2015-02-02 17:56:00

A Semana do Papa de 26 de janeiro a 1 de fevereiro


Dia 26

No dia 26 de janeiro o Papa Francisco afirmou na homilia da Missa em Santa Marta que a fé é um dom do Espírito Santo transmitido principalmente pelas mulheres.

“… porque são principalmente as mulheres a transmitir a fé? Simplesmente porque quem nos trouxe Jesus foi uma mulher: foi o caminho escolhido por Jesus. Ele quis ter uma mãe: o dom da fé também passa pelas mulheres, como Jesus passou por Maria”.

Dia 27

Terça-feira, dia 27 de janeiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que é preciso rezar a Deus e pedir todos os dias a graça de entender e realizar a Sua vontade.

Realizar a vontade de Deus “não é fácil” – diz o Papa. Não foi fácil para Jesus que foi tentado no deserto e também no Jardim das Oliveiras, e com dor no coração aceitou o suplício que o aguardava. Não foi fácil para alguns discípulos, que o deixaram porque não entenderam o que significava “fazer a vontade do Pai”. Não o é para nós, a partir do momento que – notou o Papa – “todos os dias nos são apresentadas numa bandeja tantas opções”. E então, o Santo Padre interrogou-se sobre o que fazemos para realizar a vontade de Deus.

 “Eu rezo para que o Senhor me dê a vontade de fazer a sua vontade ou busco acordos porque tenho medo da vontade de Deus? Outra coisa: rezar para conhecer a vontade de Deus em relação a mim e à minha vida, sobre a decisão que devo tomar agora. Sobre a maneira de administrar as coisas… A oração para querer fazer a vontade de Deus, e a oração para conhecer a Sua vontade. E quando conheço a vontade de Deus, com a oração pela terceira vez: realizá-la. Para realizar a vontade, que não é a minha, mas é Sua. E não é fácil”.

O Papa Francisco concluiu a sua homilia pedindo a Deus para que nos ajude a rezar para sentir, conhecer e realizar a Sua vontade:

“Que o Senhor nos dê a graça, a todos nós, para que um dia possa dizer de nós aquilo que disse daquele grupo, daquela multidão que o seguia, daqueles que estavam sentados ao seu redor, como ouvimos no Evangelho: ‘Eis minha mãe e os meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e mãe”. Fazer a vontade de Deus faz-nos ser parte da família de Jesus, faz-nos mãe, pai, irmã e irmão”.

Na terça-feira 27 de janeiro foi publicada a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano de 2015. O título é: “Fortalecei os vossos corações” e neste texto o Santo Padre reflete sobre a “globalização da indiferença”, que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis. Escreve o Papa Francisco o seguinte: “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente  dos outros, não nos  interessam os seus problemas, nem as tribulações  e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração  cai na indiferença: encontrando-me relativamente  bem e confortável, esqueço-me dos que não estão  bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de  enfrentar” – escreve o Papa Francisco na sua Mensagem para a Quaresma deste ano de 2015.

Dia 28

Quarta-feira, 28 de janeiro, Audiência Geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI. Mais uma catequese do Santo Padre sobre a família, desta vez sobre a palavra Pai.

O Papa Francisco refletiu sobre a figura do pai, uma palavra que possui um sentido universal e que é muito cara aos cristãos, pois Jesus ensinou-nos a chamar assim a Deus. Hoje, porém, sobretudo na cultura ocidental, o conceito de pai parece estar em crise – continuou o Santro Padre – se no passado a paternidade estava ligada ao autoritarismo, agora passou-se ao outro extremo: a ausência da figura paterna.

“O problema dos nossos dias não parece ser tanto a presença invasiva dos pais mas a sua ausência.”

Muitos são os jovens que experimentam uma certa orfandade – afirmou o Papa – não porque não tenham um pai, mas porque este está ausente: quer seja porque se encontra tão concentrado sobre si mesmo e sobre a sua realização pessoal, que acaba esquecendo-se da família.

Por isso, mais do que nunca, é preciso lembrar a promessa de Jesus: “Não vos deixarei órfãos” – recordou o Papa.

Dia 29

Quinta-feira 29 de janeiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que as elites eclesiais que desprezam os outros não seguem o caminho de Jesus:

“Desprezam os outros; abandonam a comunidade inteira; desertam o povo de Deus; privatizaram a salvação: a salvação é para mim e para meu grupinho, mas não para todo o povo de Deus. E este é um erro muito grande. É o que chamamos – e que vemos – ‘as elites eclesiais’. Quando no povo de Deus se criam esses grupinhos, pensam ser bons cristãos, talvez tenham até boa vontade, mas são grupinhos que privatizaram a salvação”.

Dia 30

Sexta-feira, 30 de janeiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que os cristãos devem sempre preservar a memória do seu primeiro encontro com Cristo e a esperança n’Ele, que o empurra a ir em frente na vida com a coragem da fé.

“A memória é tão importante para recordar a graça recebida, porque se nós largamos este entusiasmo que vem da memória do primeiro amor, vem aquele perigo tão grande para os cristãos: a tepidez. Os cristãos tépidos. E estão ali, parados, e sim, são cristãos, mas perderam a memória do primeiro amor. E perderam o entusiasmo. Também perderam a paciência, aquele tolerar as coisas da vida com o espírito do amor de Jesus; aquele levar às costas, as dificuldades… os cristãos tépidos, pobrezinhos, são um grave perigo.”

 “O cristão tem estes dois parâmetros: a memória e a esperança. Evocar a memória para não perder aquela experiência tão bela do primeiro amor, e que alimenta a esperança. Tantas vezes a esperança é obscura, mas vai em frente. Acredita e vai, porque sabe que a esperança não desilude para encontrar Jesus. Estes dois parâmetros são justamente a moldura na qual podemos preservar esta salvação dos justos, que vem do Senhor”.

Dia 31

O Papa Francisco encontrou-se neste sábado dia 31 de janeiro com uma delegação da Confederação Nacional Coldiretti a confederação nacional dos agricultores italianos.

O Papa citou o Concílio Vaticano II e recordou o destino universal dos bens da terra (Gaudium et spes, 69), enfatizando que, na realidade, o sistema económico dominante impede que muitos possam usufruir de tais bens:

“A absolutização das regras do mercado, uma cultura do descarte e do desperdício que no caso do alimento tem proporções inaceitáveis, junto a outros fatores, determinam miséria e sofrimento para muitas famílias. Portanto, deve ser profundamente repensado o sistema de produção e de distribuição do alimento. Como nos ensinaram nossos avós, com o pão não se brinca! O pão participa de certo modo da sacralidade da vida humana, e por isso não pode ser tratado somente como uma mercadoria.”

Dia 1

Domingo, 1 de fevereiro, grande multidão na Praça de S. Pedro para a recitação do Angelus com o Papa Francisco. O Santo Padre na sua Mensagem recordou a passagem do Evangelho deste Domingo em que S. Marcos nos apresenta Jesus que, com a sua pequena comunidade de discípulos, entra em Cafarnaum, e sendo sábado foi logo à sinagoga e começou a ensinar:

“O evangelista Marcos conta que Jesus, sendo aquele dia um sábado, foi logo para a sinagoga e pôs-se a ensinar. Isto faz pensar no primado da Palavra de Deus, Palavra para escutar, acolher e anunciar.”

Depois da sua pregação Jesus liberta um homem possuído pelo demónio – sublinhou o Papa Francisco – porque com a força da sua Palavra Jesus liberta do maligno:

“O Evangelho é palavra de vida, não oprime as pessoas, ao contrário liberta todos os que estão escravos de tantos espíritos malfeitores: a vaidade, a posse do dinheiro, o orgulho, a sensualidade…”

“ O Evangelho muda o coração, muda a vida, transforma as inclinações ao mal em propósitos de bem.”

Após a recitação do Angelus o Papa Francisco anunciou que no próximo dia 6 de junho visitará Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina para contribuir para a consolidação da fraternidade e da paz.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 26 de janeiro a 1 de fevereiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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