2015-05-17 14:29:00

Canonizações – Papa: testemunhar e permanecer no amor


Na manhã deste domingo, dia 17 de maio, a Praça de S. Pedro, encheu-se de fiéis para a celebração de quatro novas santas. O Papa Francisco presidiu à canonização de quatro religiosas: a italiana Irmã Maria Cristina da Imaculada Conceição (1856-1906) a francesa Irmã Giovanna Emilia de Villeneuve (1811-1854) e duas religiosas palestinianas, a Irmã Maria Alfonsina Danil Ghattas (1843-1927) e a Irmã Maria de Jesus Crucificado Baouardy (1846-1878).

Na sua homilia o Santo Padre, refletindo sobre as leituras deste domingo retiradas dos Atos dos Apóstolos e do Evangelho sublinhou dois verbos essenciais: testemunhar e permanecer. Testemunhar a ressurreição de Jesus e permanecer em Cristo ressuscitado e no seu amor.

Os Apóstolos foram os primeiros a viver esta atitude e hoje em dia são os santos a testemunharem esta unidade com Cristo como os ramos da videira – afirmou o Papa Francisco que recordou as quatro religiosas que foram canonizadas nesta celebração:

“Este é o segredo dos santos: viver em Cristo, unidos a ele como os ramos da videira, para levar muito fruto. E este fruto não é outra coisa que não seja o amor. Este amor resplendece no testemunho da Irmã Giovanna Emilia de Villeneuve, que consagrou a sua vida a Deus e aos pobres, aos doentes, aos presos, aos explorados, tornando-se para esses e para todos, sinal concreto do amor misericordioso do Senhor.”

“ A relação com Jesus Cristo é a atmosfera em que vive o cristão e na qual encontra a força de ser fiel ao Evangelho, mesmo no meio dos obstáculos e às incompreensões. “Permanecer no amor: isto fez também Irmã Maria Cristina Brando. Ela foi completamente conquistada pelo amor ardente pelo Senhor e a partir da oração, do encontro com Jesus ressuscitado, presente na Eucaristia, recebia a força para suportar os sofrimentos e dar-se como pão partido a tantas pessoas distantes de Deus e esfomeadas do amor autêntico.”

Permanecer no amor e na unidade testemunhando o Senhor vivo e ressuscitado são também aspetos da vida das duas religiosas palestinianas às quais o Santo Padre também se referiu na sua homilia:

“Experimentou-o em modo eminente a Irmã Maria Baouardy que, humilde e iletrada, soube dar conselhos e explicações teológicas com extrema clareza, fruto do diálogo contínuo com o Espírito Santo. A docilidade ao Espírito tornou-a também instrumento de encontro e de comunhão com o mundo muçulmano.”

“Assim também para a Irmã Maria Alfonsina Danil Ghattas que compreendeu bem o que significa irradiar o amor de Deus no apostolado, tornando-se testemunha de mansidão e de unidade. Ela oferece-nos um claro exemplo de quanto seja importante tornarmo-nos uns, responsáveis dos outros, de viver um ao serviço do outro.”

No final da sua homilia o Papa Francisco lançou algumas interrogações para reflexão dos fiéis:

Como sou eu testemunha de Cristo ressuscitado?

Como permaneço n’Ele, como vivo no seu coração?

Sou capaz de semear na família, no ambiente de trabalho, na minha comunidade, a semente daquela unidade que Ele nos deu fazendo-nos participantes da vida trinitária?

A propósito das duas religiosas palestinianas, agora santas, deixamos aqui a opinião do Padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico para os Estudos e os Media de Amã na Jordânia, que falou à Rádio Vaticano:

“Maria Alfonsina, seguindo o desejo da Virgem Maria, fundou essa congregação. É uma presença realmente grande agora, sobretudo no campo educacional, com muitas escolas na Jordânia, Palestina, Israel e Líbano. É uma missão educacional para muçulmanos e cristãos porque a sua escola é aberta a todos os cidadãos, sem discriminação. Este é também um exemplo de diálogo que mostra que estamos sempre abertos para oferecer um serviço educacional, positivo para as nossas sociedades árabes.”

“Quando falamos do tempo em que viveu a religiosa, a mulher era colocada à margem da sociedade. Falamos de uma coragem realmente extraordinária. No final, descobriu-se que a Virgem Maria pediu-lhe para fundar essa congregação e de fazer tantas coisas.”

Padre Bader fez também um breve perfil da Irmã Maria de Jesus Crucificado, carmelita descalça:

“Era uma mulher analfabeta que entendeu que a força de Deus passa pela humildade e simplicidade evangélica. Podemos falar sobre essa religiosa como exemplo das pessoas que sofrem por causa do extremismo: um jovem queria fazer com que ela mudasse de religião. Ela recusou e esse rapaz tentou matá-la, mas a Virgem Maria sempre a salvou. Este é um exemplo do sofrimento que temos em relação à religião no Médio Oriente. Sofremos por causa do extremismo, mas esperamos que as religiões sejam sempre um sinal de reconciliação e paz. A religião não deve nunca ser usada para a violência: a religião é um exemplo de simplicidade, de humildade e de paz.” (RS)

 

 

 

 








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