2015-08-03 12:28:00

A Semana do Papa de 27 de julho a 2 de agosto


Esta semana foi a última de julho, mês no qual estiveram suspensas as principais atividades do Papa Francisco. Neste mês de agosto já recomeçarão as audiências gerais das quartas-feiras na Sala Paulo VI.

Esta rubrica tem assim uma edição reduzida em que damos amplo espaço ao Angelus deste domingo. Começamos, contudo, por recordar o apelo do Santo Padre, no domingo dia 26 de julho, pedindo a libertação do Padre Dall’Oglio e de tantas outras pessoas sequestradas na Síria. Registamos também a reação da família do Padre Dall’Oglio:

“Daqui a alguns dias ocorre o segundo aniversário desde que, na Síria, foi raptado o padre Dall’Oglio. Dirijo um apelo muito forte pela libertação deste estimado religioso. Não posso esquecer também os bispos ortodoxos raptados na Síria e todas as outras pessoas que nas zonas de conflito foram sequestradas.”

Estas palavras do Papa tiveram um grande eco, sobretudo num momento em que o conflito na Síria parece estar a sair da atenção mediática.

Em particular, a família do padre Paolo Dall’Oglio reagiu ao apelo do Papa tendo expresso à Rádio Vaticano a sua gratidão para com o Santo Padre. Em nome da família falou a irmã do padre Paolo, Francesca Dall’Oglio:

“Em nome da nossa família desejo exprimir toda a nossa gratidão ao Papa pelo apelo que dirigiu no Angelus para a libertação do nosso irmão Paolo, a dois anos do seu rapto na Síria. Gostaria de sublinhar que foi para nós fonte de consolação e ao mesmo tempo de emoção e de esperança.”

A irmã do padre Dall’Oglio afirmou também a proximidade da sua família para com os familiares de todas as pessoas que foram sequestradas e raptadas na Síria.

Como já referimos no início desta nossa rubrica, na próxima quarta-feira dia 5 recomeçam as audiências gerais do Papa Francisco na Sala Paulo VI. Entretanto, na semana que estamos a destacar, de 27 de julho a 2 de agosto, a principal aparição pública do Santo Padre foi na oração do Angelus deste XVIII Domingo do Tempo Comum. Recordamos aqui o essencial desse momento do Papa Francisco num trabalho da nossa colega de redação Dulce Araújo:

Recordou que depois da multiplicação dos pães – conforme conta o Evangelista João - as pessoas puseram-se à procura de Jesus e  acabaram por encontra-Lo em Cafarnaum.  Jesus compreendeu logo o motivo de tanto entusiasmo da pare do povo e declarou-o  claramente:

“Vocês estão à minha procura não porque vistes sinais, mas porque comestes daqueles pães e vos saciastes”.

Na realidade – disse o Papa – aquelas pessoas procuram o pão material que no dia precedente tinha aplacado a sua fome. Não compreenderam que aquele pão partido para muitos, era expressão do amor do próprio Jesus. Deram mais valor ao pão do que ao seu doador.

Perante esta cegueira espiritual – prosseguiu o Papa – Jesus põe em evidencia a necessidade de ir para além da satisfação das necessidades imediatas, das próprias necessidades materiais, embora sejam essenciais.  O Filho de Deus convida a ir para além das necessidades imediatas, do comer, do vestir, do sucesso, da carreira, para se olhar para algo de incorruptível, e exorta:

“Empenhai-vos não para a alimentação que não dura, mas para a alimentação que permanece para a vida eterna e que o Filho do homem vos dará”.

Jesus quer fazer compreender, como estas palavras – frisou o Papa – que a fome física da pessoa humana, traz consigo algo de mais importante, que não pode ser saciado com a comida ordinária.

“Trata-se de fome de vida, de eternidade que Ele só pode saciar, na medida em que é “o pão da vida”.

O Papa chama também a atenção para o facto de Jesus não eliminar a preocupação da procura do pão quotidiano, mas recorda simplesmente que “o verdadeiro significado da nossa existência terrena está na eternidade, e que a história humana com os seus sofrimentos e as suas alegrias deve ser vista num horizonte de eternidade, isto é, naquele horizonte do encontro definitivo com Ele. E esse encontro ilumina todos os dias da nossa vida. Se nós pensarmos nesse encontro, nesse grande dom, os pequenos dons da vida, mesmo os sofrimentos e as preocupações serão iluminados, na esperança  deste encontro”.

Jesus é pão vivo descido dos Céus, apresenta-se a nós como único e verdadeiro significado da existência humana – frisou ainda o Papa, acrescentando que é o próprio Jesus a explicar o significado da existência do ser humano:

“Eu sou o pão da vida, quem vive em mim não terá fome e que crê em mim não terá sede, nunca!”

O Papa indicou nisto uma referência à Eucaristia, o grande dom que sacia a alma e o corpo. “Encontrar e acolher em nós Jesus, ‘pão da vida’, dá significado e esperança ao caminho tortuoso da vida. Mas este “pão da vida” é-nos dado para que possamos, por nossa vez,  saciar a fome espiritual e material dos irmão, anunciado o Evangelho onde quer que seja, mesmo nas periferias existenciais. Com o testemunho das nossas atitudes fraternas e solidárias em relação ao próximo, tornamos presente Cristo e o seu amor por meio dos homens”

O Papa concluiu dizendo que temos muita necessidade de Deus na nossa existência quotidiana! Tanto nos dias de trabalho e de preocupações, como nos dias de férias. O Senhor convida-nos a não esquecer que, se por um lado é justo preocupar-se com o pão material, por outro, para consolidar as forças, é ainda mais necessário potenciar a nossa fé em Cristo, “pão da vida” que sacia o nosso desejo de verdade, de justiça e de consolação.

E o Papa pediu à Virgem Maria para nos apoiar na procura e na sequela do seu Filho Jesus, o “pão verdadeiro” que não se corrompe e dura pela vida eterna.

E com Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 27 de julho a 2 de agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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