2015-07-22 10:29:00

Papa aos autarcas: Laudato Sí é uma encíclica social


Terminou nesta quarta-feira dia 22 na Sala do Sínodo no Vaticano, uma conferência promovida pelas Academias Pontifícias da Ciência e das Ciências Sociais sobre as “mudanças climáticas e as novas formas de escravidão”. Duas emergências sociais às quais se refere o Papa Francisco na sua Encíclica ‘Laudato Si’.

O Santo Padre não quis deixar de estar presente neste encontro que juntou mais de 70 autarcas vindos de todo o mundo, de Nova Iorque a Paris, de S. Paulo a Buenos Aires. Presentes também os cardeais Francesco Montenegro de Agrigento na Itália e o brasileiro Claudio Hummes, prefeito emérito da Congregação para o clero e muito empenhado na proteção das populações da Amazónia.

O Papa visitou os autarcas na terça-feira e, falando de improviso em língua espanhola, começou por considerar que aquilo que se pede no cuidado com o ambiente é muito mais do que uma simples atitude verde, mas sim uma atitude de ecologia humana, salientou o Papa recordando a sua Encíclica ‘Laudato Sí’:

“ Essa atitude de cuidar do ambiente, não é uma atitude verde é muito mais; cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana, a ecologia é total é humana. E isso é o que eu quis desenvolver na Encíclica ‘Laudato Si’.”

Neste sentido, o Papa Francisco reforçou a ideia de que a ‘Laudato Sí’ não é uma encíclica verde mas uma encíclica social:

“Não é uma encíclica verde é uma encíclica social, porque da vida social dos homens não podemos separar o cuidado com o ambiente, que é uma atitude social.”

De seguida o Santo Padre elogiou a oportunidade do convite aos autarcas de todo o mundo para este encontro no Vaticano, porque eles conhecem o governo local e as periferias.

O Santo Padre referiu-se na ocasião ao fenómeno do crescimento desmesurado das cidades baseado em fenómenos migratórios que comportam consequências negativas de exclusão. Estes fatores, juntamente com a idolatria da tecnocracia, têm levado à falta de trabalho e ao desemprego – afirmou o Papa:

“ A idolatria da tecnocracia que leva à falta de trabalho e ao desemprego.”

Deste modo, o Papa falou dos problemas do trabalho sem contrato e das novas formas de escravidão que se transformam em formas de sobrevivência:

“… são fontes de trabalho para poder sobreviver…”

Por tudo isto o Santo Padre reafirmou a sua esperança no encontro de Paris no final deste ano e afirmou que tudo isto interessa às Nações Unidas:

“ Isto tem que interessar às Nações Unidas. Tenho muita esperança no encontro de Paris, para que se chegue a um acordo… tenho muita esperança!”

“E as Nações Unidas têm que se interessar muito fortemente por este fenómeno do tráfico de pessoas provocado pelo fenómeno ambiental.”

O Papa Francisco terminou o seu discurso pedindo o contributo dos autarcas, para que o verdadeiro trabalho de difusão de uma consciência ecológica venha da periferia para o centro das decisões. Senão não terá efeito – concluiu o Papa:

“ A Santa Sé ou um país pode fazer um belo discurso nas Nações Unidas, mas se o trabalho não é feito das periferias para o centro não tem efeito.” (RS)








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