2016-02-17 10:19:00

Bispos na África Oriental reafirmam combate à pobreza e desigualdades


Combate à pobreza e às desigualdades, acompanhado pela promoção da justiça social: este o empenho conjunto assumido pela AMECEA (Associação das Conferências Episcopais da África Oriental) e as Caritas regionais, no fim de um encontro realizado em Nairobi, Quénia, de 6 a 8 de fevereiro últimos. No encontro também participaram os directores nacionais da Caritas e os secretários-gerais das Comissões Episcopais de Justiça e Paz.

Justiça social e paz interior são inseparáveis
No comunicado final difundido no fim dos trabalhos, a AMECEA e a Caritas acolhem as orientações do Papa Francisco que, no seu Pontificado, tem repetidamente exortado as organizações católicas a "se darem as mãos para criar uma maior sinergia, com o objectivo de servir o povo de Deus da melhor forma possível". Em tudo isso tendo sempre presente o espírito de São Francisco de Assis no qual  "se evidencia até que ponto são inseparáveis a preocupação com a natureza, a justiça para com os pobres, o compromisso na sociedade e a paz interior" (Encíclica “Laudato sì”, n° 10).

Forte denúncia do tráfico de seres humanos
Daí, o empenho das duas organizações (AMECEA e Caritas) a reforçarem a colaboração recíproca, também através de um maior intercâmbio de informações e experiências e ulteriores parcerias com outras estruturas da Igreja Católica envolvidas no sector social. No centro do comunicado está, pois, o drama do tráfico de seres humanos e da migração: neste âmbito, AMECEA e Caritas comprometem-se a abordar "as causas profundas e as necessidades das pessoas que são atingidas pelo "grave fenómeno que o Papa Francisco definiu "crime de lesa humanidade". Nesta óptica é, pois, lançado um apelo para que as vítimas do tráfico de seres humanos sejam tratadas com dignidade; ao mesmo tempo, os migrantes são convidados a reconhecer as leis dos países de acolhimento.

O ponto nevrálgico da exploração mineira por parte de indústrias estrangeiras
Em seguida, a nota episcopal aborda a complexa questão da exploração das indústrias extractivas africanas por parte de sociedades minerárias estrangeiras, ressaltando que as populações da África  não obtêm nenhum benefício de tais actividades. Por isso, AMECEA e Caritas se dizem determinadas a denunciar, em voz alta, "os efeitos negativos" provocados  pela actividade extractiva  e a injustiça económica sofrida pelos africanos. Além disso, os participantes do encontro reafirmam o seu empenho em prol do bem comum de todos, sem excluir ninguém, e afirmam a necessidade de concentrar os esforços numa formação dos africanos que tenha em conta a Doutrina Social da Igreja.

Particular atenção aos jovens
"Reconhecemos – lê-se ainda no texto - o reaparecimento de situações de urgência na nossa região" e, por isso, se afirma  a vontade conjunta de instituir fundos de solidariedade destinados a responder, de modo eficaz, às emergências mais graves que se apresentam na região. O comunicado termina com uma exortação à promoção da justiça social  "com particular atenção para as questões económicas que dizem respeito aos jovens". (BS) 








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