2015-08-17 10:44:00

A Semana do Papa de 10 a 16 de agosto


A atividade do Santo Padre começa, a pouco a pouco a retomar o seu ritmo normal. Logo no início desta semana duas decisões importantes do Papa Francisco: a instituição do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação e a Mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz.

Dia 10

Foi na segunda-feira dia 10 de agosto que o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, que passa a ser o dia 1 de setembro. Este dia é fruto da nova Encíclica do Papa, ‘Laudato Si’ e tem um caráter  fundamentalmente ecuménico, já que será celebrado também na mesma data pela Igreja Ortodoxa.

Católicos e ortodoxos são chamados, no dia 1 de setembro, a uma conversão ecológica, a invocar a misericórdia de Deus pelos pecados cometidos contra a natureza e a procurar juntos uma resposta autêntica e eficaz para cuidar e proteger a criação.

Dia 11

Na terça-feira, dia 11 foi publicada a Mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz a ter lugar no dia 1 de Janeiro de 2016. O tema é “Vence a indiferença e conquista a paz”.

Na sua Mensagem o Papa Francisco afirma que a paz deve ser conquistada com esforço, conversão, criatividade e confronto, sendo necessário sensibilizar e formar o sentido de responsabilidade perante as graves questões que afligem a família humana, tais como os fundamentalismos e os seus massacres, as perseguições devido à fé e à etnia, a violação da liberdade e dos direitos dos povos, a exploração e a escravatura das pessoas, a corrupção e o crime organizado, as guerras e o drama dos refugiados e dos migrantes forçados.

Dia 12

Quarta-feira, 12 de agosto, muito entusiasmo na Sala Paulo VI para a segunda audiência geral de agosto, após a suspensão de verão no mês de julho.

Nesta quarta-feira o Santo Padre afirmou a festa como algo que marca o ritmo da vida familiar dizendo, desde logo, que é uma invenção de Deus, como nos sugere o Livro do Genesis no relato da criação ao declarar que Deus repousou no sétimo dia. Assim, aprendemos que é preciso dedicar um tempo para contemplar e regozijar-se com o trabalho bem feito.

“Mas o verdadeiro tempo da festa suspende o trabalho profissional e é sagrado, porque recorda ao homem e à mulher que foram feitos à imagem de Deus, o qual não é escravo do trabalho, mas Senhor, e, portanto, também nós não devemos nunca ser escravos do trabalho, mas “senhores”. Há um mandamento para isto, um mandamento que é para todos, ninguém excluído! Ao invés, sabemos que existem milhões de homens e mulheres escravos do trabalho! Isto é contra Deus e contra a dignidade da pessoa humana! A obsessão pelo lucro económico e o eficientismo da técnica colocam em risco os ritmos humanos da vida.”

“ O tempo do repouso, sobretudo aquele dominical, é destinado a nós para que possamos gozar daquilo que não se produz e não se consuma, não se compra nem se vende. Mas, pelo contrário, vemos que a ideologia do lucro e do consumo quer comer também a festa: mesmo essa é, às vezes, reduzida a um “negócio”, a um modo para fazer dinheiro e gastá-lo.”

“Mas é para isto que trabalhamos?”

“…o tempo da festa é sagrado porque Deus o habita num modo especial. A Eucaristia dominical leva à festa toda a graça de Jesus Cristo: a sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, o seu fazer comunidade, o seu estar connosco… E assim cada realidade recebe o seu sentido pleno: o trabalho, a família, as alegrias e as canseiras de cada dia, também o sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo.”

Dia 15

Na oração do Angelus de sábado dia 15 de agosto, Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, o Papa Francisco dirigiu o seu pensamento e as suas orações, às vítimas das explosões que ocorreram na China, na quarta-feira dia 12 e que provocaram 112 mortos e mais de 700 feridos:

“O meu pensamento vai, neste momento, para a população da cidade de Tianjin, na China setentrional, onde algumas explosões na área industrial causaram numerosos mortos e feridos e grandes danos. Asseguro a minha oração por aqueles que perderam a vida e por todas as pessoas provadas por este desastre; que o Senhor lhes dê conforto e o apoio a quantos estão empenhados em aliviar os seus sofrimentos”.

Dia 16

Domingo, 16 de agosto, Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. Grande multidão saudou o Santo Padre que, da janela do Palácio Apostólico, referiu que nestas semanas o Evangelho de S. João nos tem proposto o discurso de Jesus sobre o ‘Pão da Vida’, que é Ele mesmo e também o sacramento da Eucaristia.

Segundo o Papa Francisco, Jesus usa o estilo dos profetas para provocar em nós perguntas e decisões. Quando afirma “comer a carne e beber o sangue”, o que significa isto então? É só uma imagem ou é qualquer coisa de real? – perguntou o Santo Padre.

Para termos uma resposta é preciso intuir o que acontece no coração de Jesus enquanto parte o pão para a multidão esfomeada. Sabendo que deverá morrer na Cruz por nós, Jesus identifica-se com aquele pão partilhado e isso torna-se para Ele um ‘sinal’ do sacrifício que o espera – sublinhou o Papa que salientou as palavras de Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele”. A comunhão é assimilação, pois tornamo-nos como Jesus. Mas para isso é preciso o nosso sim, a nossa adesão de fé – afirmou o Santo Padre.

“Mas a Eucaristia não é uma oração privada ou uma bela experiência espiritual, não é uma simples comemoração daquilo que Jesus fez na Última Ceia: a Eucaristia é ‘memorial’, ou seja, um gesto que atualiza e torna presente o evento da morte e ressurreição de Jesus: o pão é realmente o seu Corpo dado por nós, o vinho é realmente o seu Sangue versado por nós.”

“ A Eucaristia é o próprio Jesus que se dá inteiramente a nós. Nutrirmo-nos d’Ele e morar n’Ele mediante a comunhão eucarística, se o fazemos com fé, transforma a nossa vida num dom a Deus e aos irmãos. Nutrirmo-nos do Pão da Vida significa entrar em sintonia com o coração de Cristo, assimilar as suas escolhas, os seus pensamentos, os seus comportamentos. Significa entrar num dinamismo de amor e tornarmo-nos pessoas de paz, de perdão, de reconciliação, de partilha solidária.”

E com Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 10 a 16 de agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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