2015-02-16 17:47:00

A Semana do Papa de 9 a 15 de fevereiro


Dia 9

O Papa Francisco na segunda-feira dia 9, na Missa em Santa Marta, afirmou que preservar a criação é tarefa dos cristãos e não só dos ecologistas:

“Quando nós ouvimos que as pessoas se reúnem para pensar em como proteger a Criação, podemos dizer: ‘Mas não, são os ecologistas!’ Não, não são ecologistas! Isso é cristão! É a nossa resposta à ‘primeira criação’ de Deus. É a nossa responsabilidade. Um cristão que não preserva a Criação, que não a faz crescer, é um cristão que não se importa com o trabalho de Deus, aquele trabalho que nasceu do amor de Deus por nós. E esta é a primeira resposta à primeira criação: preservar a Criação, fazê-la crescer”.

Dia 10

Terça-feira, 10 de fevereiro: Deus procura-se. Os cristãos que estão sentados e quietos não conhecerão o rosto de Deus – esta a mensagem principal do Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na Capela da Casa de Santa Marta. Se um cristão quer conhecer a sua identidade, não pode estar cómodo na poltrona – disse o Santo Padre que partindo da leitura do Genesis que apresenta a criação do ser humano à ‘imagem de Deus’ medita sobre os caminhos que existem para um cristão que queira conhecer a sua identidade:

“Quem não se coloca a caminho, jamais conhecerá a imagem de Deus, jamais encontrará a face de Deus. Os cristãos sentados, quietos, nunca descobrirão o rosto de Deus.

Dia 11

Quarta-feira, 11 de fevereiro, Memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, apesar do frio a Audiência Geral voltou à Praça de S. Pedro e o Papa Francisco em mais uma das suas catequeses sobre a família falou sobre os filhos. O Santo Padre afirmou que os filhos são a alegria de uma família e da sociedade e não podem jamais ser vistos como propriedade dos pais, pois os filhos são um dom:

“Os filhos são a alegria da família e da sociedade. Não são um problema de biologia reprodutiva, nem um dos tantos modos de realizar-se e muito menos são uma posse dos pais. Os filhos são um dom.”

À luz do quarto Mandamento – continuou o Papa – vemos que uma sociedade onde os filhos não honram os seus pais, é uma sociedade condenada a encher-se de jovens frios e ambiciosos.

“Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra.”

No final da audiência o Papa Francisco lançou um apelo pelas vítimas dos últimos dias ao largo da Ilha de Lampedusa devido à imigração ilegal:

“Sigo com preocupação as notícias que chegam de Lampedusa que nos contam de outros mortos entre os imigrantes por causa do frio ao longo da travessia do Mediterrâneo. Desejo assegurar a minha oração pelas vítimas e encorajar novamente à solidariedade para que a ninguém falte o necessário socorro.”

Dia 12

Na quinta-feira dia 12 de fevereiro o Papa Francisco abriu o Consistório para a criação de 20 novos cardeais, propondo uma curta comunicação na qual reforçou os objetivos da Reforma da Curia: maior harmonia para um forte testemunho cristão.

"A meta a alcançar é sempre aquela de favorecer uma maior harmonia no trabalho dos diversos Dicastérios e gabinetes, a fim de realizar uma colaboração mais eficaz naquela transparência absoluta que edifica a autêntica sinodalidade e a verdadeira colegialidade. A reforma não é um fim em si mesma, mas um meio para dar um forte testemunho cristão; para favorecer uma evangelização mais eficaz; para promover um espírito ecuménico mais fecundo; para incentivar um diálogo mais construtivo com todos”.

Dia 14

Na manhã de sábado 14 de fevereiro na celebração de criação dos novos cardeais na Basílica de S. Pedro, o Papa Francisco afirmou que ser cardeal é um serviço de amor e caridade.

Na sua alocução o Papa Francisco, comentando o hino à Caridade da 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios (cap. 13), explicou antes de tudo o significado e a missão da dignidade cardinalícia. Porque de dignidade se trata, disse o Papa, mas não honorífica:

“Não se trata de algo acessório, decorativo que faça pensar a uma honorificência, mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da comunidade. Vós sois junções cardinais e estais incardinados na Igreja de Roma, que «preside à universal assembleia da caridade”

Em seguida o Papa disse que na Igreja, toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. E por isso o «hino à caridade» da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios – continuou o Papa - constitui a palavra-orientadora para o ministério cardinalício quando o apóstolo descreve as características da caridade.

A propósito da caridade magnânima e benévola o Papa sublinhou que quanto mais se amplia a responsabilidade no serviço à Igreja, tanto mais se deve ampliar o coração, dilatando-se de acordo com a medida do coração de Cristo:

 “Magnanimidade é, em certo sentido, sinónimo de catolicidade: é saber amar sem limites, mas ao mesmo tempo fiéis às situações particulares e com gestos concretos. Amar o que é grande, sem negligenciar o que é pequeno; amar as coisas pequenas no horizonte das grandes …”

Depois, continuou o Papa, a caridade «não é invejosa, não é arrogante nem orgulhosa», e isto é na verdade um milagre da caridade, pois nós todos e em todas as idades da vida sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho, e as dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação, advertiu o Papa

O Papa Francisco falou também da caridade que «não falta ao respeito, não procura o seu próprio interesse», o que convida o servidor da Igreja a descentralizar-se e a situar-se no único verdadeiro centro que é Cristo; da caridade que «não se irrita, não leva em conta o mal recebido» e que nos liberta do perigo de reagir impulsivamente, dizer e fazer coisas erradas; e sobretudo do risco mortal da ira retida, «aninhada» no interior, que nos leva a ter em conta os malefícios recebidos; da caridade que «não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade», sublinhando:

“Quem é chamado na Igreja ao serviço da governação deve ter um sentido tão forte da justiça que veja toda e qualquer injustiça como inaceitável, incluindo aquela que possa ser vantajosa para si mesmo ou para a Igreja e, ao mesmo tempo, deve rejubilar na verdade. Portanto, denúncia firme da injustiça e o serviço jubiloso da verdade”.

Dia 15

No domingo dia 15 na Missa em que concelebraram os novos cardeais na Basílica Vaticana o Papa Francisco na sua homilia pediu aos novos purpurados que não se limitem a acolher aqueles que os procuram mas a procurarem os mais distantes sem medo e sem preconceitos:

“Caros novos Cardeais, esta é a lógica de Jesus, este é o caminho da Igreja: não só acolher e integrar, com coragem evangélica, aqueles que batem à nossa porta, mas ir à procura, sem preconceitos nem medo, dos afastados revelando-lhes gratuitamente aquilo que gratuitamente recebemos. «Quem diz que permanece em [Cristo], deve caminhar como Ele caminhou» (1 Jo 2, 6). A disponibilidade total para servir os outros é o nosso sinal distintivo, é o nosso único título de honra!”

No Angelus deste domingo dia 15 o Papa Francisco exortou os cristãos a tornarem-se em instrumentos do amor misericordioso de Jesus deixando-se contagiar pelo bem.

O Evangelho deste domingo – prosseguiu o Papa – é um convite a tornarmo-nos “instrumentos do amor misericordioso de Jesus, ultrapassando todos os tipos de marginalização”.  Se o mal é contagioso, o bem também pode ser contagioso. “Deixemo-nos contagiar pelo bem e contagiemos o bem”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 9 a 15 de fevereiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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