2015-05-19 13:04:00

Cáritas - reforçado o espírito de família e cooperação fraterna


Terminou domingo em Roma, na Domus Maria, depois de uma semana de trabalhos, a XX Assembleia da Cáritas Internacional, uma confederação de 164 Cáritas nacionais, às quais se juntou este ano mais uma. A do Sudão do Sul.

A Assembleia que elegeu como seu novo Presidente para os próximos 4 anos, o Cardeal Tagle, das Filipinas, aprovou também para esse período um plano estratégico articulado em 5 pontos. Mas para além disso, sobressai o espírito de família e de cooperação fraterna entre os diversos membros da confederação – sublinhou Michel Roy que foi confirmado no cargo de Director que vinha desempenhando havia já quatro anos.

No que toca ao plano quadrienal, o Director disse que em primeiro lugar está o intento de pôr a Cáritas no centro da pastoral da Igreja; depois continuar a melhorar a resposta às urgências, como catástrofes naturais, conflitos, e às consequências crónicas que deixam atrás de si. Em terceiro lugar, promover o desenvolvimento humano integral num duplo binário: reforçar as organizações comunitárias para que desenvolvam as suas próprias iniciativas e estabeleçam parcerias com as autoridades nacionais e locais. Por fim, continuar a construir uma solidariedade global com base numa pedagogia Cáritas. Nesta linha se inscreve a campanha mundial sobre o direito à alimentação para todos e a preocupação de dar visibilidade às acções da Cáritas Internacional. O quinto ponto do plano estratégico pretende fazer com que todos os membros das Cáritas estejam à medida de desempenhar a sua missão como cristo como referência e com profissionalismo.

Terminada a Assembleia em Roma, um bom número dos participantes deslocavam-se segunda-feira a Milão, onde a Cáritas tem neste dia 19 uma jornada especial na Expó 2015, Exposição Universal, cujo tema fundamental desta edição é precisamente a alimentação no mundo de hoje. O Cardeal D. Arlindo Furtado, Presidente da Cáritas de Cabo Verde e Marina Almeida, Secretária, vão lá estar sobretudo com olhos de observador:

A Assembleia da Cáritas Internacional foi precedida da Conferência da Cáritas- África, que elegeu também um novo corpo directivo. A Presidência passou de D. Francisco Silota, Bispo de Chimoio em Moçambique,  para o arcebispo de Kumasi, no Gana, D. Gabriel Yao Anokye, e o Secretário, de Jacques Dinan, das ilhas Maurícias para Albert Mashika, da República Democrática do Congo, em cuja Cáritas trabalhava desde 2001.

À pergunta com que espírito assume a missão de Secretário da Cáritas-África que engloba as Cáritas nacionais de 46 países a Sul do Sahara, Albert Mashika disse:

“No momento em que fui eleito senti que a responsabilidade que me foi confiada é pesada. Mas não tenho medo porque o Senhor que quis que fosse eleito para esse lugar de responsabilidade há-de me dar os recursos necessários para realizar esta missão na sua Igreja. Devo dizer que há também coordenadores de zonas, são 6 em África, e conto também com eles para realizar a missão que me foi confiada. Cada uma das 46 Cáritas tem um papel a jogar  na actuação do plano estratégico que adoptamos e que cobre o período 2015-2019.”

Albert Mashika garante também que as diferenças linguísticas não constituirão uma barreira. É que os de expressão oficial portuguesa se lamentam da prevalência do francês e do inglês nas reuniões e documentos da Cáritas-África, tendo eles sempre de se esforçar por se adaptar…

“Estatutariamente falando, sei que as línguas de trabalho da Cáritas-África são o inglês, o francês e o português. O meu predecessor, Jacques Dinan, cada vez que publicava algo, documentos como o quadro estratégico, o boletim de informação… fazia um esforço para que fossem publicados nas três línguas da Cáritas-África. E eu prometo continuar nesta mesma linha. Mas há também os colegas da Guiné-Equatorial que são de língua espanhola e lamentam-se do facto de não se falar espanhol na Cáritas-África. Faremos também um esforço em relação à Cáritas da Guiné-Equatorial para que se integre na família das Cáritas-África e poderemos ver as modalidades práticas a pôr em acto  durante as nossas reuniões. As línguas não deverão ser uma barreira, mas uma oportunidade para realizar a missão. A nossa preocupação é manter a unidade da África e de fazer com que as diversas Cáritas, qualquer que seja a língua de trabalho se sinta membro da Família Cáritas e haverá disposições que serão tomadas para que as línguas não constituam uma barreira.”

A Cáritas-África que passa agora a fazer parte do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África, com sede em Gana, transferirá a sua sede de Lomé, no Togo, para o Gana – disse-nos ainda o neo-secretário, Albert Mashika. 

(DA)








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