2016-03-21 10:02:00

Semana do Papa de 14 a 20 de março


Nesta semana o Papa Francisco na audiência geral exortou as nações a abrirem as portas aos migrantes. Destaque também para a homilia da Missa de Domingo de Ramos neste início da Semana Santa.

Entretanto, na terça-feira, 15 de março, no Consistório Ordinário no Vaticano, o Papa Francisco assinou o decreto de canonização de 5 beatos indicando as datas para a proclamação de santidade. Em particular, grande alegria em todo o mundo pela canonização de Madre Teresa de Calcutá, que será elevada à honra dos altares no dia 4 de setembro deste ano de 2016.

Jesus aniquila-se por amor e vence a serpente do mal

Na homilia da Missa na Capela da Casa de Santa Marta, nesta terça-feira, dia 15 de março, o Papa disse que, para conhecermos a história de amor de Deus por nós, temos que olhar o Crucifixo no qual Deus se esvaziou de divindade e sujou-se de pecado para salvar a humanidade.

As leituras do dia serviram de estímulo para o comentário do Santo Padre: a leitura extraída do Livro dos Números e a passagem do Evangelho de S. João. Em comum o símbolo de um animal a serpente:

“A serpente, símbolo do pecado. A serpente que mata. Mas uma serpente que salva. E este é o Mistério do Cristo. Paulo, falando deste Mistério, diz que Jesus esvaziou a si mesmo, humilhou a si mesmo, aniquilou-se para nos salvar. E ainda mais forte: ‘Fez-Se pecado’. Usando este símbolo fez-Se serpente. Esta é a mensagem profética das Leituras de hoje. O Filho do Homem, que como uma serpente, ‘feito pecado’, é elevado para nos salvar”.

“O pecado é obra de Satanás e Jesus vence Satanás ‘fazendo-Se pecado’ e de lá eleva todos nós” – afirmou o Papa Francisco na conclusão da sua homilia sublinhando que o Crucifixo não é um ornamento, não é uma obra de arte, com tantas pedras preciosas, como se vê por aí: o Crucifixo é o Mistério do ‘aniquilamento’ de Deus, por amor.

Nações abram portas aos migrantes

Quarta-feira, 16 de março, audiência geral com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. Misericórdia e consolação foi o tema da catequese do Santo Padre.

Partindo dos capítulos 30 e 31 do Livro do Profeta Jeremias, o Papa Francisco começou por dizer na sua catequese que na vida há situações, como a solidão, o sofrimento e a morte, que nos fazem sentir abandonados por Deus.

Pensemos na situação dramática de tantos irmãos nossos forçados a deixar a sua pátria, levando nos olhos a imagem da casa destruída e, no coração, o medo e tantas vezes a dor pela perda de pessoas queridas. Nestes casos, pode-nos vir a vontade de perguntar: Onde está Deus? – observou o Santo Padre que se referiu aos migrantes de hoje que vivem uma real e dramática situação:

“Quantos tentam chegar a outros lugares e fecham-lhes a porta. E estão ali na fronteira, porque tantas portas e tantos corações estão fechados. Os migrantes de hoje que sofrem, que sofrem a céu aberto, sem alimento, e não podem entrar, não sentem o acolhimento. Gosto quando vejo as nações, os governantes que abrem o coração e abrem as portas.”

Caminhar com Jesus sem egoísmo, fama e poder

20 de março, Domingo de Ramos: a Igreja celebra a entrada de Jesus em Jerusalém e na sua homilia o Papa Francisco falou da aniquilação e humilhação de Jesus. Numa reflexão sobre os momentos da Paixão de Cristo destaque especial para as palavras do Santo Padre sobre a atual situação de tantos refugiados que esperam que alguém tome “a responsabilidade do seu destino”.

Milhares de fiéis participaram na Missa no Domingo de Ramos, que foi precedida pela tradicional procissão na Praça S. Pedro, decorada com cerca de 10 mil plantas. Começaram, assim as celebrações da Semana Santa neste ano de 2016.

Francisco começou por se referir ao entusiasmo do acolhimento que foi feito a Jesus com ramos de palmeira e oliveira e que todos os fiéis repetiram na Praça de S. Pedro acolhendo Jesus que “deseja entrar nas nossas cidades e nas nossas vidas” – afirmou – um Jesus que “nos salva das amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza”.

Tal como Jesus os refugiados sentem a indiferença

E Jesus ensina-nos o caminho a seguir com um primeiro gesto: o do “Lava-Pés” baixando-se “até aos pés dos discípulos, como somente os servos faziam”.

Mas esta atitude foi só o início da humilhação de Jesus que se torna extrema na sua Paixão: “é vendido por trinta moedas de prata e traído com um beijo por um discípulo que escolhera e chamara amigo. Quase todos os outros fugiram e O abandonaram; Pedro renega-O três vezes no pátio do Sinédrio. Humilhado na alma com zombarias, insultos e escarros, sofre no corpo violências atrozes: as cacetadas, a flagelação e a coroa de espinhos tornam irreconhecível o seu aspeto. Sofre também a infâmia e a iníqua condenação das autoridades, religiosas e políticas: é feito pecado e reconhecido injusto. Depois, Pilatos envia-o a Herodes, e este devolve-O ao governador romano: enquanto Lhe é negada toda a justiça, Jesus sente na própria pele também a indiferença, porque ninguém se quer assumir a responsabilidade do seu destino.” Neste momento da sua homilia o Papa Francisco recordou a atual situação dos refugiados:

“E penso em tanta gente, em tantos marginalizados, em tantos refugiados e digo-lhes: que são tantos os que não querem tomar a responsabilidade do seu destino.”

Aprender o amor humilde com a “Cátedra de Deus”

No caminho da Paixão de Cristo, a multidão que o aclamara “troca os louvores por um grito de condenação” mas Jesus porém, “reza e entrega-Se: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.

“Pode parecer-nos muito distante o modo de agir de Deus”- disse Francisco – ao vermos Jesus que “Se aniquilou por nós, quando vemos que já sentimos tanta dificuldade para nos esquecermos um pouco de nós mesmos”. O Santo Padre afirmou que somos chamados a escolher o caminho de Jesus, “o caminho do serviço, da doação, do esquecimento de nós próprios”, contemplando nesta Semana Santa a “Cátedra de Deus”:

“Convido-vos nesta semana a contemplar a “Cátedra de Deus”, para aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao egoísmo, à busca do poder e da fama.”

No final da Missa na Praça de S. Pedro neste Domingo de Ramos e antes da bênção final, o Papa Francisco dirigiu-se aos jovens da JMJ de Cracóvia e recitou a oração do Angelus, pedindo à Virgem Maria que nos ajude a viver esta Semana Santa com intensidade espiritual.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 14 a 20 de março. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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