2015-08-21 14:51:00

Mário Vaz empossou Baciro Dja como Primeiro Ministro da Guiné-Bissau


Na Guiné-Bissau, o Presidente da República, José Mário Vaz, nomeou quinta-feira por decreto presidencial, Baciro Dja como Primeiro Ministro no lugar de Domingos Simões Pereira que ele demitiu das próprias funções no passado dia 12. A cerimónia de tomada de posse aconteceu ontem mesmo no Palácio da República na presença do Presidente do Supremo Tribunal da Justiça, Paulo Sanhá. Ausente o Presidente do Parlamento.

Baciro Dja, de 42 anos de idade, formado em Psicologia Clínica, já foi deputado da Nação, Ministro da Juventude e Desporto e Ministro da Defesa Nacional em anteriores governos. Em 2012 apresentou-se como candidato independente às eleições presidenciais e, na sequência da vitória do PAIGC nas legislativas de 2014, ocupava funções de Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares. É também o terceiro vice-presidente do PAIGC. Ele tinha-se demitido do Governo a 23 de Junho, alegando  uma "notória falta de confiança recíproca", entre ele próprio e o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira.

A situação de crise política em que a Guiné-Bissau está mergulhada, surgiu duma falta de confiança recíproca entre José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira, tendo Vaz acusado o Primeiro Ministro de corrupção, nepotismo e peculato, razões pelas quais o demitiu, não obstante os firmes pareceres contrários tanto internos como internacionais.

Depois de ter demitido Domingos Simões Pereira da função de Primeiro Ministro, o Presidente pediu ao PAIGC, na qualidade de Partido vencedor das eleições de 2014, para indicar um nome para chefe do Governo. Conforme as suas normas, o Partido propôs de novo o nome de Domingos Simões Pereira, que aliás é Secretário Geral  do PAIGC.

Aguardam-se agora as reacções do Partido a essa nova iniciativa do Presidente de escolher ele próprio o Primeiro Ministro.

Entretanto, a diáspora guineense não cessa de manifestar a sua tristeza e preocupação pela situação no país. Em Cabo Verde, por ex., onde vivem cerca de 8 mil guineenses, houve quinta-feira uma vigília na Cidade da Praia em que se pediu a José Mário Vaz para respeitar a vontade do povo expressa nas urnas. Em declarações à imprensa, Fernando Baldé, Presidente da Associação dos Guineenses Residentes em Cabo Verde, disse temer que a crise política desemboque numa crise militar. Ele afirmou ainda que vão continuar a realizar outras acções e a lançar apelos a favor da paz e estabilidade na Guiné-Bissau.

Por seu lado, à saída, quinta-feira, de um colóquio com o Presidente Vaz, Miguel Trovoada, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, considerou que esta organização está no país para apoiar as autoridades legítimas naquilo que consideram prioritário.

No discurso de empossamento de Baciro Djá, Mário Vaz, disse que a hora é de mudança no país, não apenas mudança de governo. Ele prometeu imprimir uma mudança de comportamento e atitude nos guineenses, em prol da dedicação ao trabalho. Prometeu também corrigir as desigualdades existentes na sociedade.

Já Baciro Dja afirmou que vai eleger o dialogo franco, honesto e sincero para a busca de soluções, concertadas e duradouras, para a Guiné-Bissau, quer para ultrapassar a crise em curso, quer para a governação do país – assegurou.  (DA)








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