Macau e a Coreia do Sul. Lembrou a figura do mártir sul coreano, Santo André Kim Taegon, o primeiro mártir católico da Coreia do Sul que, no século XIX, passou pela Cidade do Santo Nome de Deus. Aos jornalistas, Helena de Senna Fernandes disse este é um ponto importante de comunhão entre os dois povos.

 “Este facto toca no coração dos sul-coreanos. Podemos, por isso, utilizar este facto como um ponto de entrada para o turismo religioso. Claro que, além da religião católica, temos outras”, observou a dirigente. “Aqui, na Coreia, também têm muita reverência pelas religiões chinesas. Este pode ser outro ponto que podemos explorar neste mercado”.

 A ideia de apostar no turismo religioso vem ganhando adeptos desde há alguns anos. Em especial, desde que Macau começou a afirmar-se como cidade internacional e a atrair além dos turistas convencionais que visitam casinos e monumentos também fiéis catolicos para assistir a cerminónias e rituais de maior dimensão como a Procissão do Senhor dos Passos ou a Procissão do 13 de Maio que atravessa a cidade do centro, no Leal Senado, até à Igreja do Alto da Penha.








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