2016-03-01 11:36:00

P. Lombardi: confiança na reforma dos media vaticanos


Como noticiamos na semana passada o Padre Federico Lombardi concluiu neste mês de fevereiro a sua missão na Rádio Vaticano após 25 anos de serviço. Numa missa celebrada na Igreja de Santa Maria em Transpontina em Roma o Padre Lombardi, na sua homilia, falou de missão, conversão e comunhão. Publicamos aqui o texto produzido pelos nossos colegas do programa brasileiro:

Missão, conversão e comunhão. Esses foram os três pontos da homilia que o porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi, pronunciou na “Igreja de Santa Maria in Traspontina” – situada a poucos passos da Rádio Vaticano – por ocasião da conclusão de seu serviço como diretor geral da emissora do Papa. Numa igreja lotada, nosso diretor geral exortou a comunidade da emissora pontifícia a olhar com esperança e confiança para a reforma da mídia vaticana, num renovado serviço ao Papa e à Cúria Romana.

Entre os concelebrantes encontravam-se o prefeito e o secretário da Secretaria para a Comunicação, respectivamente, Mons. Dario Edoardo Viganò, e Mons. Lucio Adrian Ruiz.

Após a missa, na Sala Marconi da Rádio Vaticano teve lugar, para Pe. Lombardi e Alberto Gasbarri – diretor administrativo –, o momento de despedida da nossa comunidade de trabalho. A ambos foi dirigido o agradecimento da Secretaria de Estado, através do substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, presente na cerimônia.

Foram muitos os que participaram da celebração de ação de graças na de conclusão dos 25 anos de Pe. Lombardi na Rádio Vaticano.

De fato, participaram não somente funcionários na ativa, mas também muitos colegas já aposentados, bem como jornalistas e funcionários de outros organismos vaticanos que ao longo destes anos colaboraram com o sacerdote jesuíta engajado no vasto mundo da comunicação. Um serviço que o religioso continua como diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Missão da Rádio Vaticano: levar o Evangelho aos confins da Terra

Na homilia, Pe. Lombardi deteve-se sobre três pontos: missão, conversão e comunhão. Em primeiro lugar, ressaltou que jamais se deve perder de vista, como comunicadores a serviço da Igreja, qual é a missão: anunciar a Palavra de Deus a todos.

Durante décadas, recordou, o levar o Evangelho até os confins da Terra foi representado pelas antenas da Rádio Vaticano; agora é preciso trabalhar com os novos instrumentos e novas linguagens que possam levar a Boa Nova até os confins geográficos da Terra e às periferias existenciais. Esta é a missão, levar Jesus ao coração de todos:

“Missão: creio que seja oportuno, também para nós, rezar sobre este tema; entender a que fomos chamados também nós, em nossa vida e com o nosso serviço. Jesus veio para esta salvação até os confins da Terra; a Igreja continua sua obra para isso; os papas – o Papa – continua servindo a esta missão; nós fomos chamados a colaborar com esta missão, mediante nossa pequena contribuição.”

Conversão sempre necessária – ser disponíveis e responsáveis

Em seguida, Pe. Lombardi constatou que, neste momento de transição para a mídia vaticana – muitos vivem a situação com um sentimento misto de disponibilidade e de perplexidade:

“Tenhamos cuidado também com os riscos, por vezes, de desconfiança e de dúvida, de medo, por vezes de divisão, por vezes dos mexericos oriundos das incertezas e da falta de conhecimento claro do futuro. Neste tempo, nesta situação que porém é também riquíssima de pontencialidades, porque no novo o Senhor continua sempre a chamar-nos, devemos rezar e rezar muito; devemos assumir a atitude justa da disponibilidade, da responsabilidade, da esperança e da confiança.”

Neste tempo quaresmal, ressaltou que é preciso encontrar na oração os caminhos para servir da melhor forma possível na missão a que fomos chamados.

Construir uma comunidade de “comunicadores em saída”

Por fim, Pe. Lombardi evidenciou o espírito de comunhão que deve caracterizar este momento de passagem. Somos chamados, disse nosso diretor geral em sua despedida, a construir sempre mais uma “comunidade de comunicadores”.

Encorajados por aquilo que o Papa nos pede, não devemos ter medo, reiterou. De fato, Francisco nos pede que sejamos, também na comunicação, uma Igreja em saída, em movimento:

"Peçamos verdadeiramente, também em nossa oração, para continuar construindo comunidades e sempre mais, uma comunidade que agora se encontra num momento também de evolução e de mudança, porque será de certo modo diferente daquela que vimos e construímos até então falando de ‘Rádio Vaticano’. É a comunidade dos comunicadores a serviço da missão, em união com o Papa, sob a guia do novo Dicastério."

Portanto, rezando a Jesus Cristo, “construamos juntos a comunidade mais ampla de trabalho dos comunicadores.”

Daí, é preciso seguir adiante com confiança e esperança. No momento das intenções de oração, Pe. Lombardi dirigiu um pensamento aos responsáveis da Secretaria para a Comunicação, Mons. Viganò por primeiro, a fim de que desempenhem da melhor forma possível aquilo que o Papa lhes confiou.

A celebração concluiu-se com o agradecimento de Pe. Lombardi aos presentes e aos que se faziam próximos espiritualmente, acompanhado de um longo aplauso de todos.

Despedida de Pe. Lombardi e Gasbarri: a comunicação é coração da Igreja

Efetivamente, após a missa, Pe. Lombardi e Gasbarri – diretor administrativo – se despediram da nossa comunidade de trabalho.

A cerimônia informal, da qual participou também o Arcebispo Becciu e os responsáveis da Secretaria para a Comunicação, se realizou na sede da nossa emissora.

Pe. Lombardi agradeceu àqueles que nestes anos trabalharam com ele na Rádio e com a Rádio. Por sua vez, Gasbarri evidenciou a missão desempenhada pela Rádio Vaticano, reiterando que a comunicação não pode ser um acessório, mas uma centralidade na missão da Igreja. Os esforços da Companhia de Jesus nos últimos 50 anos foram feitos nesta direção, frisou:

“Na Santa Sé a comunicação é central, porque ela não faz outra coisa senão divulgar uma mensagem. Portanto, se cai uma comunicação, cai tudo. Se não comunicam, a Santa Sé e a Igreja tornam-se fábrica de bispos e de padres que não fazem nada! Aquilo que no passado se chamava pregação, hoje se chama comunicação.”

Gasbarri concluiu agradecendo a todos e fazendo votos a Mons. Viganò de que ele consiga fazer com que entendam que a comunicação é uma centralidade da Santa Sé.

(RL)

 








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