2015-07-08 13:00:00

P. Lombardi: balanço da primeira etapa de Francisco na América Latina


Na conclusão do intenso dia de ontem no Equador, Mario Galgano recolheu os comentários do porta-voz do Vaticano e director da Rádio Vaticano, padre Federico Lombardi, que traçou um balanço desta primeira etapa na América Latina do Papa Francisco. Antes de tudo, perguntou ao Papa como está

O Papa está sempre bem: não apenas porque devo dizê-lo eu, mas porque é verdade e porque se alguém vê o que ele faz não pode deixar de ficar admirado pela extraordinária energia. Mas também vendo de perto, não obstante os compromissos destes dias, vê-se que ele se mantém sempre sereno, totalmente tranquilo, seguro de si, atento às várias pessoas que encontra, atento também aos detalhes ... portanto, manifesta realmente uma capacidade de viver estes períodos assim extraordinários de empenhos com uma total possibilidade de enfrentar qualquer aspecto.

O programa de ontem foi muito intenso: celebrou na Praça do Bicentenário em Quito, teve encontro com os estudantes, isto é, o mundo da universidade, o mundo da sociedade civil ... Quais foram os pontos fortes deste dia?

Este dia teve a vantagem de se ter desenrolado na mesma cidade, portanto não houve as transferências que ontem, por exemplo, necessariamente ocuparam tempo para se deslocar mesmo com o avião, indo ao aeroporto ... Aqui, pelo contrário, ficámos na capital todo o dia e de facto isso nos permitiu realizar um programa com uma série de eventos muito importantes: a partir do encontro com os bispos, que era privado, mas que tinha toda a sua importância numa lógica de visita pastoral, de Igreja. E depois esta Missa extraordinária, na Praça do Bicentenário, que também tinha sido preparada muito bem: uma celebração que foi realmente um prazer vivê-la, não apenas pela riqueza dos conteúdos, mas também pelo cuidado espiritual com o qual tinha sido preparada. Na parte da tarde, o Papa pôde fazer estes dois eventos importantes no âmbito da visita, o encontro com o mundo da educação. Este encontro com o mundo da educação é um característico desta etapa do Equador: tinha sido desejado também pela Igreja no Equador exactamente para encorajar o grande empenho educativo da Igreja, mas inserido na realidade mais ampla e complexa, do mundo educativo na sua globalidade. E isto permitiu ao Papa de tocar uma série de grandes problemas que naturalmente afectam não só a educação especificamente em si, mas os grandes valores que são comunicados através da educação: portanto, como as grandes questões do mundo de hoje - o Papa referiu-se, em particular, às questões tratadas também na última Encíclica "Laudato sì" – se tornam as questões que se transmitem e que permitem definir a educação de modo a ajudar os jovens a preparar-se para responder a estas questões da humanidade de hoje com a sua responsabilidade e com a sua adequada preparação.

E no que se refere ao mundo da cultura, da sociedade civil, com o discurso muito profundo, que tocou vários temas, existe algo que o impressionou de modo particular?

Foi sem dúvida um discurso muito aguardado, porque o momento em que vive mesmo a sociedade equatoriana - assim como muitas outras sociedades - é um momento delicado de desenvolvimento, em que estão presentes também algumas tensões. Houve um progresso certamente muito positivo da nação, em muitos anos, mas existem muitos problemas em aberto. E então, como o Papa iria enfrentar, que contributo poderia dar ao povo equatoriano nesta situação, era naturalmente, uma interrogação. E o Papa, em todas as intervenções destes dias, de uma maneira ou de outra conseguiu dar uma mensagem de diálogo, solidariedade, de orientação para a construção de uma sociedade harmoniosa, inclusiva, capaz de integrar todos os seus diferentes componentes, de integrar a criatividade destes diferentes componentes e a sua responsabilidade, numa preocupação comum pelo bem comum da nação. E o método que o Papa escolheu no seu discurso foi o de partir da experiência concreta da família, dos valores familiares para  ampliar os valores experimentados na construção da comunidade familiar à sociedade. E portanto ele apontou uma via muito concreta para enquadrar este discurso que ele centrou nas atitudes que cada um deve ter para dar positivamente o seu contributo ao futuro do seu País. (BS)








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