2015-01-12 15:39:00

A Semana do Papa de 5 a 11 de janeiro


Dia 6

6 de janeiro, Festa da Epifania – Missa na Basílica de S. Pedro presidida pelo Papa Francisco. Na sua homilia o Santo Padre começou por referir que os Reis Magos presentes na manifestação de Deus no Menino de Belém representam toda a humanidade. E é precisamente sobre o caminho destes homens sábios vindos do Oriente à procura do Messias que a Igreja nos convida neste dia a meditar – afirmou o Papa Francisco:

“Os Magos representam os homens e as mulheres à procura de Deus nas religiões e nas filosofias do mundo inteiro: uma busca que jamais terá fim. Homens e mulheres que procuram.”

O Santo Padre reafirmou que “o presépio propõe-nos um caminho diferente do sonhado pela mentalidade mundana: é o caminho do abaixamento de Deus, a sua glória escondida na manjedoura de Belém, na cruz do Calvário, no irmão e na irmã que sofre.”

“Os Magos entraram no mistério. Passaram dos cálculos humanos ao mistério: esta foi a sua conversão. E a nossa? Peçamos ao Senhor que nos conceda fazer o mesmo caminho de conversão vivido pelos Magos. Que nos defenda e livre das tentações que escondem a estrela. Que sintamos sempre a inquietação de nos interrogarmos “onde está a estrela”, quando a perdermos de vista no meio dos enganos do mundo.”

O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando os cristãos a não se escandalizarem com o “sinal”, da indicação de “um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” e a terem a humildade de pedir à Mãe que nos mostre o Menino Jesus para que com ele encontremos a coragem de nos libertarmos “das nossas ilusões” e “das nossas presunções” e possamos, assim, encontrar a Luz “como fizeram os santos Magos.”

Dia 7

Quarta-feira, 7 de janeiro, primeira audiência geral do Papa Francisco no ano de 2015. Neste período de Inverno as audiências gerais decorrem na Sala Paulo VI. Catequese do Santo Padre: o papel das mães na família, na sociedade e na Igreja.

Recordando a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus do passado dia 1 de janeiro, o Papa Francisco afirmou logo no início que “é a Mãe de Jesus que depois de O ter gerado, apresenta o Filho ao mundo.”

Segundo o Santo Padre, as mães são o maior antídoto contra o dilagar do individualismo egoístico. “Indivíduo quer dizer que não se pode dividir. Ao contrário as mães dividem-se a partir de quando recebem um filho para dá-lo ao mundo” – recordou o Papa que citou o Arcebispo de San Salvador Oscar Romero que falava do ‘martírio materno’:

“Na homilia no funeral de um padre assassinado pelos esquadrões da morte, ele disse citando o Concílio Vaticano II: ‘Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, mesmo que o Senhor não nos conceda esta honra... Dar a vida não significa só ser mortos; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever do silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida quotidiana; dar a vida pouco a pouco! Sim, como uma mãe, que sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dá-o à luz, amamenta-o, faz crescer e acode com afeto. É dar a vida. É martírio’. Sim ser mãe não significa só pôr no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida, a escolha de dar a vida.”

Dia 8

Quinta-feira, 8 de janeiro, primeira missa em Santa Marta neste ano de 2015. O Santo Padre recordou as vítimas da crueldade do atentado terrorista de Paris de quarta-feira dia 7 de janeiro:

 “O atentado de ontem em Paris faz-nos pensar na tamanha crueldade humana; em tanto terrorismo, seja o terrorismo isolado, seja o terrorismo de Estado. A crueldade de que é capaz o homem! Rezemos, nesta Missa, pelas vítimas desta crueldade. Muitas! E peçamos também pelos cruéis, para que o Senhor transforme seus corações”. 

 Na homilia da Missa em Santa Marta o Papa Francisco destacou que o amor é o caminho para conhecer Deus. Nestes dias depois do Natal, destacou o Papa, a palavra- chave na liturgia é “manifestação”. Jesus se manifesta: na festa da Epifania, no Batismo e nas bodas de Caná. Mas como podemos conhecer Deus? O apóstolo João dá-nos a resposta na leitura desta quinta-feira dizendo que somente pelo caminho do amor podemos conhecer Deus – afirmou o Papa Francisco.

Dia 9

Só o Espírito Santo abre o nosso coração tornando-o dócil a Deus e à liberdade – esta a mensagem principal do Papa Francisco na Missa em Santa Marta nesta sexta-feira dia 9 de janeiro.  

“O coração, quando endurece, não é livre e se não é livre é porque não ama: assim terminava o Apóstolo João na primeira leitura. O amor perfeito expulsa o temor: no amor não há temor, porque o temor supõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Não é livre. Tem sempre o temor de que aconteça algo de doloroso, triste, que me faça ir mal na vida ou arriscar a salvação eterna ... São tantas as imaginações, porque não ama. Quem não ama não é livre. E o seu coração estava endurecido, porque ainda não aprendeu a amar”.

Então, “quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza?” – pergunta o Papa Francisco. Esta é a sua resposta: “Somente o Espírito Santo”.

“Você pode fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de yoga, zen, e todas essas coisas. Mas tudo isso nunca vai ser capaz de lhe dar a liberdade de filho. Somente o Espírito Santo move o seu coração para dizer 'Pai'. Somente o Espírito Santo é capaz de afastar, de quebrar essa dureza de coração e tornar um coração macio ... Não sei, eu prefiro a palavra... “dócil”. Dócil ao Senhor. Dócil à liberdade do amor”.

Dia 11

Domingo, 11 de janeiro, Festa do Batismo do Senhor. O Papa Francisco batizou 33 crianças numa Missa celebrada na Capela Sistina.

Na sua homilia o Santo Padre sublinhou que na Primeira Leitura da liturgia deste domingo o Senhor preocupa-se como um pai e uma mãe com os seus filhos quando o Profeta Isaías nos diz: “Porque gastais dinheiro por aquilo que não é pão, o vosso ganho por aquilo que não sacia?” (Is. 55,2). A Palavra é o alimento de Deus para os seus filhos e o Santo Padre pediu que pais, padrinhos a avós ajudassem estas crianças a crescer dando-lhes a Palavra de Deus, o Evangelho de Jesus. Tal como o leite que é alimento para o corpo a Palavra de Deus é alimento para o Espírito – afirmou o Papa que recordou a pais e padrinhos que é na fé de cada um deles que estas crianças são batizadas. A fé da Igreja – sublinhou o Santo Padre:

“…é a fé da Igreja. Isto é muito importante. O Batismo insere-nos no Corpo da Igreja, no povo santo de Deus. E neste corpo, neste povo em caminho, a fé vem transmitida de geração em geração: é a fé da Igreja. É a fé de Maria, nossa Mãe, a fé de S. José, de S. Pedro, de Santo André, de S. João, a fé dos Apóstolos e dos Mártires, que chegou até nós através do Batismo. È muito belo isto! É um passar de mão em mão a vela da fé: vamos exprimi-lo daqui a pouco com o gesto de acender as velas do grande círio pascal. O grande círio representa Jesus Ressuscitado, vivo no meio de nós. Vós famílias, tomai d’Ele a luz da fé para transmitir aos vossos filhos. Esta luz tomai-a na Igreja, no corpo de Cristo, no povo de Deus que caminha em cada tempo e em cada lugar.”

Angelus de domingo, 11 de janeiro, Festa do Batismo do Senhor. O Papa Francisco na sua mensagem sublinhou que, segundo o Evangelho de S. Marcos, quando João Batista batiza Jesus “os céus rasgam-se” e isso faz-nos recordar a súplica do Profeta Isaías: “Se tu rasgasses os céus e descesses”. Esta invocação foi feita durante o Batismo de Jesus e, assim, “os céus abertos indicam que Deus deu a sua graça para que a terra dê o seu fruto” – afirmou o Papa Francisco.

A descida do Espírito Santo, em forma de pomba inaugura a missão salvífica para todos nós – continuou o Santo Padre. O Espírito Santo animou inteiramente a vida e o ministério de Jesus. Por essa razão um cristão ou uma comunidade surdos à voz do Espírito Santo tornam-se em cristãos e comunidades mudas que não falam e não evangelizam – sublinhou o Papa.

Por tudo isto o Santo Padre pediu que não nos esqueçamos de rezar e invocar o Espírito Santo.

Depois da oração do Angelus o Papa Francisco saudou um grupo de estudantes norte-americanos presentes na Praça de S. Pedro e em particular um grupo de membros da Associação Leigos Amor Misericordioso. Nesse momento exprimiu que este é o tempo da misericórdia.

O Santo Padre recordou a sua Viagem Apostólica dos próximos dias ao Sri Lanka e Filipinas e pediu o acompanhamento e proximidade de todos na oração.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 5 a 11 de janeiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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