2015-01-26 13:10:00

A Semana do Papa de 19 a 25 de janeiro


Dia 21

Quarta-feira, 21 de janeiro, audiência geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI. Tema da catequese: a recente Viagem Apostólica ao Sri Lanka e Filipinas. O Santo encontrou-se com os vários líderes religiosos daquele país:

“O meu encontro com os expoentes religiosos foi uma confirmação das boas relações que existem entre as várias comunidades. Em tal contexto quis encorajar a cooperação já iniciada entre os seguidores das diferentes tradições religiosas, também com o fim de poder curar com o bálsamo do perdão todos os que ainda estão aflitos pelos sofrimentos dos últimos anos.”

O Papa Francisco referiu-se depois ao objetivo principal da sua visita às Filipinas que era levar conforto e encorajamento às populações que atingidas pelo tufão Yolanda. E salientou em especial o seu encontro com as famílias e com os jovens:

“Os encontros com as famílias e com os jovens em Manila, foram momentos salientes da visita nas Filipinas. As famílias sãs são essenciais à vida da sociedade. Dá consolação e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem os filhos como um verdadeiro dom de Deus. Eles sabem que cada filho é uma bênção. Ouvi dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças estão entre as causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplista. Posso dizer que a causa principal da pobreza é um sistema económico que tirou a pessoa do centro e aí colocou o deus dinheiro; um sistema económico que exclui e que cria a cultura do descartável em que vivemos. Evocando uma vez mais a figura de S. José, que protegeu a vida do “Santo Niño”, tão venerado naquele país, recordei que ocorre proteger as famílias, que enfrentam diversas ameaças, para que possam testemunhar a beleza da família no projeto de Deus. É preciso também defendê-las das novas colonizações ideológicas que atentam à sua identidade e à sua missão.”

No final da audiência geral o Santo Padre lançou um apelo pelas vítimas das manifestações violentas no Níger que atingem as comunidades cristãs onde morreram pelo menos 10 pessoas e mais de 40 igrejas foram destruídas:

“Caros irmãos e irmãs,

Gostaria agora de convidar-vos a rezar juntos pelas vítimas das manifestações destes últimos dias no amado Níger. Invoquemos do Senhor o dom da reconciliação e da paz, porque nunca o sentimento religioso se torne ocasião de violência, de prepotência e de destruição. Não se pode fazer a guerra em nome de Deus. Desejo que o mais depressa possível se possa restabelecer um clima de respeito recíproco e de pacífica convivência para o bem de todos.”

Dia 22

Quinta-feira, 22 de janeiro, o Papa Francisco voltou a celebrar a missa matinal na Capela da Casa Santa Marta nesta, após a viagem apostólica ao Sri Lanka e Filipinas.

Comentando o Evangelho do dia, que mostra a multidão correndo rumo a Jesus vindos de toda a região, o Papa observa que o povo de Deus vê no Senhor “uma esperança, porque o seu modo de agir e de ensinar toca o coração, chega ao coração porque tem a força da Palavra de Deus”: 

Segundo o Santo Padre, a multidão que procura Jesus quer ser curada e por isso tentam tocá-Lo. Mas a coisa mais importante – continuou o Papa – é aquela que está descrita está na Carta aos Hebreus: “Cristo pode salvar perfeitamente aqueles que por meio Dele se aproximam a Deus. Com efeito, ele está sempre vivo para interceder a seu favor”. “Jesus salva e Jesus é o intercessor – estas são as duas palavras-chave – afirmou o Papa Francisco:

“Jesus salva! Essas curas, essas palavras que chegam ao coração são o sinal e o início de uma salvação. O percurso de salvação de muitas pessoas que começam a ouvir Jesus ou a pedir uma cura e depois voltam a Ele e sentem a salvação. Mas o que é mais importante, que Jesus cure? Não, não é o mais importante. Que nos ensine? Não é o mais importante. Que salve! Ele é o Salvador e nós somos salvos por Ele. E esta é a força da nossa fé”.

Dia 23

Sexta-feira, 23 de janeiro: A confissão não é um “julgamento”, mas um “encontro” com um Deus que perdoa e esquece todos os pecados – esta a menagem principal do Papa Francisco na homilia da Missa na Casa Santa Marta.

O “trabalho” de Deus é reconciliar, disse o Papa Francisco, comentando a passagem de S. Paulo aos Hebreus, no qual o Apóstolo fala da “nova aliança” estabelecida pelo Senhor com o seu povo eleito.

“O Deus que reconcilia”, afirmou o Papa, escolhe enviar Jesus para restabelecer um novo pacto com a humanidade e o fundamento deste pacto é o perdão.

“Deus perdoa sempre! Não se cansa de perdoar. (…) “Mas, padre, eu não me confesso porque fiz tantas, tantas coisas, que não receberei o perdão...’ Não. Não é verdade. Ele perdoa tudo. “

“Se você estiver arrependido”, Deus perdoa tudo – continuou o Santo Padre que não deixou de referir na sua homilia que muitas vezes a confissão parece mais um julgamento do que um encontro com o Senhor:

“Muitas vezes, as confissões parecem um procedimento, uma formalidade : ‘Pa, pa, pa, pa, pa… Pa, pa, pa… Vai”. Tudo mecânico! Não! Onde está o encontro? (…) “porque confessar-se não é ir a uma lavandaria para retirar uma mancha. Não! É ir ao encontro do Pai, que perdoa e faz festa”.

Também no dia 23 o Papa recebeu os membros do Tribunal da Rota Romana no dia da inauguração do ano judicial e pediu-lhes para examinarem a vontade matrimonial nos processos que devem analisar devendo para tal – segundo o Santo Padre – ponderar o contexto de valores e de fé em que se formou a intenção matrimonial. O Papa sublinhou também que gostaria que todos os processos fossem gratuitos porque “os Sacramentos são gratuitos. Os sacramentos dão-nos a graça. E um processo matrimonial toca o Sacramento do matrimónio” – disse o Santo Padre.

Finalmente o dia 23 de janeiro, véspera da memória de S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, foi o dia da publicação da Mensagem do Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais que se celebra no Domingo que antecede o Pentecostes. Este ano será a 17 de maio. Na sua Mensagem o Papa Francisco sublinha a família como um ambiente de comunicação por excelência desde o ventre materno até às redes sociais. Pelo meio introduz elementos constitutivos da vida em família carregados de comunicação: a oração, o perdão, o desafio de quem tem em família pessoas com deficiência e necessidades especiais.

Muitos são os comentários sobre esta Mensagem que já foram feitos e, com certeza, outros serão feitos a partir de agora. Nós também voltaremos sobre o assunto nos nossos próximos programas. Para já, nesta “Semana do Papa” ficamos com um pequeno comentário da Professora Chiara Giaccardi que esteve presente na conferência de imprensa de apresentação desta Mensagem do Papa. Esta docente da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão considera que o Papa procurou mostrar como os temas da comunicação e da família se iluminam reciprocamente.

Dia 24

No sábado dia 24 de janeiro o Papa Francisco recebeu no Vaticano os 250 participantes de um encontro do Instituto Pontifício de Estudos Árabes e Islâmicos e alertou para a necessidade essencial do “exercício da escuta”. E disse que a escuta é um dever pedagógico:

“Essa (escuta) não é apenas uma condição necessária num processo de recíproca compreensão e de coexistência pacífica, mas um dever pedagógico, a fim de sermos ‘capazes de reconhecer os valores dos outros, de compreender as preocupações subjacentes os seus pedidos e de fazer emergir as convicções comuns’.”

Dia 25

No Angelus deste domingo dia 25 destaque para o apelo do Papa Francisco para o fim dos conflitos no Leste da Ucrânia, após a morte de mais de 30 pessoas num bombardeamento em Mariupol:

“Sigo com profunda preocupação a escalada dos combates no Leste da Ucrânia, que continuam a causar numerosas vítimas entre a população civil. Ao assegurar as minhas orações por aqueles que sofrem renovo o meu premente apelo para que se retomem as tentativas de diálogo e se ponha fim a todas as hostilidades”

No final da tarde deste domingo o Papa Francisco presidiu em Roma a uma oração na Basílica de S. Paulo Fora de Muros no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos:

 “A unidade dos cristãos, estamos convencidos, não será o fruto de refinadas discussões teóricas nas quais cada um tentará convencer o outro dos fundamentos das próprias opiniões. Virá o Filho do Homem e encontrar-nos-á nas discussões. Devemos reconhecer que, para se chegar à profundeza do mistério de Deus, precisamos uns dos outros, de encontrarmo-nos e confrontarmo-nos sob a guia do Espírito Santo, que harmoniza as diversidades e supera os conflitos.”

E com as palavras do Papa na conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristão neste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 19 a 25 de janeiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








All the contents on this site are copyrighted ©.