2014-12-22 10:28:00

A Semana do Papa de 15 a 21 de dezembro


Dia 15

O Papa Francisco recebeu em audiência na segunda-feira dia 15 de dezembro os funcionários da estação de televisão italiana de inspiração católica TV 2000. Na oportunidade destacou a missão difícil dos media, nomeadamente dos media católicos, afirmando que na sua missão não devem seguir as modas mas sim despertar as palavras comunicando para a pessoa humana na sua integralidade:

“É preciso falar à pessoa humana na sua integralidade: à sua mente e coração, para que saiba ver para além do imediato, para além de um presente que corre o risco de não ter memória do passado e ser temoroso do futuro.”

Dia 16

A salvação é um coração humilde que confia em Deus – esta a principal mensagem do Papa Francisco na missa de terça-feira dia 16 de dezembro na Capela da Casa de Santa Marta. A humildade salva o homem aos olhos de Deus, a soberba perde-o. A chave está no coração. As leituras do Profeta Sofonias e do Evangelho de S. Mateus sugeriram ao Papa a sua meditação.

“Quando nós formos capazes de dizer ao Senhor: "Senhor, estes são os meus pecados toma-os Tu, assim eu serei salvo e nós seremos aquele povo humilde e pobre, que confia no nome do Senhor.”

Dia 17

Quarta-feira, 17 de dezembro de 2014, manhã fria mas cheia de sol em Roma. O Santo Padre completa neste dia 78 anos e na Praça de S. Pedro largos milhares peregrinos saudaram carinhosamente o Papa Francisco para a última audiência geral deste ano. Tema da Catequese desta quarta-feira: A Família de Nazaré – uma meditação do Santo Padre incluída no caminho comum que nos levará ao Sínodo dos Bispos de outubro próximo.

“Jesus nasce numa família. Deus escolheu nascer numa família que Ele próprio formou. Formou-a numa perdida localidade do Império Romano. Não em Roma, não numa grande cidade, mas num periferia quase invisivel, aliás, mal afamada. Recordam-no até os Evangelhos, quase como que a dizer: ‘De Nazaré pode vir algo de bom?’ Se calhar, em muitas partes do mundo, nós próprios falamos ainda assim, quando ouvimos o nome de algum lugar periférico de uma grande cidade. Pois bem, foi precisamente dalí, daquela periferia do Império Romano que se iniciou a história mais santa, aquela de Jesus entre os homens!”

A família de Nazaré é uma família real, uma família normal – continuou o Papa Francisco – contemplando-a, descobrimos a vocação e a missão da família, de cada família. Como aconteceu naqueles trinta anos de vida oculta de Jesus em Nazaré, assim pode suceder connosco: fazer com que se torne normal o amor e não o ódio, fazer com que se torne comum a ajuda recíproca e não a indiferença nem a inimizade. Não é por acaso – disse ainda o Santo Padre – que a palavra “Nazaré” significa “Aquela que guarda”; e o mesmo se diz de Maria: “Ela guardava todas estas coisas no seu coração”.

“Desde então, todas as vezes que há uma família que guarda no coração este mistério da vocação e missão da família, ainda que seja na periferia do mundo, está a realizar-se o mistério do Filho de Deus. E Ele vem para salvar o mundo.”

O Papa Francisco no final da audiência geral expressou a sua tristeza pela tragédia ocorrida numa escola no Paquistão onde morreram 130 jovens e pelos atos terroristas no Yemen e na Austrália:

“Hoje gostaria de rezar juntamente convosco pelas vítimas dos desumanos atos terroristas acontecidos nos dias passados e na Austrália, no Paquistão e no Yemen. O Senhor acolha na sua paz os defuntos, conforte os familiares, e converta os corações dos violentos que não param nem sequer perante as crianças.”

Dia 18

O Papa Francisco recebeu nesta quinta-feira, dia 18, as crianças da Ação Católica Italiana, para o tradicional encontro de Natal, e disse-lhes que Jesus é o “melhor amigo”, com o qual “tudo é possível”.

 “Agora, com a graça do seu Natal, Jesus quer ajudar-vos a dar um passo bem mais decidido, mais firme e mais alegre para serem seus discípulos. Basta dizer uma palavrinha: “Eis-me aqui”, como nos ensina Nossa Senhora, que, assim, respondeu ao chamamento do Senhor”.

Dia 19

A Igreja seja mãe e não empresária. O poder faz-nos estéreis. Esta a afirmação do Papa Francisco na Missa matinal na Casa de Santa Marta na sexta-feira, dia 19 de dezembro, a última deste ano de 2014. O Santo Padre desenvolveu a sua homilia a partir das Leituras do dia que narram os nascimentos miracolosos de Sansão e João Batista, filhos de duas mulheres estéreis que se tornaram fecundas. Através destes episódios bíblicos o Papa considerou que é necessário refletir sobre a humanidade estéril, pois a partir dela o Senhor é capaz de recomeçar uma nova descendência:

“Da esterilidade, o Senhor é capaz de recomeçar uma nova descendência, uma nova vida. E isto é a mensagem de hoje. Quando a humanidade está exaurida, não consegue andar mais, vem a graça e vem o Filho e vem a Salvação. E aquela Criação exaurida deixa lugar à nova criação...”

 “E também hoje é um dia para rezar pela nossa mãe Igreja, por tantas esterilidades do povo de Deus. Esterilidade de egoísmos, de poder…. Quando a Igreja acredita que pode tudo, que pode tomar conta das consciências das pessoas, de percorrer o caminho dos fariseus, dos saduceus, o caminho da hipocrisia a Igreja é estéril. Rezar. Que este Natal faça a nossa Igreja aberta ao dom de Deus, que se deixe surpreender pelo Espírito Santo e seja uma Igreja que faça filhos, uma Igreja mãe. Mãe. Muitas vezes eu penso que a Igreja em alguns lugares mais do que mãe é empresária”.

Dia 21

21 de dezembro, IV Domingo do Advento. Uma Praça de S. Pedro repleta de fieis saudou o Papa Francisco que recitou o Angelus da Janela do Palácio Apostólico.

Na sua mensagem o Santo Padre começou por afirmar que neste último domingo de Advento a liturgia quer preparar-nos para o Natal contando-nos o Anúncio do Anjo Gabriel a Maria. O Papa pediu para fixarmos o nosso olhar nesta simples menina de Nazaré no preciso momento em que diz “sim” à mensagem divina. Dois aspetos fundamentais da sua atitude são para nós modelo de preparação para o Natal – declarou o Papa Francisco:

“Antes de mais a sua fé, que consiste no escutar a Palavra de Deus para se abandonar a esta Palavra com plena disponibilidade de mente e de coração. Respondendo ao Anjo, Maria disse: “Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”.

 “Outro aspeto é a capacidade da Mãe de Cristo de reconhecer o tempo de Deus. Maria é aquela que tornou possível a Encarnação do Filho de Deus, ‘a revelação do mistério, envolvido no silêncio por séculos eternos’ como descreve o Apóstolo Paulo. Tornou possível a Encarnação do Verbo graças ao seu ‘sim’ humilde e corajoso. Maria ensina-nos o momento favorável em que Jesus passa na nossa vida e pede uma resposta pronta e generosa. E Jesus passa.”

O Papa Francisco afirmou que, perante este evento histórico que aconteceu há dois mil anos mas que se situa espiritualmente nos dias de hoje, cada um de nós é chamado a responder como Maria com “um ‘sim’ pessoal e sincero colocando-se plenamente à disposição de Deus e da sua misericórdia”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 15 a 21 de dezembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

 








All the contents on this site are copyrighted ©.