2015-01-10 08:38:00

A viagem do Papa ao Sri Lanka e às Filipinas – as declarações do Card. Parolin


Os pontos fortes da missão da Igreja no continente asiático são dois: as atividades caritativas no campo da saúde e da educação; e o diálogo entre as religiões que “é fundamental para a paz hoje no mundo e que, portanto, se torna um dever de todas as religiões” – é o que afirma o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, em entrevista realizada pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV) em colaboração com o jornal “L’Osservatore Romano” a propósito da viagem do Santo Padre ao Sri Lanka e às Filipinas, que acontecerá de 12 a 19 deste mês de janeiro. Foram estas as declarações do Cardeal Parolin:

 “A missão da Igreja nas Filipinas e no Sri Lanka é a mesma da Igreja no mundo inteiro: anunciar o Evangelho, proclamar a boa nova de Jesus que é fonte de vida e de esperança para todos os homens. Considerando, naturalmente, o contexto no qual ela vive e atua. Um contexto caracterizado por uma multiplicidade, quase de um mosaico de sociedades, de culturas e de religiões. O continente asiático é o berço das grandes religiões do mundo. Além do mais, considerando o facto de a Igreja ser uma pequena minoria, um pequeno rebanho em meio desta realidade tão vasta. E então também a missão deverá modular-se segundo estas características. Os pontos de força desta missão parecem-me ser dois: de um lado o aspeto das atividades caritativas e humanitárias no campo da saúde e da educação que gozam do grande apreço de toda a população e dos governos dos vários países; e, por outro lado, o aspeto do diálogo inter-religioso: promover e consolidar sempre mais o encontro, o respeito e a aceitação recíproca, considerando também aquilo que o Papa diz na “Evangelii Gaudium”, que o diálogo inter-religioso é fundamental para a paz hoje no mundo e que, portanto, torna-se um dever de todas as religiões. Este será um ponto nodal, focal da atenção do Papa durante a viagem.”

O Cardeal Parolin falou também sobre as diferenças étnicas e religiosas no Sri Lanka onde a Igreja pode exercer uma missão de reconciliação e de diálogo:

“Parece-me que se existe um lugar onde se deve falar de uma função de ponte, este lugar é justamente o Sri Lanka. E é propriamente na Igreja no Sri Lanka. Inclusive porque, nesta sua tarefa, a Igreja é facilitada pelo facto de acolher membros, fiéis de ambas as etnias principais, tâmil e cingalesa, e, portanto, a Igreja conhece um pouco aquilo que existe no coração de cada um e conhece também as expectativas; consequentemente, pode desempenhar essa missão, essa função de reconciliação, de diálogo e de colaboração. Porém, gostaria de ressaltar também o facto de o Sri Lanka tradicionalmente ter vivido um grande desenvolvimento desta harmonia religiosa entre as várias religiões, ter-se sempre caracterizado por este encontro, este diálogo. Infelizmente, ultimamente, surgiram grupos extremistas que em certa medida manipulam a opinião pública e criam tensão utilizando a religião para fins que não são claros. Fazemos votos de que esta tradição que existe de diálogo inter-religioso e de colaboração possa prevalecer sobre estas novas tentativas de desestabilizar a situação e, ao mesmo tempo, auspiciamos também que as autoridades possam intervir justamente para preservar estes valores fundamentais da população.”

Nesta entrevista ao Centro Televisivo Vaticano o Cardeal Pietro Parolin falou também sobre as Filipinas que são um país da Ásia de maioria católica:

“Filipinos que nestes dias regressaram do seu país disseram-me ontem à noite que nestas semanas tem havido uma intensa oração uníssona em preparação para a visita do Papa. São promessas muito positivas. Creio que a valorização passa pelo reconhecimento que a Igreja nas Filipinas tem do seu papel, tanto no contexto asiático e do Sudeste asiático tanto no contexto mundial. O Papa quer com esta viagem, em continuidade com a que fez na Coreia do Sul, concentrar a atenção da Igreja sobre esta realidade; e ao mesmo tempo também inserir-se naquele caminho de nove anos que nos está levando rumo à celebração do quinto centenário da chegada do Evangelho às Filipinas, em 1521. E este ano é o Ano dedicado aos pobres. Então a centralidade deriva do número: ou seja, as Filipinas são um dos países do Sudeste asiático onde a maioria da população é católica. Digo um, porque na região há também Timor Leste, onde 90% da população é católica: não devemos esquecer isso. Também geograficamente as Filipinas, de certo modo, têm sido o centro: basta lembrar quantos encontros importantes se realizaram, a partir da visita do Beato Paulo VI em 1970, que depois deu origem à constituição da Federação da Conferências episcopais asiáticas. Creio que outro ponto importante seja a centralidade das Filipinas, por exemplo, para os estudos de muitos jovens que de vários países asiáticos limítrofes vão àquele país aprofundar a sua formação, que se dá nas diferentes universidades católicas. Por fim, há também a irradiação dos filipinos no mundo: sabemos que eles estão presentes em muitos países da Ásia, como também da América e da Europa. Portanto, são muitas as potencialidades de evangelização por parte das Filipinas, o importante é que a Igreja neste país acolha esta mensagem e este impulso dado pelo Papa Francisco para ser uma Igreja em saída: uma Igreja que sente a missão de evangelização e de anúncio do Evangelho.”

O Papa Francisco visita o Sri Lanka e as Filipinas de 12 a 19 de janeiro. (RS)








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