2015-01-05 18:31:00

"A Ternura da Mãe" - Carlota de Barros segue o Papa e partilha poema sobre a ternura


Autora, entre outros, do livro de poesias "A Ternura da Água", Carlota de Barros publicou em 2006, na sequência de cheias em Moçambique e em  New Orleans, o poema "A Ternura da Mãe" em que denuncia essas catástrofes e outros males do mundo, apelando à ternura da mãe para socorrer o mundo. 

Agora, seguindo os passos do Papa Francisco que, na Missa da Noite de Nata,l convidou mais uma vez a difundirmos a ternura no mundo e a não termos medo da ternura, Carlota lembrou-se deste seu poema e partilhou-o,  na sua página facebook, com os amigos. 

Foi assim que a convidamos a alargar essa partilha para os ouvintes e navegadores da página web da Rádio Vaticano, declamando e comentando com Dulce Araujo, na rubrica "África.Vozes Femininas" a questão da ternura, o dom e a responsabilidade da mulher de difundir a ternura no mundo. 

Oiça então aqui a rubrica e aprecie essa poesia que reproduzimos em baixo também. 

 

A TERNURA DAS MÃES

Quero que o tempo traga...
toda a ternura das mães
para acalmar as tempestades
no mundo

quero olhar as cidades crescerem
e ver o sorriso das gentes
sem o terror de fétidas águas lamacentas
a cobrirem lares e telhados
rios furiosos contra árvores
pontes e campos lavrados
ondas gigantes engolirem ais de terror
corações gelados de pavor

quero ver a cidade dos blues renovada
com o povo à porta
de suas casas de madeira
o coração alegre e povoado de gente amiga

quero que as mães se juntem
e cubram de ternura os povos desavindos
bombistas suicidas e os senhores do mundo
e os faça acabar com o inferno
que enegrece as almas
destroça corpos casas e florestas benditas

quero que a ternura das mães
salve crianças
da crueldade dos loucos
que as perseguem e as lançam
no lodo do mundo
quero que a ternura das mães
encha de confiança e amor
o coração de cada mulher e de cada homem
e os livre das suspeitas amargas
que os ferem de mágoa e rancor

quero que a ternura das mães
gotas de água pura
adoce corações
e os liberte do ódio racial
da inveja
do medo
do abismo
sem contornos

quero
que a
ternura das
mães
invada o
mundo
de paz e
de
amor

Carlota de Barros

 

 








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