2015-06-08 10:37:00

A Semana do Papa de 1 a 7 de junho


Dia 1

Segunda-feira, 1 de junho: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que é do “descarte” do Filho de Deus que surge a salvação.

Na sua homilia, o Santo Padre comentou o Evangelho do dia, que propõe a parábola dos vinhateiros homicidas. Uma narração que fala de uma pedra rejeitada que se torna fundamental. Deus constrói sobre a fraqueza, e lendo as páginas da história entre Deus e o seu povo – observou o Papa – “parece ser uma história de falências”.

“O caminho da nossa redenção é um caminho de muitas falências. Até mesmo o da cruz é um escândalo, mas é ali que vence o amor. Aquela história que começa com um sonho de amor e continua com uma história de falências, termina na vitória do amor: a cruz de Jesus. Não devemos esquecer-nos desse caminho, é um caminho difícil. Também o nosso! Se cada um de nós fizer um exame de consciência, verá quantas vezes expulsou os profetas. Quantas vezes disse a Jesus: Vai-te embora; quantas vezes quis salvar-me a mim mesmo, quantas vezes pensamos que éramos justos.”

Na conclusão da sua homilia o Santo Padre afirmou que não nos podemos esquecer que é na morte na Cruz do Filho de Deus que se manifesta “o amor de Deus ao seu povo”. Ele humilhou-se e nós devemos fazer o mesmo – concluiu o Papa Francisco.

Dia 3

Quarta-feira, 3 de junho: na audiênciai geral o Papa Francisco continuou com as suas catequeses sobre a família, falando, desta vez, sobre aquelas famílias que vivem em situações de pobreza.

O Santo Padre afirmou, desde logo, que a miséria social é um drama que atinge as famílias seja nas grandes cidades, como no campo: desemprego, condições precárias de trabalho, bairros sem infraestruturas, serviços sociais e sanitários ineficazes, escolas sem qualidade, sem contar ainda com o dano causado pelo consumismo e o narcisismo, tão difundidos pela cultura mediática.

Entretanto, em alguns lugares, como se não bastasse, a situação fica agravada pela “mãe de todas as pobrezas”, que é a guerra. Contudo, apesar de tantos obstáculos – observou o Santo Padre – existem muitas famílias pobres que procuram, heroicamente, conduzir a sua vida quotidiana de modo digno e honesto, tendo a Deus como o seu único suporte. Estas famílias salvam a humanidade da barbárie e “perante elas deveríamo-nos ajoelhar!” – sublinhou o Papa.

Desta forma, a Igreja, que é mãe, deve ser pobre para tornar-se fecunda e dar uma resposta a tanta miséria, através da oração e da ação – afirmou o Papa Francisco:

“Uma Igreja pobre é uma Igreja que pratica uma voluntária simplicidade na própria vida – nas suas próprias instituições, no estilo de vida dos seus membros – para abater cada muro de separação, sobretudo dos pobres.”

No final da audiência geral desta quarta-feira dia 3 de junho o Papa Francisco referiu-se a um problema laboral que está a acontecer em Itália com os operários da fábrica da Indesit Whirpool em Carinaro na província de Caserta na região da Campania.

Estão em risco mais de 800 postos de trabalho segundo o plano apresentado pela multinacional norte-americana.

“Dirijo um pensamento especial aos operários da fábrica Whirlpool de Carinaro e espero que a grave conjuntura de desemprego encontre uma rápida e justa solução, no respeito de todos, especialmente das famílias. A situação em todo o país é particularmente difícil; e é importante que se faça um sério esforço para abrir caminhos de esperança.”

Dia 4

Quinta-feira, dia 4 de junho: o Papa Francisco presidiu à Missa da Solenidade do Corpo de Deus celebrada no adro da Basílica de S. João de Latrão. Na sua homilia, o Santo Padre afirmou que Jesus se humilhou e aniquilou para que permanecêssemos unidos e fossemos comunhão com os pobres e os fracos.

Mas podemos sofrer de desagregação e de diminuição da nossa dignidade cristã deixando-nos atingir pelas idolatrias do egoísmo e da arrogância – advertiu o Papa que sublinhou que a Eucaristia é fonte de libertação, pois não é prémio para os bons mas força para os débeis.

“ Assim aprendemos que a Eucaristia não é um prémio para os bons, mas é a força para os débeis, para os pecadores, o perdão e o viático que nos ajuda a andar e a caminhar.”

Dia 6

Sábado, dia 6 de junho, o Papa Francisco visitou a cidade-mártir de Sarajevo na Bósnia-Herzegovina. Foi recebido pelas autoridades do país com quem teve um breve encontro. Logo de seguida, rumou ao Estádio daquela cidade onde 60 mil pessoas o aguardavam para a celebração eucarística. Na sua homilia o Santo Padre pediu para que nunca mais haja guerra e observou que para fazer a paz é preciso “um trabalho artesanal que requer paixão, paciência, experiência e tenacidade.”

Na parte da tarde, aos sacerdotes, religiosos e religiosas que se reuniram na Catedral da cidade com o Santo Padre, o Papa Francisco afirmou a importância de serem conservados os testemunhos de fé e a memória do passado para construírem uma sociedade de paz.

Para a construção dessa sociedade de paz, o Papa Francisco apresentou o diálogo como o fator de unidade para a paz. Foi no seu encontro inter-religioso com as várias confissões religiosas da Bósnia-Herzegovina. O Santo Padre disse que "o diálogo é uma escola de humanidade e um fator de unidade, que ajuda a construir uma sociedade fundada na tolerância e no respeito mútuo”.

No encontro com os jovens no final da tarde de sábado, o Papa Francisco ouviu testemunhos e perguntas e deixou uma mensagem de grande esperança nos jovens da Bósnia, primeira geração depois de uma guerra fratricida:

“Vós tendes uma singularidade: vós sois a primeira – creio – geração depois da guerra. Vós sois a fonte de uma primavera, que quer ir em frente e não voltar à destruição, às coisas que nos fazem inimigos uns dos outros. Eu encontro em vós este querer e este entusiasmo. E isto é novo…”

“ Honestidade e não hipocrisia; união, fazer pontes…e isto é fraternidade.”

Na viagem de regresso ao Vaticano o Santo Padre falou com os jornalistas no avião. Destaque para a referência às aparições de Medjugorie, sobre as quais o Papa Francisco disse ter havido um aprofundado trabalho da comissão criada pelo Papa Bento XVI e que a Congregação para a Doutrina da Fé está a trabalhar numa decisão.

Dia 7

No Angelus deste domingo o Papa Francisco falou sobre a viagem a Sarajevo e depois deixou uma mensagem sobre a Solenidade do Corpo de Deus que neste domingo se celebrou em muitos países.

O Santo Padre afirmou que Jesus Eucaristia é síntese de uma existência oferecida para a salvação da humanidade e um convite a tomar parte:

“Quando tomamos e comemos o Pão, nós somos associados à vida de Jesus, entramos em comunhão com Ele, comprometemo-nos em realizar a comunhão entre nós, a transformar a nossa vida em dom, sobretudo com os mais pobres.”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 1 a 7 de junho. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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