2015-11-30 14:13:00

Delegação do Vaticano na festa de Santo André em Istambul


Hoje, 30 de Novembro é festa de Santo André. E como já é tradição, há sempre uma troca de delegações entre Roma e Istambul (na Turquia) para participar na festa dos respectivos padroeiros. São Pedro e São Paulo a 29 de Junho, Padroeiros de Roma, e Santo André, Padroeiro dos Cristãos Ortodoxos, a 30 de Novembro.

Assim, por esta ocasião, uma delegação do Vaticano chefiada pelo Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos deslocou-se a Istambul para participar na solene liturgia presidida pelo Patriarca Ecuménico e Arcebispo de Constantinopla, Bartolomeu, na Igreja patriarcal de São Jorge em Fanar. Seguidamente, a Delegação terá um encontro com o Patriarca e conversações com a comissão sinodal encarregada das relações com a Igreja católica.

O Cardeal Koch leva ao Patriarca Bartolomeu uma mensagem assinada pelo Papa que será lida publicamente no fim da liturgia, com a entrega também de um presente da parte de Francisco.

Na sua mensagem o Papa exprime a alegria de poder mandar esta delegação assim como o seu afecto fraterno ao Patriarca Bartolomeu, sublinhando que há precisamente um ano estiveram juntos na solenidade de Santo André, em Fanar, uma ocasião que lhe permitiu renovar e aprofundar a amizade com o Patriarca e com a Igreja por ele presidida, Igreja que “professa, celebra e oferece o mesmo testemunho da fé em Jesus”.

O Papa recorda depois que no próximo dia 7 de Dezembro ocorrem os 50 anos da Declaração conjunta do Papa Paulo VI e do Patriarca Ecuménico Atenágoras I, sobre o cancelamento das excomunhões recíprocas proclamadas em 1054. Por diversos séculos, essas excomunhões, acompanhadas de palavras ofensivas, acusações mútuas e gestos repreensíveis de ambos os lados, representaram um obstáculo à aproximação e à caridade entre católicos e ortodoxos.

Tendo sido restauradas as relações de amor e fraternidade no espírito de mútua confiança, respeito e caridade – escreve o Papa – já não há nenhum impedimento à comunhão eucarística que não possa ser ultrapassado através da oração, da purificação dos corações, diálogo e afirmação da verdade.

Por isso, para continuar no caminho da comunhão é preciso inspirar-se continuamente no gesto de reconciliação de Paulo VI e Atenágoras I – frisa o Papa dizendo que “a todos os níveis  e contextos da vida da Igreja, as relações entre Católicos e Ortodoxos devem reflectir cada vez mais a lógica do amor que não deixa espaço para o espírito de rivalidades”. Daí a importância também do nosso abraço – diz o Papa prosseguindo:

O próprio dialogo Teológico sustido pela caridade mútua, deve continuar a examinar atentamente as questões que nos dividem, procurando sempre aprofundar as nossas compreensões comuns da fé revelada.

O  mundo de hoje precisa de reconciliação e, Católicos e Ortodoxos, movidos pelo amor de Cristo devem oferecer um testemunho credível e efectivo da mensagem de Cristo, uma mensagem de reconciliação e salvação.

O Papa exprime também o seu apreço pelo empenho e sensibilidade do Patriarca Bartolomeu em relação à difícil questão do Ambiente, e considera um sinal positivo o facto de Católicos e Ortodoxos passarem a ter, conjuntamente, todos os anos um “Dia de Oração para o Cuidado à Criação”. Seguindo o que vinha já fazendo o Patriarcado Ecuménico, esse dia é 1 de Setembro.

Outro ponto da mensagem do Papa é o Jubileu da Misericórdia. Francisco explica que proclamou esse Jubileu porque a humanidade precisa de redescobrir o mistério da misericórdia, a ponte que liga o homem a Deus, abrindo os corações à esperança de ser amados para sempre, não obstante os nossos pecados. O Jubileu é apontado pelo Papa como um tempo favorável para contemplarmos a misericórdia de Deus plenamente revelada no seu filho, Jesus Cristo, e nos tornarmos sinais efectivos do amor de Deus, através do perdão e do trabalho mútuo da misericórdia.

O Papa considera providencial o facto de o Ano Jubilar coincidir com os 50 anos da Declaração que pôs termo às excomunhões recíprocas entre Católicos e Ortodoxos. E frisa que na linha dos autores dessa Declaração, Católicos e Ortodoxos, devem hoje pedir perdão a Deus e a si próprios pelas divisões que os cristãos provocaram acerca do Corpo de Cristo. E conclui pedindo oração ao Patriarca Ecuménico a rezar pelo Ano Jubilar e assegurou, por sua vez, as suas orações para o Sínodo Pan-ortodoxo que o Patriarcado está para celebrar.

(DA) 








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