2015-04-19 10:52:00

Moçambique: não retaliar face à xenofobia na África do Sul


O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, exortou a população do país a evitar a retaliação contra cidadãos sul-africanos face à onda de violência xenófoba na África do Sul, apelando à calma e à serenidade.

Segundo o jornal digital “Observador” que cita a Agência Lusa, Carlos Agostinho do Rosário, em declarações à imprensa no município da Matola, arredores da capital moçambicana afirmou querer que “todo o povo se mantenha calmo e sereno”. O primeiro-ministro declarou ainda que não é possível repetir em Moçambique ”as más ações dos sul-africanos”. “Ao retaliarmos, estaremos a gerar mais violência aqui, que se irá repetir também na África do sul, assim sendo, a violência nunca mais acabará” – disse o governante.

Além de gerar uma corrente de violência, de acordo com Carlos Agostinho do Rosário, as ações de retaliação aos ataques xenófobos podem condicionar a capacidade produtiva de Moçambique, na medida em que existe muita mão-de-obra sul-africana a trabalhar no país.

“Se mandarmos embora os nossos colegas da África do Sul, vamos perder a nossa capacidade de produzir e, com isso, o emprego não vai acontecer”, declarou o primeiro-ministro, garantindo que o Governo moçambicano está a acompanhar o desenvolvimento dos acontecimentos e vai tomar medidas brevemente.

As últimas atualizações das autoridades moçambicanas indicam que 107 moçambicanos, incluindo 21 crianças, regressaram a Moçambique na madrugada de sexta-feira e foram instalados num campo em Boane, província de Maputo, repatriados da África do Sul devido à onda de violência xenófoba no país.

Desde que começou a onda de violência xenófoba contra estrangeiros africanos na África do Sul, várias manifestações de populares em retaliação ao fenómeno foram registadas em Moçambique. (RS)








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