2015-01-05 17:03:00

A Semana do Papa de 29 de dezembro a 4 de janeiro


Dia 30

Foi publicada na terça-feira dia 30 de dezembro a mensagem do Papa Francisco para o  XXIII Dia Mundial do Doente que terá lugar no dia 11 de Fevereiro de 2015. Nesta Mensagem o Santo Padre afirma que é mentira que existam vidas indignas de serem vividas:

O tema deste ano convida a meditar sobre uma frase do livro de Job: «Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo». O Papa encoraja a fazer esta meditação na perspectiva da «sapientia cordis», ou seja da sabedoria do coração e frisa que sabedoria do coração significa servir o irmão. Com efeito as palavras de Job evidenciam o serviço aos necessitados – insiste o Papa recordando  aqui as pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! - exclama o Papa. Em tais momentos, pode-se contar de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja – escreve o Papa que continua: sabedoria do coração é sair de si para ir ao encontro do irmão. Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro. No fundo, por detrás desta atitude, há muitas vezes uma fé morna, que esqueceu a palavra do Senhor que diz: «a Mim mesmo o fizestes» . Por isso,  o Papa Francisco recorda  uma vez mais a «absoluta prioridade da “saída de si próprio”  para se pôr ao serviço do irmão necessitado. 

Dia 31

No dia 31 de dezembro, último dia do ano de 2014, o Papa Francisco presidiu na Basílica de S. Pedro às Vésperas da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Foi um momento para “agradecer e pedir perdão”, disse o Papa na sua densa meditação na qual lançou algumas questões para um exame de consciência e revisão da vida pessoal e comunitária neste final de um ano e início de outro:

“Como é o nosso modo de viver? Vivemos como filhos ou como escravos? Vivemos como pessoas batizadas em Cristo, ungidas pelo Espírito, resgatadas, livres? Ou vivemos segundo a lógica mundana, corrupta, fazendo aquilo que o diabo nos faz acreditar que seja do nosso interesse?

Segundo o Santo Padre “a escravidão faz-nos acreditar que não podemos sonhar, voar, esperar.”

No final da celebração, o Santo Padre dirigiu-se ao Presépio montado na Praça S. Pedro, e esteve em oração diante do Menino Jesus.

Dia 1

No dia 1 de janeiro de 2015, o Papa Francisco presidiu na Basílica de S. Pedro à Missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e afirmou na sua homilia que : “…não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe”. A Igreja guarda Jesus como uma mãe – afirmou o Papa Francisco:

“Na verdade, ela [Igreja] é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas interpretações, dos nossos humores”.

No Angelus do dia 1 de janeiro, Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco afirmou que a paz é sempre possível e a sua raiz é a oração:

“Esta proximidade de Deus na nossa existência dá-nos a verdadeira paz: a paz o dom divino que queremos implorar especialmente hoje, Jornada Mundial da Paz. Eu leio ali: ‘a paz é sempre possível’. Sempre é possível a paz! Devemos procurá-la… E ali? ‘Oração na raiz da paz’. A oração é precisamente a raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração está na raiz da paz. A oração faz desabrochar a paz. Hoje Jornada Mundial da Paz, ‘Já não escravos, mas irmãos’: eis a Mensagem desta Jornada. Porque as guerras fazem-nos escravos, sempre! Uma mensagem que nos envolve a todos”.

Dia 4

Domingo, 4 de janeiro do Ano Novo de 2015. Angelus na Praça de S. Pedro onde uma enorme multidão acolheu o Papa Francisco. O Santo Padre referiu-se, desde logo, ao valor da paz celebrado no dia 1 de janeiro:

“ …começamos há poucos dias o novo ano em nome da Mãe de Deus, celebrando a Jornada Mundial da Paz sobre o tema: “Já não escravos, mas irmãos”. O meu desejo é que se supere a exploração do homem pelo homem. Esta exploração é uma praga social que mortifica as relações interpessoais e impede uma vida de comunhão marcada pelo respeito, justiça e caridade. Cada homem e cada povo têm fome e sede de paz! Portanto, é necessário e urgente construir a paz!”

Certamente a paz não é apenas a ausência de guerra, mas uma condição geral na qual a pessoa humana está em harmonia consigo própria, com a natureza e com os outros – observou o Papa que reafirmou ainda que “não há futuro sem propósitos e projetos de paz! Não há futuro sem paz!”

O Santo Padre citou ainda S. Lucas quando a paz é anunciada como dom especial de Deus no nascimento do Redentor: “Paz na terra aos homens de Deus ama”. O dom da paz deve ser implorado incessantemente na oração e cada um de nós na sua vida quotidiana deve cumprir gestos de paz – continuou o Papa Francisco:

“Cada um de nós pode cumprir gestos de fraternidade para com o próximo, especialmente daqueles que passam por tensões familiares ou problemas de vário tipo. Estes pequenos gestos têm tanto valor: podem ser sementes que dão esperança, podem abrir caminhos e perspetivas de paz.”

Após a recitação do Angelus o Papa Francisco saudou os fiéis presentes e referindo-se ao Consistório do próximo mês de fevereiro, que decorrerá no dia 14, apresentou a todos a lista dos novos 20 cardeais, dos quais 15 são eleitores. De língua portuguesa são 3 os novos cardeais sendo 2 eleitores:

- D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa;

- D. Arlindo Furtado, bispo de Santiago de Cabo Verde;

- D. Júlio Duarte Langa, bispos emérito de Xai-Xai em Moçambique que por razões de idade não será cardeal eleitor.

O Consistório para a criação de novos cardeais será no dia 14 de fevereiro.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 29 de dezembro a 4 de janeiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

 








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