2016-01-21 12:04:00

Unidade dos cristãos: uma fraternidade de Taizé em Portugal


Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos a reportagem da RV foi conhecer uma fraternidade provisória de Taizé no Porto em Portugal. Em janeiro a Rita, a Cecilia e a Ina estão em oração e desenvolvem trabalho pastoral e social. Vindas da Irlanda, da Alemanha e da Itália estas três raparigas deram um mês da sua vida para fraternizar com a paróquia do Bonfim na cidade do Porto. Ouvimos os seus testemunhos e o testemunho do padre Nuno Antunes que as acolheu.

A Comunidade Monástica de Taizé em França vive o seu carisma da unidade dos cristãos, sobretudo, em contacto com os jovens. Disso são expressão os encontros europeus e intercontinentais.

Entretanto, desde 2014, que surgiu o projeto das pequenas fraternidades provisórias da Comunidade de Taizé. Estas são pequenos grupos de jovens, 3 ou 4, que se voluntariam para oferecerem cerca de 1 mês da sua vida a uma comunidade ou paróquia num outro país. Uma experiência que tem sido enriquecedora para as várias comunidades de acolhimento, paróquias e lugares de solidariedade e também para os muitos jovens que vivem esta aventura espiritual.

Numa fraternidade a vida é ritmada por três orações comunitárias diárias, trabalho pastoral e social com as comunidades cristãs locais, visitas a pessoas isoladas ou em situação de sofrimento, animação de orações abertas a todos e de encontros de jovens.

É isto que estão a fazer a Rita, a Ina e a Cecilia na paróquia do Bonfim na cidade do Porto. A Cecilia tem 21 anos é italiana da cidade de Modena e conhece Taizé desde a idade de 2 anos. Todos os anos ia no Verão uma semana a Taizé com os seus pais e irmãos:

“Da bambini…”

“Como crianças é muito interessante conhecer outras crianças de várias partes do mundo. Depois comecei a ir com 16 anos de idade com duas amigas italianas com quem tenho uma forte amizade que cresceu em Taizé.”

Para além da oração é também o voluntariado e a partilha concreta da vida que mais seduz a Cecilia no seu contacto com a Comunidade de Taizé.

Por seu lado, Rita, irlandesa de 28 anos da cidade de Kerry, conheceu Taizé há 12 anos atrás e participou em três encontros europeus. Apesar de uma vida familiar católica distanciou-se um pouco da Igreja, mas no contacto com Taizé redescobriu a oração. Vivia e trabalhava na Nova Zelândia quando decidiu voltar à Irlanda e fazer uma experiência de algumas semanas em Taizé. Essas semanas transformaram-se em meses e agora a Rita vive em permanência em Taizé:

“For me Taizé has become the place…”

“Para mim Taizé transformou-se no lugar onde não encontro o supérfluo e onde posso conhecer, verdadeiramente, quem sou…porque a fé é muito importante para mim e Taizé é um maravilhoso lugar onde já aprendi tanto nos últimos meses e quero aprender ainda mais.”

A Ina, é estudante de Teologia  e é alemã de Colónia. Tem 20 anos e foi a Taizé pela primeira vez com a sua irmã e o seu irmão, mais velhos do que ela. Taizé ajuda-a a crescer na fé e ela marca presença na Comunidade duas a três vezes por ano. Afirma que em Taizé as pessoas têm uma mente muito aberta e são acolhedoras e amigáveis:

“People who have …”

“As pessoas que vêm a Taizé são todas muito simpáticas e ali partilhamos muito e conhecemos muitas pessoas e encontramos o espírito de Taizé para o poder partilhar…”

Na cidade do Porto na Paróquia do Bonfim o padre Nuno Antunes preparou um acolhimento especial para estas três jovens e considera que a experiência tem sido muito boa para a comunidade, sublinhando o ritmo de oração desta fraternidade provisória.

Para que o tempo de oração fosse equilibrado com o trabalho voluntário junto de pessoas mais idosas, o padre Nuno Antunes articulou a vida desta fraternidade provisória com uma experiência de trabalho comunitário em colaboração com a Junta de Freguesia do Bonfim.

Mas, o que pensam as três jovens desta fraternidade provisória de Taizé sobre esta experiência na cidade do Porto?

Ina considera que está a ser uma experiência muito positiva:

“In the bus…”

“No autocarro quando vinha do Encontro Europeu e depois a partir daí conheci as pessoas portuguesas que são muito abertas, embora cada um tenha a sua personalidade.”

Para a Rita foi um pouco diferente, pois foi um desafio que lhe foi feito devido à falta de uma das pessoas inscritas e no âmbito da sua situação de permanente na Comunidade de Taizé:

“For me was…”

“Para mim foi um pouco diferente porque não me tinha inscrito para esta experiência, mas pediram-me para substituir uma pessoa e eu vim…”

“Os primeiros dias foram um pouco difíceis pois em Taizé tudo é mais fácil, aqui somos poucos a rezar, mas as pessoas são muito acolhedoras e tem sido muito bom.”

A Cecilia, por seu lado, esperava mais participação por parte da comunidade paroquial do Bonfim:

“Sinceramente, personalmente…”

“Sinceramente a nível pessoal esperava mais participação porque, às vezes, ficamos sozinhas, e estivemos os primeiros dias a organizar as orações para ser um serviço. Mas, falando com o padre Nuno soubemos que esta é uma paróquia envelhecida e famosa por ter 1 ou 2 funerais por dia. Tem um grupo de escuteiros com o qual tivemos um contacto e falamos com as pessoas que encontramos sobre os horários das orações, e isto faz parte da nossa pequena comunidade: levar Taizé à comunidade que te recebe.”

À reportagem da RV as três jovens da fraternidade provisória de Taizé na paróquia do Bonfim na cidade do Porto, neste início de ano de 2016, deixaram 3 mensagens para a unidade dos cristãos. Para orar, refletir e concretizar:

A Rita Cahill diz que “para a unidade dos cristãos devemos permanecer humildes e abertos para darmos amor aos outros”.

A Cecilia Schenetti recorda que “pela unidade dos cristãos obviamente penso em Taizé onde cada um tem um seu espaço e um seu dever”.

Por seu lado Ina Lurweg afirma que “a unidade entre os cristãos deve ser sentida com misericórdia”

A Igreja celebra nestes dias, de 18 a 25 de janeiro de 2016, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos com o tema: “Chamados para anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus”.

Sal da Terra, Luz do Mundo” é aqui na Rádio Vaticano em língua portuguesa.

(RS)








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